sábado, 14 de novembro de 2020

Série "Reign" - a história da vida da emblemática Mary Stuart, Rainha da Escócia, a sua jornada a viver na corte francesa e o caminho que tem de percorrer para chegar ao poder

Reign é uma série de ficção histórica de 2013 que estreou no canal norte-americano, CW e está atualmente disponível na plataforma da Netflix, depois de ter terminado em 2017. Esta é uma criação de Stephanie SenGupta e Laurie McCarthy, que também têm um papel de produtores executivos, juntamente com Brad Silberling, John Weber e Frank Siracusa, sendo constituída por 4 temporadas, dividida em 78 episódios e tendo como Trevor Morris, o responsável da banda sonora e incluindo um tema de abertura dos The Lumineers, com o nome de Scotland.

 

Este drama é baseado na história da vida de Mary Stuart (Adelaide Kane) que foi rainha da Escócia de 1542 a 1567, mas também viveu durante algum tempo em França, onde se casou na sua adolescência com o príncipe e futuro rei desta nação, Francis (Toby Regbo). Assim, ela terá uma jornada bem longa cheia de obstáculos, desafios, inimigos, perigos e instabilidades que vão amadurecer esta jovem de tal forma que terá de tomar decisões bem difíceis a nível político que podem vir ou não, a prejudicar o bem-estar do seu povo e daqueles que mais ama.  


 

O elenco é constituído por Adelaide Kane (Mary Stuart), Megan Follows (Catherine di Medici), Torrance Coombs (Sebastian “Bash”), Toby Regbo (Francis), Jenessa Grant (Ayle), Celina Sinden (Greer), Caitlin Stasey (Kenna), Anna Popplewell (Lola), Alan van Sprang (Henry II da França), Jonathan Keltz (Leith), Sean Teale (Louis de Bourbon), Craig Parker (Stéphane Narcisse), Rose Williams (Claude), Rachel Skarsten (Elizabeth Tudor), Rossif Sutherland (Nostradamus), Charlie Carrick (Robert Dudley), Ben Geurens (Giden Blackburn), Spencer MacPherson (Charles), Dan Jeannotte (James Stuart), Jonathan Goad (John Knox) e Will Kemp (Henry Stuart).

 

Antes de falarmos da série em si, eu acho que é importante de referir a história geral da vida desta rainha. Mary Stuart nasceu no dia 8 de Dezembro de 1542, sendo que foi rainha da Escócia de 14 de Dezembro de 1542 até 24 de Julho de 1567 quando abdicou e depois faleceu no dia 8 de Fevereiro de 1587, com apenas 44 anos. O rei James V da Escócia faleceu quando ela era um bebé de meros dias, sendo que foi considerada como sucessora ao trono e coroada assim, como rainha, mas devido à sua idade, a sua mãe, Marie de Guise tornou-se regente da Escócia até Mary estar apta para tal.



 

Mary foi prometida em casamento ao futuro rei da França, Francis de Valois, sendo que durante a sua vivência na corte francesa, Mary casa-se mesmo com Francis, tornando-se rainha de França, apesar de ter sido por pouco tempo, devido à morte prematura do seu marido.  

 

Mary Stuart era a neta da irmã mais velha do rei Henry VIII, da Inglaterra. Este rei foi o primeiro a terminar com a religião católica em Inglaterra, tornando-se ele próprio num líder político e religioso à sua maneira, em que chega a ser designado por protestante e para além disso, ele teve várias esposas, nos quais resultaram em três filhos, entre eles, Elizabeth que segue a mesma religião protestante que o seu pai. Após a morte deste rei, a irmã mais velha de Elizabeth, Mary sucede ao trono após o seu irmão, Edward ter falecido muito novo e sendo ela, uma católica desde sempre, acabou por perseguir de uma forma intensa, todos os protestantes. Depois de Mary morrer, o trono britânico fica de novo vazio, sendo que a próxima parente acabaria por ser Elizabeth, mas nunca foi bem aceite perante a Igreja Católica, mesmo que ela tivesse sido coroada como a rainha de Inglaterra, levando a que o seu cargo estivesse constantemente em risco, devido à próxima pessoa que poderia ocupar, em que poderia ser Mary Stuart, a rainha católica da Escócia.


 

Esta série de ficção história conta o caminho que Mary Stuart da Escócia necessita de percorrer para chegar ao poder, onde inicia-se em 1557 pela sua saída repentina de um convento francês, onde esteve escondida desde os seus 9 anos, devido a uma tentativa de assassinato que sofreu e por isso, Mary com 15 anos viaja para a corte francesa, onde está prometida para casar-se com o príncipe Francis, futuro rei de França.

 

Desde o início que havia uma certa ameaça perante o casamento de Mary e Francis que era feita a partir de uma profecia dita por Nostradamus que referia que Mary iria ser a responsável pelo fim de Francis, antes que houvesse tempo de produzirem um herdeiro e a pessoa que mais acreditava nisso era Catherine di Medici, a mãe de Francis e rainha de França, que fez o necessário para impedir este relacionamento, mas acabou por não ser suficiente.

 

O casamento entre Mary e Francis era uma forma de proteger a Escócia, de uma possível invasão por parte de Inglaterra, por isso, uma aliança entre a Escócia e a França era fundamental que acontecesse, maioritariamente por razões políticas. Assim, vai sendo contado, o período em que Mary viveu em França, onde acabaria por casar-se com o príncipe Francis, unindo assim, a França com a Escócia.



 

Esta história desenrola-se maioritariamente na corte francesa do século XVI, onde Mary tem de aprender a viver de acordo com os seus costumes, onde por vezes sente-se isolada, apesar de ter ao seu lado, as suas damas de companhia, considerando-as como as suas melhores amigas, mesmo que nem sempre tomem as melhores atitudes para com ela. Não é só Mary que vai passar por dificuldades e peripécias, pois isso também irá ocorrer com as suas damas de companhia, Greer, Kenna, Lola e Ayle, em que cada uma tem o seu próprio desfecho, de um modo diferente, mas curioso.

 

Mary era considerada como uma jovem doce e ingénua que sempre quis casar-se por amor, mas será que isso irá acontecer para com ela? Ela começa a aprender aos poucos, o que significa ser um membro da família real e por isso não vai ter uma vida nada facilitada quando vai viver para a corte francesa, tendo como uma das suas inimigas, a rainha Catherine.



 

Este drama histórico está repleto de muito romance, amizades, traições, vinganças, segredos, intrigas, paixões improváveis, estratégias, vilões, escândalos, lutas, conspirações, batalhas, envenenamentos, assassinatos bem sucedidos, forças do mal que são também misturados com mistérios e um lado mais místico que cria um bom suspense.

 

Mary passa por algumas tragédias, dificuldades e obstáculos na sua vida, onde teve que viver num período longo, escondida dos seus inimigos que a queriam eliminar para obter o poder da Escócia, mas isso não impediu que ela deixasse de ter o seu código moral que por vezes implicou-a em decisões bem importantes.



 

Esta é uma rainha determinada que está constantemente a enfrentar e a ser alvo de ameaças vindas de todo o lado, seja de França, Inglaterra ou mesmo da própria Escócia, chegando a um ponto que ela não sabe em quem realmente deve confiar, mas isso não a deixa desistir de lutar por aquilo que quer ou seja tornar-se numa líder digna para o seu país.

 

Mary é uma pessoa corajosa que tem as suas próprias opiniões, mas sente-se rodeada de inimigos, mesmo vivendo na corte francesa, por isso todo o cuidado é pouco para esta jovem que quer sobreviver e seguir com as suas obrigações, por isso, também vemos um amadurecimento na personalidade de Mary, onde as situações pelo qual ela vai passando são vitais para a sua aprendizagem não só como pessoa, mas também como líder.


 


A vida de Mary acaba por ser uma aventura com tragédias pelo meio, em que durante a sua aprendizagem e experiências adquiridas na corte francesa, Mary vai passar por momentos críticos, sendo que por vezes, sente-se impotente sem saber o que deve fazer, mas com tempo ela torna-se numa mulher forte e ambiciosa que quer chegar ao poder, mas será que ela vai ter sucesso num dos seus objetivos que é reivindicar o direito ao trono inglês? Dá para ver uma boa evolução da Adelaide Kane a interpretar toda a trajetória e desenvolvimento de Mary Stuart, onde ficamos surpreendidos pela positiva com o seu trabalho.



 

Para além disso, chegou a um ponto que a Escócia passou a ser protestante, por isso, acabou por tornar-se num desafio para Mary enfrentar o seu país, enquanto católica, pois já não aceitavam a sua religião, mas ela tinha esperança que o filho que ela viesse a ter, denominado por James VI poderia tornar-se no herdeiro do trono tanto da Escócia, como da Inglaterra.



 

Esta história adaptada não seria a mesma coisa, senão envolvesse um triângulo amoroso entre Mary, Francis, o príncipe de França e o seu meio-irmão, Sebastian ou Bash que é o filho bastardo do rei Henry II, mas acabou por não durar muito tempo.

 

Ao longo dos episódios, decorreram algumas mudanças relativamente à história original, em que determinadas personagens foram criadas, com o objetivo de atrair o público, como foi o exemplo do Sebastian que na minha opinião foi uma ótima adição, apesar de não ter gostado muito da forma como desenvolveram os acontecimentos para esta personagem.  



 

Mary e Francis têm uma relação bem carinhosa um com o outro, em que o público acaba por criar uma ligação especial para com eles, sem que se saiba da saúde frágil deste delfim, mas sem dúvida que havia uma química evidente entre eles que foi bonito de se ver, durante o período em que passaram juntos e a forma como o amor destes jovens foi crescendo.



 

Uma das minhas partes favoritas da série foi as cenas partilhadas entre a Mary e Catherine, pois foram bem interessantes de se acompanharem, onde têm uma ligação que pode ser de ódio ou até mesmo de respeito, dependendo das circunstâncias que estão a acontecer naquele momento.

 

Catherine di Medici é uma mulher excecional, inteligente, calculista e uma manipuladora eficaz que não olha a meios para atingir os seus fins, principalmente se estão relacionados com os seus filhos, pois ela está sempre do lado deles, por mais erros que possam vir a cometer.

 



Quando precisa de ser, Catherine tem mesmo uma maldade profunda dentro dela, conseguindo influenciar todos ao seu redor para os seus planos e isso dá para se perceber, devido aos seus comportamentos, pois fará o que for necessário para conseguir o que quer, nem que tenha de prejudicar outros que se metam no seu caminho e em que um dos seus aliados será Stéphane Narcisse, um lorde chanceler francês.


 

Está é uma das melhores personagens femininas que vi até hoje em que Megan Follows é o destaque da série, pois foi brilhante, incrível e sensacional a interpretar Catherine di Medici, onde podemos ver lados desta mulher, desde os seus momentos como vilã que pode incluir envenenar pessoas que são um obstáculo para ela e até em situações em que está mais vulnerável e conseguimos perceber aquilo que realmente é mais importante para ela, mesmo que ela não mostre essas emoções, pois não perde a sua postura.


 

A história também é constituída por momentos mais cómicos partilhados entre Catherine e o rei Henry II da França e também com outras personagens. Também temos a oportunidade de acompanhar o reinado de Henry II, durante o período tanto da sua maldade como da altura em que torna-se num louco, levando a que tome decisões precipitadas e ao mesmo tempo terríveis para aqueles que estão ao seu redor.

 

Neste drama também são abordados momentos importantes na história daquela época, tais como, a peste negra e a quantidade de vítimas que foi fazendo, a forma como a corte francesa sobrevive apesar de ser constantemente alvo de ameaças exteriores, a rivalidade entre Mary Stuart com a sua prima, Elizabeth I, rainha de Inglaterra que têm religiões opostas e também a guerra entre os católicos e protestantes que vai sucedendo na Escócia, mas será que este último grupo vai conseguir chegar ao poder ou irá Mary conseguir evitar, através da produção de um herdeiro que poderá governar o reino em paz?



 

Numa história de época também é apresentada a forma como funcionava a corte, tanto a francesa como a inglesa quando é mostrada uma parte da vida de Elizabeth Tudor. As cortes estavam cheias de pessoas falsas que só queriam prejudicar e subir a sua posição perante os outros, sendo que os boatos eram algo frequente de acontecer na corte francesa, onde eram espalhados numa velocidade extrema, em que criavam intrigas pelo reino, de tal forma que era muito difícil de confiar em alguém.


 

Apesar da série ter algumas falhas no seu argumento, esta é constituída por uma cinematografia bem realizada, tendo bons efeitos visuais que inclui paisagens bonitas de se ver, uma fotografia bem escolhida e adequada para esta produção e mostra o modo como a corte francesa era definida com todo o seu glamour e luxo, sendo também caraterizada por conter uma boa banda sonora, um cenário muito bem construído para adequar-se à época, onde se desenrola a história e com um guarda-roupa maravilhoso e requintado que teve a responsabilidade de Metedith Markworth-Pollack.



 

Também conseguimos ver até onde a pessoa vai para ficar com o poder que tanto pretende alcançar, a quantidade de dificuldades que reinos, tais como, França, Escócia e Inglaterra vão passando, maioritariamente por razões políticas, em que essas decisões poderiam influenciar o futuro de uma determinada nação e as alianças que vão sendo feitas entre países, que incluem promessas de casamentos, mas que podem vir a ser quebradas, em que tudo pode mudar, de repente. Será que algumas das personagens vão sofrer as consequências dos seus atos e comportamentos?




 

A história também não é só drama, pois também é constituída pelos seus momentos mais divertidos e leves que incluem danças engraçadas que vão decorrendo em alguns eventos organizados tanto para a corte francesa ou para a inglesa ou mesmo as atividades exteriores que iam participando, tendo assim ligeiramente, a sua piada.


 

Infelizmente na última temporada da série, eu senti que os acontecimentos que se desenrolaram ao redor de Mary foram bem apressados e deveria ter havido mais tempo para serem explorados temas e situações relacionados não só com Mary, mas também com Elizabeth que eu acredito que teriam sido úteis para dar o final à história com muito mais convicção.



 

Para além disso, dá para ver a quantidade de mudanças feitas que não são fiéis à verdadeira história de Mary, pois tinham o objetivo de criar mais reviravoltas, intrigas e surpresas para as suas personagens, criando assim alternativas na jornada de cada uma delas ou até mesmo adicionando personagens que não existiram, dando a elas uma relevância que por vezes, faz desviar-nos das partes mais verídicas que acabam por ser as mais importantes e por isso, eu acredito que nem sempre foi feito da melhor forma e gostaria de ter visto mais cenas reais e assim aprendermos muito mais sobre a história desta rainha, dos seus aliados e inimigos.


 

Houve uma liberdade criativa na série que teve alguns resultados interessantes, mesmos que tenham sido também constituídos por situações que nem sempre faziam sentido. Assim, nem sempre existiu um compromisso para com a história, pois as pessoas por um lado queriam ver uma versão diferente do real, mas por outro, desejariam apenas um bom equilíbrio para o desenvolvimento da história, sendo que por vezes afastava-se mais do original do que deveria. Existiram momentos que mudaram completamente a história de Mary de tal forma que a pessoa fica na dúvida se aconteceu ou não na vida real desta mulher, mas sem dúvida, que nos deixa a pensar e para além disso, também haviam partes que até seriam interessantes se tivessem acontecido na realidade.

 


Na realidade, Mary nunca viveu num convento, mas sim cresceu e foi educada na corte francesa, desde criança, sendo que as suas damas de companhia tinham o mesmo nome da rainha e até eram conhecidas como as 4 Marys e para além disso, nem sequer existiu um Tomás de Portugal, um dos pretendentes de Mary que apareceu na 1ª temporada, mas estes são alguns dos exemplos que foram criados apenas pelos escritores da série que também inclui a beleza de Mary que não era muito referida na história real.

 

Esta história conquistou uma boa base de fãs, sendo adequada a todas as faixas etárias, apesar de ter sido feita para um público mais jovem, em que consegue prender o espetador, proporcionando momentos emocionantes, mesmo com as mudanças históricas, mas deixa refletir sobre como era a vida destas mulheres que nunca pararam de lutar pelos seus direitos, enquanto membros da sociedade e assim virem a ganhar o respeito dos outros, pois mostra a dificuldade que é alcançar a igualdade entre homens e mulheres e a posição das mulheres na sociedade deste tempo.

 

Assim, esta série é constituída por uma lista vasta de personagens femininas com personalidades fortes que têm comportamentos específicos que são necessários para manterem-se com uma boa reputação, mas que por vezes tomam atitudes surpreendentes, em que deixam o espetador a querer torcer por estas.


 

Chegamos à conclusão que Mary Stuart, Catherine di Medici e Elizabeth Tudor foram três grandes líderes para os seus respetivos países e mostraram que sabem governar e cuidar das suas nações, mesmo que não sejam homens e que ainda há muito que esta sociedade tem para evoluir. Elas são mulheres poderosas têm uma força e inteligência fascinante em que tiveram um grande impacto no seu tempo e que conseguem sobrevivem a ameaças constantes, tornando-se assim, numa história bem interessante de acompanhar.

 

Num geral, a história não deixa de ser maravilhosa e surpreendente, cativando o espetador de formas inesperadas, através das suas personagens emblemáticas, mas podia ter sido muito mais equilibrada relativamente aos detalhes que não são fiéis ao que aconteceu na realidade e o que foi simplesmente criado pelos argumentistas da série que por vezes teve uma abordagem mais juvenil.



 

Mary Stuart é uma das rainhas mais emblemáticas do século XVI, em que era descendente legítima do rei James V da Escócia, tendo a sua história já ter sido abordada de diversas formas, mas continua a ser interessante em acompanhar as novas produções que vão sendo disponibilizadas e também acredito que houve muito mais sobre a história de Mary que não chegou a ser contada na série e espero que possa vir a acontecer no futuro numa outra adaptação.




Reign é um drama de época cheio de reviravoltas com alguns toques de modernidade que são fáceis de serem notados que tem um lado místico, onde a pessoa vai descobrindo ao longo da série e que de certa forma retrata a época exuberante que ocorria em França no século XVI. Apresenta uma certa essência da verdade da história de Mary Stuart, tendo uma versão alternativa para a vida desta rainha, sendo uma produção de ficção, em que o público cria empatia com a maior parte das personagens e isso é relativamente importante para que seja feito um bom trabalho não só através dos atores, mas também por toda a equipa técnica. Não é perfeita, mas não deixa de ter o seu valor, principalmente pela ideia que tiveram em produzir uma história de época apresentada de um modo mais moderno e atrativo e uma versão diferente e não completamente fiel ao real, mas com caraterísticas daquele tempo que acabam por criar a curiosidade no público e por isso, eu aconselho a verem e a tirarem as vossas próprias conclusões.

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