Chegou o momento de acompanharem a arrojada e nova visão do clássico intemporal com o nome de A Cor Púrpura (The Color Purple, como título original). Desta vez é produzido por Oprah Winfrey, Steven Spielberg, Scott Sanders e Quincy Jones, sendo realizado por Blitz Bazawule. Já o elenco é constituído por Fantasia Barrino, Taraji P. Henson, Danielle Brooks, Colman Domingo, Corey Hawkins, H.E.R., Halle Bailey e Phylicia Pearl Mpasi.
Esta é uma adaptação do romance e do musical da Broadway que conta a história
bem emocionante de Celie (Fantasia Barrino), Shug (Taraji P.
Henson) e Sofia (Danielle Brooks), três mulheres com personalidades
fortes que vão ser constantemente testadas, cada uma à sua maneira. Um
testemunho da extraordinária irmandade destas corajosas que partilham um laço
indestrutível.
Separada da irmã e dos filhos, Celie enfrenta uma vida difícil com
um marido abusivo, mas com o apoio da cantora Shug Avery e da sua
enteada, Celie encontra a verdadeira força e vontade de andar para a
frente.
Inicialmente contada no filme de 1985, esta nova abordagem é ousada e
arriscada, sendo que está repleta de música cativante e com uma história bem
intrigante, intensa e memorável.
São muitos os temas que são desenvolvidos neste clássico produzido novamente,
mas desta vez com um toque mais moderno e com mais tecnologia à disposição. Como
exemplo desses temas, temos o caso do amor, resiliência, empoderamento,
discriminação, raça, cultura, guerra e a violência física e psicológica. E
também mostra como as mulheres podem por vezes, sentir-se invisíveis e
desvalorizadas para o mundo, mas mesmo assim, são lutadoras e são capazes de se
levantar, aconteça o que acontecer.
Além disso, temos uma inovação interessante, relativamente ao original.
Falamos do lado mais musical da história, onde cada uma das músicas cantadas
pelas suas personagens foram muito bem desempenhadas, ficando no ouvido de
qualquer um e criando uma sensação imediata de alegria e diversão. Cada um teve
o seu momento para brilhar. Apesar de estarem a passar por situações mais difíceis,
a música podia sempre aliviar a alma. As coreografias de dança em si foram uma boa
surpresa que trouxeram uma ligação ainda mais mágica à própria narrativa.
Divulgação: Warner Bros Portugal e Cinemundo
Os destaques principais vão para a interpretação fantástica das três
protagonistas. Tanto Fantasia Barrino, como Taraji P. Henson e Danielle Brooks
fizeram um excelente trabalho e deixaram a sua marca de uma forma positiva. Elas
tiveram a capacidade fabulosa de apresentar notavelmente e de um modo muito
especial, todas os elementos peculiares das personalidades destas mulheres,
como também as suas vulnerabilidades. Mulheres essas que merecem todo o nosso
respeito, em que acabamos por nos identificar e até emocionar com o desenrolar
das suas histórias.
Para mim, a minha favorita foi sem dúvida, o desempenho da Taraji P. Henson
a representar Shug Avery, uma cantora que parecia que tinha tudo, porém
na realidade faltava-lhe o mais importante, o amor do seu pai. Não só
acompanhámos as suas cenas mais dramáticas que criam uma empatia instantânea com
o espetador, como também o seu talento nato como artista musical. Não é que a
sua Shug Avery me fez lembrar características únicas da sua personagem Cookie
Lyon da série Empire? Uma nostalgia que soube mesmo muito bem!
Também é importante relatar o ótimo trabalho de Colman Domingo que nos
trouxe um dos grandes antagonistas deste argumento e mais uma vez, surpreendeu
pela positiva. Já não é o primeiro trabalho que acompanho este ator a fazer de um
vilão e a maneira que ele o faz é tão bom e realista, que cria ao espetador uma
sensação de irritação e às vezes de ódio, torcendo assim, para que leve com as
consequências das suas ações.
Divulgação: Warner Bros Portugal e Cinemundo
Agora, referindo a uma possível comparação entre o filme de 1985 e este
mais atual, podemos observar distinções claras que até foram interessantes de
se ver. Existem situações da história que são mais desenvolvidas num filme do
que noutro e outras que são retratadas de um modo ligeiramente diferente. Por
isso, considero que a junção dos dois trouxe uma experiência ainda mais eficiente
e útil para quem teve a oportunidade de assistir a estas duas produções.
Se tivesse de escolher entre estes dois filmes, a decisão iria sem qualquer
dúvida, para esta abordagem mais recente que teve a capacidade extraordinária
de proclamar o seu lugar, mesmo não sendo a primeira versão desta história e ainda,
exceder as minhas expetativas. É uma visão bonita, ousada e emocionante que transmite
esperança para os tempos mais difíceis e conquistou com a sua magia emblemática,
sendo que merece todo o devido reconhecimento.
Divulgação: Warner Bros Portugal e Cinemundo
Desta vez, A Cor Púrpura é um drama musical que toca ainda mais profundamente o coração, deixando uma mensagem poderosa e inesquecível ao público e sem nunca esquecer de mencionar a sua própria essência. Tanto o filme de 1985, como esta nova adaptação complementam-se entre si, apresentando o que realmente importa. E transmitindo uma lição de vida pertinente de determinação e sobrevivência que capta a atenção da pessoa, desde o início ao fim.
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