quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Filme "Dune Duna: Parte Dois" é uma viagem intergaláctica preciosa, onde a imaginação não tem limites

 

Depois do estrondoso sucesso da sua primeira parte, chegou o momento da estreia da segunda parte de uma das produções mais aguardadas dos últimos tempos. Dune Duna: Parte Dois (Dune – Part Two, como título original) é um filme da Warner Bros. Pictures e Legendary Pictures com a realização de Denis Villeneuve, sendo baseado no célebre e best-seller romance de Frank Herbert e que estreia no dia 29 de fevereiro.

No elenco, temos Timothée Chalamet, Zendaya, Rebecca Ferguson, Josh Brolin, Austin Butler, Florence Pugh, Dave Bautista, Christopher Walken, Stephen McKinley Henderson, Léa Seydoux, Stellan Skarsgård, Charlotte Rampling e Javier Bardem.

Paul Atreides é um jovem brilhante e dotado, destinado a um grande futuro além da sua compreensão. Ele deve viajar para o planeta mais perigoso do universo para assegurar o futuro da sua família e do seu povo. À medida que forças malévolas entram em conflito pelo recurso mais precioso do planeta – uma mercadoria capaz de desbloquear o maior potencial da humanidade – apenas aqueles capazes de superar o medo conseguirão sobreviver.

No regresso de Dune ao grande ecrã é explorada a jornada mítica de Paul Atreides, enquanto este se une a Chani (Zendaya) e aos Fremen, na busca pela vingança contra os conspiradores que destruíram a sua família. Agora, enfrentando a escolha entre o amor da sua vida e o destino do universo, ele esforça-se e lutará para evitar um futuro terrível que apenas ele pode prever.

Divulgação: Warner Bros. Pictures Portugal e Cinemundo

Depois de uma introdução muito bem conseguida na primeira parte, este é um novo capítulo de uma saga popular dedicada a um universo magnífico, que não vai deixar ninguém indiferente com esta adaptação épica.

Preparem-se para um regresso arrepiante a Arrakis, onde os Fremen juntam-se de um modo glorioso e mais ativo à luta contra os Harkonnen. E ainda temos finalmente, o líder destemido que tinha sido referenciado por uma profecia local. Esta profecia referia que um dia, esse messias iria surgir, salvando os habitantes do planeta Arrakis do terror e levá-los ao paraíso!

Num futuro muito distante, esta é uma aventura passada no desértico planeta Arrakis que é rica numa especiaria com características muito valiosas. Mas, que é considerado como um lugar difícil de se governar e de sobreviver, sendo que tem uma realidade muito própria que nos prende de um modo bem persuasivo. Porém, os Fremen são os únicos verdadeiramente capazes de sobreviver neste ambiente bem complexo e com as suas particularidades.

Divulgação: Warner Bros. Pictures Portugal e Cinemundo

Desta vez, a história em si é mais focada no caminho difícil que Paul Atreides terá de percorrer para se tornar na pessoa que todos esperam que ele seja. Enquanto, ele se quer vingar de quem fez mal à sua família. Para isso acontecer, Paul tem de aprender os costumes e as tradições dos Fremen e a utilizar o deserto a seu favor para cumprir com os seus objetivos.

O percurso de Paul Atreides foi muito interessante de se acompanhar, onde temos a oportunidade de assistir aos obstáculos e desafios que este jovem vai ter de enfrentar. E ainda, de saber mais sobre a história dos Fremen e como a fé deles é tão forte. Uma fé com um poder importante que pode fazer toda a diferença na sobrevivência no deserto. O desenvolvimento deste protagonista teve um tom poético, tendo sido cativante e com um desempenho bem poderoso e carismático de Timothée Chalamet.

Claro que o deserto silencioso constituído por uma essência e uma magia própria também é um dos grandes protagonistas desta produção. Este local perigoso vale muito mais do que aquilo que pensávamos e é acompanhado de novo, pelos seus gigantes vermes da areia.      

 

Divulgação: Warner Bros. Pictures Portugal e Cinemundo

Com esta produção cinematográfica consistente e com um argumento flexível, são diversos os momentos pelos quais a pessoa fica cheia de adrenalina e sente que faz parte desta história. Nós conseguimos identificar com muitas destas personagens envolventes que deixam a sua marca própria, criando empatia com as mesmas. Em Dune, nós temos a sensação que estamos a viver verdadeiramente aquele momento e a torcer por estes sobreviventes determinados. E chegamos à conclusão que o resultado é ainda maior daquilo que alguma vez pudéssemos imaginar, deixando qualquer um sem palavras.   

Este é um filme incrível de ficção científica visualmente arriscado e deslumbrante que traz um resultado fantástico e inesquecível. Tem a capacidade de misturar drama com ação e transforma completamente a forma como se faz cinema. A narrativa é arrebatadora e emocionante, sendo composta por sequências de ação e de luta espetaculares. Denis Villeneuve entrega para a sua obra-prima, um trabalho minucioso e cuidadoso com o seu estilo e visão peculiar que nos traz tanta coisa que nunca tínhamos visto antes e tem muita atenção aos detalhes.

Divulgação: Warner Bros. Pictures e Cinemundo

Nesta loucura saudável e inteligente que conseguiu superar as expetativas, também há que destacar a fotografia escolhida, os efeitos visuais utilizados e Hans Zimmer com a sua banda sonora arrebatadora, que acompanhou eficazmente cada uma das cenas mais fulcrais do argumento. Relativamente às cenas de luta apresentadas, as coreografias são criativas, empolgantes e muito bem conseguidas. E não esquecendo do elenco que fez um trabalho exemplar, brilhando cada um à sua maneira e com destaques para as excelentes interpretações de Timothée Chalamet, Zendaya, Rebecca Ferguson e Austin Butler.

Dune Duna: Parte Dois é uma viagem intergaláctica preciosa, onde a imaginação não tem limites, trazendo ao espetador uma experiência cinematográfica extraordinária, única e envolvente. E cria um paradigma completamente inovador, aumentando assim, o nível de exigência para a própria produção cinematográfica futura. Um filme notável com uma qualidade extrema que ninguém quer perder e deve ser assistido em IMAX no maior ecrã possível. De certeza, que irá ficar para a história do cinema internacional.

Este filme é perfeito e surpreendente ao nível dos seus horizontes, no qual o público fica fascinado e empolgado com aquilo que vem de seguida, criando assim, um interesse imediato pelo próximo capítulo. E claro que as expetativas estão cada vez mais elevadas para o próximo capítulo. Por isso, que venha a continuação!

Além disso, também aconselho a verem ou reverem a primeira parte desta história para perceberem e ficarem mais bem situados neste universo! Podem ler a crítica desta primeira parte AQUI!


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Filme "Os Excluídos" - é uma comédia simples, original e perceptível com algum drama à mistura que faz refletir

 

Os Excluídos (The Holdovers, como título original) é um dos filmes nomeados para a edição de 2024 dos Óscares na categoria de “Melhor Filme”, tendo sido realizado por Alexander Payne. O elenco é composto por Paul Giamatti que está nomeado na categoria de “Melhor Ator”, Da’Vine Joy Randolph que está nomeada na categoria de “Melhor Atriz Secundária” e Dominic Sessa. Além disso, já conseguiu vencer outros prémios.

Esta história acompanha um professor rabugento (Paul Giamatti) de uma prestigiada escola americana, que é obrigado a ficar no campus durante as férias de Natal para cuidar dos poucos alunos que não têm para onde ir. Entretanto, ele cria uma improvável amizade com um desses alunos – um jovem problemático e inteligente (o estreante Dominic Sessa) – e com a cozinheira-chefe da escola, que acabou de perder um filho no Vietname (Da’Vine Joy Randolph).

Já imaginaram como seria ter de passar as férias de natal na escola e não junto da família e em vez disso, na companhia de um dos professores com mais mau feitio e bem exigente? Todos nós, tivemos os nossos professores favoritos, sendo que de certeza que houve aquele com quem não tínhamos qualquer empatia. E depois, ainda era rigoroso nas avaliações e era difícil dar o braço a torcer.

Divulgação: Universal Pictures Portugal e Cinemundo

Passado nos anos 70, é o que acontece com Dominic que estava desejoso para sair da sua escola para ir viajar com a sua mãe. Porém, a mãe dele tinha outros planos com o seu companheiro e ele acabou por ficar de fora, fazendo com que passasse as suas férias na escola, completamente sozinho com um professor de uma maneira de ser complicada e a cozinheira-chefe da escola que estava de luto pelo filho que perdeu na guerra.

Parecia que tudo tinha tendência para correr mal quando esta tripla se juntasse. Mas, felizmente no decorrer da narrativa houve conflitos, foi adquirida uma aprendizagem constante e surgiram surpresas inesperadas. Nem tudo o que parece realmente é o que acontece na realidade! Como coisas muito simples podem ser muito mais valiosas e assim, encherem logo o coração de alguém. E até as surpresas que a própria vida nos pode vir a reservar.

Esta história bem sólida apresenta como uma relação improvável entre aluno e professor se pode transformar numa amizade com uma dinâmica especial. E ainda, desenvolve temas pertinentes para a sociedade, seja o funcionamento de uma escola em época de festas, a solidão, o desapontamento, o isolamento, como a maneira que o luto por um ente querido pode afetar a pessoa, o bullying, entre outros. 

Divulgação: Universal Pictures Portugal e Cinemundo

Os Excluídos é uma comédia simples, original e perceptível com algum drama à mistura que tem a capacidade de entreter de uma forma natural e divertida quem está a ver, sendo que aborda um tema que não é muito referenciado atualmente, como é o caso das relações entre professores e alunos. E o trabalho árduo que o próprio professor faz constantemente para ensinar o melhor que pode a esses jovens e os respetivos sacrifícios que por vezes, ele tem de fazer.

Esta é uma produção realizada com inteligência, carisma e com qualidade que contém um elenco exemplar que faz um ótimo trabalho, trazendo à sua maneira, uma experiência leve e uma empatia imediata ao espetador. 

A mensagem transmitida por este filme é preciosa, eficiente e familiar, pois faz com que todos possamos refletir perante inúmeras coisas que podem fazer toda a diferença na forma como nos relacionamos uns com os outros e com nós próprios. Além disso, também nos dá a oportunidade de aprender umas boas curiosidades e lições de história.   


domingo, 11 de fevereiro de 2024

Série "Zorro" da Prime Video - a nova adaptação de um herói mascarado lendário que nos traz uma nostalgia imediata

 

Uma das produções da Prime Video que suscitou mais curiosidade para 2024 foi a série Zorro. Esta nova adaptação constituída atualmente por 10 episódios é escrita e criada por Carlos Portela e tem Miguel Bernardeau como o herói mascarado.

Para além de Miguel Bernardeau, temos no elenco, Renata Notni, Dalia Xiuhcoatl, Emiliano Zurita, Andrés Almeida, Cuauhtli Jiménez, Elia Galera, Paco Tous, Rodolfo Sancho, Cristo Fernández, Francisco Reyes, Luis Tosar, Ana Layevska, Fele Martínez, Peter Vives, Joel Bosqued e também conta com a participação de Cecilia Suárez.

Esta série vai transportar os espetadores a uma emocionante aventura cheia de ação e coragem no século XIX. A história acompanha Diego de la Vega (Miguel Bernadeu) que é o escolhido para ser o novo Zorro, ainda que o seu objetivo seja apenas descobrir os assassinos que mataram o pai e levá-los à justiça. À medida que assume o papel de Zorro, Diego luta pela justiça em Los Angeles, mas também descobre os desafios de ser um herói e como o seu papel afeta a Califórnia no século XIX.

Zorro é inspirado pela personagem que foi criada em 1919 pelo escritor Johnston McCulley e que desde então já trouxe inúmeras adaptações, sendo o filme protagonizado por Antonio Banderas até considerado como um dos grandes êxitos dos anos 90 e que continua a conquistar admiradores nos dias de hoje. Um clássico que perdemos a conta de quantas vezes assistimos a esse filme!  

A Califórnia no século XIX estava a traçar o seu caminho até se transformar completamente e deixar de ser uma província mexicana. Até lá, muito ainda tinha de acontecer nesta terra dividida e nem todos iriam ficar satisfeitos com essa futura mudança.

Desta vez, temos um Diego de la Vega mais jovem que vem para a sua propriedade na Califórnia, após a morte misteriosa do seu pai. Ele é um homem charmoso da aristocracia com princípios e com um bom coração que é determinado e não gosta de ver injustiças. E quer descobrir em quem se quer tornar, o que realmente aconteceu ao seu pai e quem são os verdadeiros responsáveis pela morte dele. O que ele não imaginava é que esta sua investigação iria ser perigosa e levar a desvendar conspirações, segredos obscuros e revelações inesperadas.

A escolha do Zorro é envolvida de um modo interessante e perante um lado mais espiritual. O traje desta figura vai sendo passado de pessoa em pessoa, onde a decisão é feita por uma entidade nativa-americana que está encarnada numa raposa. Depois da morte do anterior Zorro, a decisão recai para um Diego de la Vega surpreendido que irá precisar do seu tempo para processar essa informação e mostrar o seu valor para usar a máscara. Diego de la Vega vai-se tornar num Zorro com um traje novo que vai trazer boas surpresas e criar uma empatia instantânea para quem está a ver.  

Um dos pontos mais positivos desta série é o facto de retratarem e destacarem a história dos indígenas e ainda, criarem uma ligação especial entre este povo e o Zorro. Esta é uma ligação profunda e mágica que faz todo o sentido que seja mencionada e ao mesmo tempo, é essencial que seja valorizada a importância que os indígenas tiveram e continuam a ter na história da Califórnia e dos próprios Estados Unidos.   

Outra coisa que vale mesmo a pena destacar é a dinâmica e o companheirismo único entre Diego de la Vega e Bernardo (funcionário do seu pai). Bernardo é mudo e por isso, comunica-se com Diego através de linguagem gestual. É bem engraçado ver as picardias entre eles e a cumplicidade bonita que têm, sendo que Bernardo até tem um talento natural para ajudar Diego a ser o Zorro, a desenvolver as suas habilidades de luta e a esconder o seu segredo. Bernardo é mesmo o aliado ideal de Diego que fará o que for necessário pelo seu amigo. As cenas partilhadas entre esta dupla são das minhas favoritas que por vezes, têm um alívio cómico com piadas leves, mas introduzidas na altura certa.

Já a relação de Diego e Lolita poderia ter tido uma química mais evidente e natural. Sinceramente, fiquei com a sensação que por vezes, era forçado e de que faltava algo para preencher uma dinâmica que poderia ter sido melhor sucedida.        

Zorro é uma série divertida que faz a pessoa viajar na sua mente pelo universo deste herói e sentir a ação em primeira mão. Também consegue entreter e é difícil não gostar, apresentando de um modo revigorante aquela personagem clássica e icónica que tanto adoramos. Uma história bem construída com alguns flashbacks e muitas reviravoltas que é constituída por uma visão mais moderna e não esquece dos elementos próprios da época que representa. Pode até ter algumas falhas, diálogos um pouco desnecessários e também momentos com um ritmo mais lento ou conter personagens mais irritantes e pouco atrativas. Mas, não tira a vontade de continuar a acompanhar a narrativa que está a ser contada.

No entanto, esta nova adaptação de Zorro é diferente com as suas mudanças e nada tem a ver com os seus filmes populares. Contudo, traz uma nostalgia imediata e a essência deste herói lendário sempre disposto a lutar, sem esquecer o seu “Z” simbólico e o seu legado. Ainda aborda temas relevantes para a sociedade e que as pessoas se identificam, tais como, o empoderamento feminino, colonização, justiça, classes sociais, o povo indígena que mais tarde teve de abandonar as suas terras, violência, entre outros.

Esta é uma aventura desenrolada no século XIX que possui um visual e uma mensagem própria, captando a atenção com as suas cenas de ação e luta bem conduzidas e impecáveis, e com coreografias bem criativas e cativantes. Com uma boa escolha para a fotografia e banda sonora, o facto dos seus figurinos terem sido bem retratados para a época e com um bom desempenho de Miguel Bernardeau, esta visão trouxe assim, um resultado bem satisfatório e com um tom mais poético que surpreendeu positivamente o espetador. A sua cena final é servida para que haja uma continuação da história. Por isso, agora é esperar que tragam mais aventuras com ainda mais qualidade para este Zorro cheio de potencial e na companhia do seu aliado bem corajoso e carismático Bernardo.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

A nova adaptação do filme "A Cor Púrpura" é um drama musical que toca ainda mais profundamente o coração

 

Chegou o momento de acompanharem a arrojada e nova visão do clássico intemporal com o nome de A Cor Púrpura (The Color Purple, como título original). Desta vez é produzido por Oprah Winfrey, Steven Spielberg, Scott Sanders e Quincy Jones, sendo realizado por Blitz Bazawule. Já o elenco é constituído por Fantasia Barrino, Taraji P. Henson, Danielle Brooks, Colman Domingo, Corey Hawkins, H.E.R., Halle Bailey e Phylicia Pearl Mpasi. 

Esta é uma adaptação do romance e do musical da Broadway que conta a história bem emocionante de Celie (Fantasia Barrino), Shug (Taraji P. Henson) e Sofia (Danielle Brooks), três mulheres com personalidades fortes que vão ser constantemente testadas, cada uma à sua maneira. Um testemunho da extraordinária irmandade destas corajosas que partilham um laço indestrutível.  

Separada da irmã e dos filhos, Celie enfrenta uma vida difícil com um marido abusivo, mas com o apoio da cantora Shug Avery e da sua enteada, Celie encontra a verdadeira força e vontade de andar para a frente.

Inicialmente contada no filme de 1985, esta nova abordagem é ousada e arriscada, sendo que está repleta de música cativante e com uma história bem intrigante, intensa e memorável.  

São muitos os temas que são desenvolvidos neste clássico produzido novamente, mas desta vez com um toque mais moderno e com mais tecnologia à disposição. Como exemplo desses temas, temos o caso do amor, resiliência, empoderamento, discriminação, raça, cultura, guerra e a violência física e psicológica. E também mostra como as mulheres podem por vezes, sentir-se invisíveis e desvalorizadas para o mundo, mas mesmo assim, são lutadoras e são capazes de se levantar, aconteça o que acontecer.  

Além disso, temos uma inovação interessante, relativamente ao original. Falamos do lado mais musical da história, onde cada uma das músicas cantadas pelas suas personagens foram muito bem desempenhadas, ficando no ouvido de qualquer um e criando uma sensação imediata de alegria e diversão. Cada um teve o seu momento para brilhar. Apesar de estarem a passar por situações mais difíceis, a música podia sempre aliviar a alma. As coreografias de dança em si foram uma boa surpresa que trouxeram uma ligação ainda mais mágica à própria narrativa.

Divulgação: Warner Bros Portugal e Cinemundo

Os destaques principais vão para a interpretação fantástica das três protagonistas. Tanto Fantasia Barrino, como Taraji P. Henson e Danielle Brooks fizeram um excelente trabalho e deixaram a sua marca de uma forma positiva. Elas tiveram a capacidade fabulosa de apresentar notavelmente e de um modo muito especial, todas os elementos peculiares das personalidades destas mulheres, como também as suas vulnerabilidades. Mulheres essas que merecem todo o nosso respeito, em que acabamos por nos identificar e até emocionar com o desenrolar das suas histórias.  

Para mim, a minha favorita foi sem dúvida, o desempenho da Taraji P. Henson a representar Shug Avery, uma cantora que parecia que tinha tudo, porém na realidade faltava-lhe o mais importante, o amor do seu pai. Não só acompanhámos as suas cenas mais dramáticas que criam uma empatia instantânea com o espetador, como também o seu talento nato como artista musical. Não é que a sua Shug Avery me fez lembrar características únicas da sua personagem Cookie Lyon da série Empire? Uma nostalgia que soube mesmo muito bem!

Também é importante relatar o ótimo trabalho de Colman Domingo que nos trouxe um dos grandes antagonistas deste argumento e mais uma vez, surpreendeu pela positiva. Já não é o primeiro trabalho que acompanho este ator a fazer de um vilão e a maneira que ele o faz é tão bom e realista, que cria ao espetador uma sensação de irritação e às vezes de ódio, torcendo assim, para que leve com as consequências das suas ações.

Divulgação: Warner Bros Portugal e Cinemundo

Agora, referindo a uma possível comparação entre o filme de 1985 e este mais atual, podemos observar distinções claras que até foram interessantes de se ver. Existem situações da história que são mais desenvolvidas num filme do que noutro e outras que são retratadas de um modo ligeiramente diferente. Por isso, considero que a junção dos dois trouxe uma experiência ainda mais eficiente e útil para quem teve a oportunidade de assistir a estas duas produções.  

Se tivesse de escolher entre estes dois filmes, a decisão iria sem qualquer dúvida, para esta abordagem mais recente que teve a capacidade extraordinária de proclamar o seu lugar, mesmo não sendo a primeira versão desta história e ainda, exceder as minhas expetativas. É uma visão bonita, ousada e emocionante que transmite esperança para os tempos mais difíceis e conquistou com a sua magia emblemática, sendo que merece todo o devido reconhecimento.

Divulgação: Warner Bros Portugal e Cinemundo

Desta vez, A Cor Púrpura é um drama musical que toca ainda mais profundamente o coração, deixando uma mensagem poderosa e inesquecível ao público e sem nunca esquecer de mencionar a sua própria essência. Tanto o filme de 1985, como esta nova adaptação complementam-se entre si, apresentando o que realmente importa. E transmitindo uma lição de vida pertinente de determinação e sobrevivência que capta a atenção da pessoa, desde o início ao fim.   

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Filme "Argylle - Espião Secreto" é um thriller de espionagem que traz boas surpresas e revelações

Realizado por Matthew Vaughn, Argylle – Espião Secreto (Argylle, como título original) é uma das próximas histórias atrativas que podem ir ver aos cinemas.

O elenco é constituído por Bryce Dallas Howard, Sam Rockwell, Henry Cavill, John Cena, Ariana DeBose, Dua Lipa, Bryan Cranston, Catherine O’Hara, Sofia Boutella e Samuel L. Jackson.

Preparados para assistirem à divertida história do espião secreto Argylle, através da sua criadora, Elly Conway?

Divulgação: Universal Pictures e Cinemundo

Elly é uma escritora reclusa de romances de espionagem populares, prefere passar as noites em casa com o seu computador e gato, Alfie. Porém, quando as histórias fictícias de Elly sobre Argylle, que expõe um sindicato global de espiões, começam a espelhar ações de uma organização de espionagem real, as noites tranquilas de Elly acabam.

Juntamente com Aiden, um espião que é alérgico a gatos, e com Alfie na mochila, Elly viaja pelo mundo para fugir de assassinos, enquanto a fronteira entre a ficção e a realidade começa a esbater-se.

Qual é para vocês, a vossa noção de felicidade? Para Elly, a protagonista desta narrativa que é a autora de uma série de romances de espionagem bestseller é sem dúvida, estar no cantinho da sua casa, acompanhada pelo seu computador e o seu gato com quem tem uma ligação única.

Divulgação: Universal Pictures e Cinemundo

Já imaginaram como seria se as histórias supostamente ficcionais que estávamos a escrever eram transportadas para a vida real e acabávamos por correr risco de vida? Era algo que não passava pela cabeça de Elly, até que chega a um ponto que começa a questionar a sua própria sanidade mental. Contudo, inicialmente ela não sabia que ainda havia muito mais para acrescentar a este puzzle. Um puzzle que foi sendo preenchido aos poucos, com as peças que foram surgindo, mesmo que não fizessem qualquer sentido para a mente dela.

Chegou o momento, em que a possível revelação da existência de um sindicato de espiões global começou a refletir as ações secretas de uma organização de espiões da vida real. Nada na vida de Elly voltará a ser o que era. Uma linha entre o mundo fictício de Elly com o real começa a ser quebrada e ela é a chave para encontrar a solução.      

Divulgação: Universal Pictures e Cinemundo

Uma das estrelas desta história é nada menos do que Alfie, interpretado por Chip, o gato da vida real da supermodelo Claudia Vaughn (mais conhecida como Claudia Schiffer). Não vão faltar cenas em que este gato colocado numa mochila com formato espacial irá surpreender.

Um dos antagonistas desta história é o diretor da organização de espionagem real desempenhado por Bryan Cranston, sendo que a sua personagem fez-me lembrar traços específicos da personalidade carismática de Walter White da série de sucesso The Breaking Bad. E assim, ele teve a capacidade de trazer para mim, uma nostalgia automática e revigorante.

Divulgação: Universal Pictures e Cinemundo

Um dos pontos fortes do filme é sem dúvida, muitas das cenas protagonizadas por Sam Rockwell que trazem um brilho especial para a própria narrativa. A sua personagem é Aiden, um espião eficaz e invulgar que tem uma vulnerabilidade engraçada, ou seja, a sua alergia a gatos. Alergia essa que vai ser constantemente testada com a presença de Alfie, o gato de Elly. Aiden traz uma energia contagiante e instantânea para o espetador, fazendo com que a pessoa se identifique logo com ele e torça para que tenha sucesso na sua missão.       

Quanto maior o espião, maior a mentira, será que é mesmo assim? Nem tudo o que parece realmente é! Argylle é um thriller de espionagem com elementos distorcidos pelo meio, que nos desafia a questionar a própria realidade, sendo que ficamos constantemente em alerta, quando é para confiarmos em algo ou alguém.

Divulgação: Universal Pictures e Cinemundo

Com esta produção, temos a capacidade de identificar alguns dos elementos chave dos filmes de espionagem que foram retratados, sendo que no final, transformaram-se em algo mais simples do que na realidade são. Criatividade não irá faltar, principalmente nas cenas de luta que por vezes, trazem uma coreografia inovadora e diferente no bom sentido.

Argylle – Espião Secreto tem uma essência própria envolvida numa história flexível, inesperada e energética, sendo repleta de reviravoltas interessantes e loucuras coloridas. É uma fonte de entretenimento com um estilo peculiar que consegue trazer diversão com uma excelente combinação de sequências de ação bem cativante e ainda, com uma dose de elegância. Tem um lado mais absurdo e até improvável de determinadas cenas acontecerem, mas até trouxe boas surpresas para o argumento em si e risos na altura certa. O elenco fez um ótimo trabalho, criando assim, uma empatia imediata com o espetador.

Uma coisa é certa! Este universo ainda tem muito potencial de histórias para serem contadas que irão com certeza, criar uma ótima experiência para o público que quiser acompanhar. Por isso, que venha a próxima para nos trazer mais um momento bem passado e cheio de revelações!