domingo, 19 de maio de 2024

Filme "Os Estranhos - Capítulo 1" - será que foi uma boa ideia ressuscitar esta história de terror que já tinha sido contada antes?

 

Os Estranhos – Capítulo 1 (Tha Strangers: Chapter 1, como título original) é o primeiro de uma trilogia do género de terror que pretende criar uma adaptação pelos olhos do realizador Renny Harlin, tendo sido baseado em The Strangers, o filme original de 2018 que na altura foi realizado por Bryan Bertino. Esta nova versão é protagonizada por Madeleine Petsch e Froy Gutierrez.

Depois do carro avariar numa pequena e misteriosa cidade, um jovem casal (Madelaine Petsch e Froy Gutierrez) é forçado a passar a noite numa cabana abandonada na floresta. O pânico instala-se quando começam a ser aterrorizados por três estranhos mascarados que atacam sem piedade e, aparentemente, sem qualquer motivo em OS ESTRANHOS – CAPÍTULO 1, o arrepiante primeiro filme desta série de filmes de terror que se prevê ser um sucesso.

No entanto, será que foi uma boa ideia ressuscitar esta história de terror que já tinha sido contada antes? Uma coisa é garantida! Existe sempre alguma curiosidade em ir assistir a determinadas histórias para ver se é possível melhorar uma narrativa já retratada anteriormente, acabando por automaticamente fazer comparações com o original.

O mal está à espreita e estes são simplesmente estranhos que neste caso não precisam de um motivo para matarem, deixando qualquer um, plenamente aterrorizados com eles. Até pode não fazer sentido, mas não iria criar mais ligação com o espetador, se soubéssemos as razões pelas quais estão a assustar e a atacar pessoas possivelmente aleatórias?

As novas vítimas destes estranhos psicopatas são um jovem casal que está a cruzar os Estados Unidos, em direção a um recomeço na costa do Pacífico. Infelizmente, devido a um imprevisto com o carro, não têm outra escolha senão parar num Airbnb isolado numa floresta localizada em Vénus, no Oregon. O que Maya e Gregory não esperavam é que teriam de suportar uma noite de terror e desespero contra três estranhos mascarados. Será que vão conseguir escapar com vida?

Já imaginaram como um simples bater à porta pode transformar a vida de alguém num autêntico pesadelo que não teima em terminar? Com este filme, temos a chance de ver isso na prática.

Os Estranhos – Capítulo 1 é daqueles filmes de terror que pode criar num ambiente mais remoto, um nível elevado de suspense, perigo e tensão, tendo sido envolvido numa boa realização. E onde, uma simples imagem ou som poderá ser o suficiente para assustar e pregar alguns sustos ligeiros para quem está a ver. Porém, pode ser considerado como facilmente esquecível, devido a não trazer nada de novo para o universo do terror, mesmo que possa prender o público ao ecrã. A pessoa até pode ter curiosidade em querer saber como se irá desenrolar a história, porque estamos a falar de um tipo de introdução à mesma, onde o fim deixa tudo em aberto para a continuação desta trilogia.

Mesmo assim, foi uma aposta arriscada que poderá não ter o resultado desejado. Por isso, o melhor é quem for ver o filme não ir com qualquer expetativa e nem fazer comparações com o original. E ao longo de 90 minutos, simplesmente aproveitar um momento de horror leve com música tensa e acompanhar estes estranhos que podem ser qualquer um. Depois, quem sabe, os filmes seguintes poderão surpreender mais pela positiva, devido a ter sido prometido que iria transportar-nos para um território mais desconhecido, em relação ao filme original de 2008.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Filme "Abigail" - será que este filme de terror traz algo de novo para o universo dos vampiros?

 

Abigail é um dos filmes de terror mais recentes lançados e relacionados com vampiros que tem a realização de Matt Bettinelli-Opin e Tyler Gillett. Este é um dos últimos projetos de Angus Cloud que faleceu em 2023.

O elenco é composto por Melissa Barrera, Dan Stevens, Kathryn Newton, William Catlett, Kevin Durand, Angus Cloud e ainda Alisha Weir.

Neste filme, após um grupo de criminosos raptar a filha de 12 anos de um poderoso manda-chuva do submundo, uma bailarina, tudo o que precisam fazer para obter o resgate de 50 milhões de euros é vigiar a criança durante a noite. Numa mansão isolada, os raptores começam a desaparecer, um por um, e descobrem para seu horror, que estão trancados lá dentro com uma rapariga nada comum.

Uma das questões mais pertinentes que são abordadas nesta narrativa é: será que as crianças podem ser verdadeiros monstros? Pode ser possível, mas tudo dependerá das circunstâncias. Será que Abigail, uma menina de 12 anos é realmente tão indefesa como o grupo de pessoas que a raptou pensava? Uma coisa é garantida! Para estes raptores será uma noite muito difícil de passar e que irá ser um autêntico terror.

Divulgação: Universal Pictures Portugal e Cinemundo

Estes raptores bem peculiares, cada um com um talento próprio aceita um trabalho supostamente simples, que iria levar a um pagamento bastante significativo. Mas, que na realidade não era bem assim e trazia muitas mais complicações, principalmente por ser a filha de um dos homens mais poderosos e perigosos, tendo sido associado a inúmeros crimes e muito mais. O que parecia ser tomar conta de uma bailarina de 12 anos durante apenas 24 horas até chegar o momento de receberem o resgate, acabou por se tornar no pior pesadelo deles, onde não têm por onde fugir numa mansão isolada e trancada.

Um dos destaques foi sem dúvida, acompanhar Dan Stevens como um dos antagonistas da história, onde podemos ver mais uma vez a versatilidade deste ator que teve mais um ótimo desempenho. Outra surpresa foi o momento em que conhecemos o pai de Abigail que fez lembrar repentinamente uma outra personagem que era um vampiro charmoso e carismático de uma série designada por A Discovery of Witches. É verdade! Este é o ator que interpretou dois vampiros, um neste filme e outro na série referida anteriormente que são projetos diferentes, mas com traços bem semelhantes a nível das personagens. É incrível como uma voz de alguém traz uma nostalgia e um reconhecimento imediato, sem precisar de aparecer no ecrã.  

Além disso, foi pena algumas das personagens não terem sido melhor aproveitadas, pois tinham potencial para tal.

Até foi engraçado de ver como muitas teorias relacionadas com vampiros são colocadas em prática. Contudo, nem todas têm os resultados desejados e neste caso, este grupo descobre isso da pior forma.   

Divulgação: Universal Pictures Portugal e Cinemundo

Abigail é uma produção artística de terror fora da caixa que é envolvida ao som de músicas impactantes, sendo que combina vampiros sedentos de sangue numa visão refrescante e fora do usual com a arte do ballet. E, sem esquecer o lado slasher e sanguinário, característico de filmes deste género. O argumento em si é fluído e sem grandes complexidades, no qual cumpre com o seu propósito de entreter o espetador, ao mesmo tempo que traz algo novo para o mundo do sobrenatural, relativamente aos vampiros e as suas habilidades.

E também temos a oportunidade de ver como é que algo tão improvável como o ballet pode relacionar-se com vampiros. Mas, foi interessante a forma como introduziram isso, nos quais Abigail, uma bailarina com um talento nato para esta arte que fazia coreografias com requinte, enquanto parecia completamente inofensiva. E que, depois com os seus jogos conduzia as suas vítimas a um desfecho pior.

Este é um filme de thriller com as suas surpresas e o seu suspense que diverte e tem exatamente os elementos necessários para atrair a pessoa, principalmente quem gosta de histórias de terror. Porém, tem as suas falhas que felizmente não chega a atrapalhar e não faz qualquer tipo de diferença para a experiência do espetador. Não é perfeito e existem personagens facilmente esquecíveis. Por isso, é fundamental não se ir com expetativas e preparar para aproveitar um momento de um entretenimento simples e realizado a um ritmo adequado, que pode ter cenas mais exageradas, mas não esquece cenas de horror mais assustadoras que testam o instinto de sobrevivência das personagens.

Abigail até teve a capacidade de surpreender positivamente com o modo como desenvolveu a sua história, onde não podia faltar mortes inesperadas, criativas e com alguma violência pelo meio. De uma maneira muito própria, conseguiu trazer uma visão nova e interessante sobre um tema que já foi muito explorado. Este é um filme que não irá pregar muitos sustos, mas que irá divertir quem decidir ir assistir. 

domingo, 12 de maio de 2024

Filme "O Reino do Planeta dos Macacos" - será que dar uma vida nova a este mundo foi uma boa ideia?

 

Já podem ver o novo filme de ação e aventura da 20th Century Studios. O Reino do Planeta dos Macacos (Kingdom of the Planet of the Apes, como título original) já estreou, sendo que desta vez o realizador Wes Ball dá uma nova visão a esta franquia tão popular do universo da cultura pop. Esta nova versão é baseada em personagens criadas por Rick Jaffa & Amanda Silver.

Do elenco participam nomes, tais como: Owen Teague, Freya Allan, Kevin Durand, Peter Macon e William H. Macy.

Esta é uma vida nova para esta franquia épica que se passa no futuro. Várias gerações após o reinado de César, onde os macacos são a espécie dominante que vive harmoniosamente e os humanos foram reduzidos a viver nas sombras. À medida que um novo líder primata constrói o seu império, um jovem macaco inicia uma jornada angustiante que o levará a questionar tudo o que sabe sobre o passado e a fazer escolhas que irão definir o futuro dos macacos e dos humanos.

Já não seria a primeira vez em que nós imaginávamos como seria o nosso planeta, caso os seres humanos deixassem de ser a espécie dominante. E tivemos a oportunidade de ver isso com a chegada dos macacos à liderança do planeta, através da trilogia do Planeta dos Macacos que deixou a sua marca no cinema. Contudo, será que havia muitas mais histórias para serem contadas sobre este tema? Acredito que sim! E quando foi revelado que este seria um tipo de renovação deste mundo, ou seja, uma vida completamente nova, a curiosidade em ver o resultado aumenta.

Divulgação: 20th Century Studios

Primeiramente, é importante referir que não é totalmente necessário acompanhar os filmes anteriores da trilogia. Assim, até podemos ir ver sem qualquer tipo de expetativas e quem sabe, a experiência em si surpreender e não ter a necessidade de fazer comparações.

Além disso, logo no início do filme, é introduzido as circunstâncias pelas quais os macacos se tornaram na espécie dominante do planeta. Tudo foi devido à humanidade ter criado um vírus que aumentou significativamente a inteligência dos macacos. Ao mesmo tempo, os humanos acabaram por perder as suas capacidades, chegando a um ponto que os sobreviventes foram obrigados a viver nas sombras.

Apesar da narrativa se desenrolar várias gerações após o reinado de César, ele é um herói que impactou para sempre a vida dos macacos e que continua a ser uma lenda para eles. A memória dele continua a persistir, mesmo que existam aqueles que querem justificar que as ações cruéis que são executadas são em homenagem a ele.

Divulgação: 20th Century Studios

Muito mudou desde a partida iminente de César e agora existe um novo líder primata que quer construir o seu império numa forma que nem todos irão aceitar. Depois temos, Noa, um jovem macaco que vai dar que falar e que tem muito para aprender! Poderá ser este jovem, o líder que os macacos estão a precisar e quem sabe, realizar um dos desejos de César que era viver harmoniosamente com os humanos? Será que a essência de César corre nas veias de Noa? Uma coisa é certa! Ele terá um caminho longo pela frente, onde não terá a vida facilitada e com obstáculos que serão mais difíceis de ultrapassar do que ele pensava.

Noa é daqueles macacos em que a pessoa cria logo uma empatia imediata e fica a torcer para que ele consiga salvar o seu clã e vença. Com um bom coração, ele tem as melhores das intenções, mas existem situações que vão surgindo que farão com que Noa acabe por questionar muita coisa, incluindo o passado. E isso, será vital para que Noa faça escolhas importantes para o futuro dos macacos e até dos humanos.

Divulgação: 20th Century Studios

Depois, temos uma humana com habilidades que não eram vistas há algum tempo e que de uma certa forma, é considerada como uma ameaça para os macacos, principalmente para o novo líder intimidante. Será que ela tem boas intenções para com Noa ou tem um plano escondido que quer ver concretizado? Interpretada por Freya Allan, esta jovem por diversas vezes me fez lembrar traços característicos da personalidade complexa de Ciri, a personagem que esta atriz dá vida em The Witcher, a série da Netflix. Houve momentos, em que parece mesmo que somos ligeiramente transportados para esse mundo.

Acompanhando há já algum tempo o trabalho de Kevin Durand, eu tinha curiosidade em vê-lo a desempenhar o papel de antagonista desta história. Gostei o modo como foi apresentado este líder primata que não olhava a meios para os seus fins, mas achei que poderia ter sido muito mais bem aproveitado. Por isso, gostava de ver mais vezes este ator num registo de vilão, pois o que não falta é potencial para tal.

Divulgação: 20th Century Studios

O Reino do Planeta dos Macacos é um filme de ação e aventura que tem a sua capacidade própria de entreter e de fazer a pessoa refletir, sendo que um dos seus maiores destaques vai para os efeitos visuais fantásticos que deixam qualquer um fascinado com aquilo que está a ver, mesmo que esteja a ser apresentado um mundo apocalíptico. No entanto, são evidentes os seus problemas, principalmente a nível do ritmo que acaba por ser desequilibrado, levando a que o espetador possa vir a reduzir um pouco do interesse de ver o que vai acontecer de seguida. As cenas de ação são bem executadas e tenho pena de não terem havido muitas mais.

Até pode fechar o ciclo de uma história, mas depois da cena pós-créditos dá para perceber que esta produção abre diversas possibilidades para sequências futuras, criando mesmo assim, vontade em acompanhar as próximas aventuras destes macacos e a luta resiliente dos humanos. Que venham mais filmes relacionados com este mundo que possam vir a surpreender e de uma certa forma, inovar tudo o que foi feito até agora.



domingo, 5 de maio de 2024

Filme "The Idea of You" - o que esperar de uma das comédias românticas mais aguardadas do ano?

 

Um dos filmes mais recentes que estreou em exclusivo na plataforma da Prime Video é The Idea of You, considerada como uma das comédias românticas mais aguardadas do ano que tem a realização de Michael Showalter.

Tendo sido baseado no livro de Robinne Lee, é protagonizado por Anne Hathaway que também tem o papel de produtora e Nicholas Galitzine. E o elenco também é composto por Ella Rubin, Annie Mumolo, Reid Scott, Perry Mattfeld, Jordan Aaron Hall, Mathilda Gianopoulos, Raymond Cham Jor., Jaiden Anthony, Viktor White e Dakota Adan.

Como referido anteriormente, baseado no aclamado romance contemporâneo homónimo, The Idea of You conta a história de Solène (Anne Hathaway), uma mãe solteira de 40 anos que inicia um romance inesperado com Hayes Campbell (Nicholas Galitzine), de 24 anos, vocalista de August Moon, a boys band mais requisitada do planeta. Quando Solène é forçada a acompanhar a filha adolescente ao Festival de Música Coachella, depois de o seu ex a ter abandonado à última da hora, tem um encontro casual com Hayes, surgindo uma faísca instantânea e inegável. Quando iniciam um romance turbulento, não demora muito até que o estatuto de super estrela de Hayes coloque desafios inevitáveis à sua relação, e Solène descobre rapidamente que a vida sob os holofotes pode ser mais do que aquilo que esperava.

Divulgação: Prime Video

Já imaginaram como seria apaixonar pela pessoa mais improvável e ter de repente, a sua vida virada do avesso? E quando essa pessoa é uma celebridade reconhecida internacionalmente? Isso foi o que aconteceu com Solène que apesar de estar a continuar a lidar com um trauma deixado pelo seu ex, o inesperado acontece. Pensava ela que ia finalmente ter um tempo para si própria que incluía um tempo passado na natureza a acampar, quando os seus planos são completamente alterados pelo seu ex.

Para não desiludir a sua filha e amigos, Solène aceita levá-los ao Festival de Música Coachella, onde iriam estar presentes num meet and greet com os August Moon, a boys band mais popular do momento que arrasta multidões. Porém, a filha de Solène não estava para aí muito virada em conhecer uma banda que ela já considerava que fazia parte do seu passado e assim, o interesse não era o mesmo. Mas, como era um presente do seu pai, ela acabou por ir e parece-me que Solène aproveitou mais o momento do que ela. Tudo isso, porque minutos antes, Solène tinha conhecido de um modo acidental e até de uma certa forma, caricata, o vocalista da banda com o nome de Hayes Campbell. Na vida real, é muito improvável algo deste género acontecer, mas mesmo assim, foi engraçado de se assistir.

Divulgação: Prime Video

The Idea of You é uma história de amor à primeira vista tocante e revigorante que teve os seus desafios, mas que na realidade deixou a sua marca para esta dupla de protagonistas, seja qual fosse o final. Quem está a ver consegue criar uma empatia imediata com estas duas personagens e acaba por torcer para que fiquem juntos, apesar de todas as adversidades que teimam a separá-los.  

Anne Hathaway e Nicholas Galitzine foram uma ótima escolha para interpretarem estes amantes, sendo que transmitem uma excelente química que é tão natural e evidente, levando a que encaixassem muito bem um com o outro.

Divulgação: Prime Video

Este é um romance simples, divertido, apaixonante e muito agradável com boa música que vai entreter o público. E que aproveita para abordar as dificuldades vividas pelas celebridades, principalmente a nível pessoal e o impacto que as redes sociais pode ter negativamente na vida de alguém. Dá para perceber que não é fácil ser uma figura pública, em que todos os seus passos são constantemente vigiados, acabando por não ter qualquer tipo de descanso. E, onde o conteúdo das suas vidas são publicadas pela comunicação social e até por vezes, por muitos fanáticos que não sabem estabelecer limites. 

Assim, o filme em si, acaba por apresentar uma mensagem pertinente em que chama a atenção de como infelizmente, a sociedade pode comportar-se perante celebridades que são pessoas como nós e que simplesmente têm os holofotes em cima delas. Mas, que não merecem receber mensagens de ódio de uma forma gratuita. Por isso, elas também merecem ter a sua privacidade e é essencial que as pessoas respeitem isso e que sejam colocados limites. É possível admirar alguém com todo o respeito e carinho, mas sem qualquer tipo de exageros.

Esta adaptação de The Idea of You pode diferenciar um pouco do romance em que é baseado. Porém, eu acho que é interessante ver duas visões diferentes desta história. As pessoas que leram o livro podem ficar com vontade em ver o filme. E depois existem aquelas que nunca leram o livro, mas que depois de assistirem ao filme até ficam com curiosidade em ver uma outra perspetiva desta narrativa. No fim de contas, quem tiver a oportunidade de acompanhar o filme sairá de lá satisfeito!

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Filme "The Fall Guy" - é uma homenagem épica e muito merecedora ao trabalho extraordinário dos duplos

 

The Fall Guy (Profissão: Perigo, como título em português) é a obra mais recente do realizador David Leitch que é protagonizada por Ryan Gosling e Emily Blunt.  

Esta é uma narrativa que representa o papel fulcral que os duplos têm na indústria do entretenimento.

Neste caso, Colt Seavers (Ryan Gosling) é duplo e, como todos os duplos, é explodido, baleado, envolvido em acidentes, arremessado por janelas e lançado das maiores alturas, tudo pela nossa diversão. E agora, recém-saído de um acidente que quase pôs fim à sua carreira, este herói de classe trabalhadora tem que encontrar uma estrela de cinema desaparecida, desvendar uma conspiração e tentar reconquistar o amor da sua vida, enquanto ainda faz o seu trabalho. O que pode correr mal?

Este é um duplo marcado por batalhas que, tendo saído do negócio há um ano para se concentrar na sua saúde física e mental, é convocado para voltar ao serviço quando a estrela de um filme de estúdio com um enorme orçamento, dirigido pela sua ex, Jody Moreno (Emily Blunt) misteriosamente desaparece.

Enquanto a impiedosa produtora do filme tenta manter o desaparecimento da estrela Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) em segredo do estúdio e da imprensa, Colt realiza as cenas de ação mais incríveis do filme enquanto tenta (com pouco sucesso) voltar a cair nas boas graças de Jody. Mas, à medida que o mistério em volta da estrela desaparecida se aprofunda, Colt vê-se envolvido num enredo criminoso sinistro, que o empurrará para a beira de uma queda mais perigosa do que qualquer acrobacia.

Divulgação: Universal Pictures Portugal e Cinemundo

Esta produção acaba por ser uma verdadeira carta de amor para os duplos, onde nos é apresentado os riscos constantes que existem no trabalho destes profissionais, que depois se tornam num elemento essencial para criar um conteúdo com entretenimento ao mais alto nível. No entanto, rodeados por inúmeros perigos e por mais experiência que possam vir a ter, algo pode vir a dar errado. Infelizmente, nem sempre estes artistas são valorizados e deviam, porque são pessoas que estão a arriscar constantemente para nos trazer as cenas mais realistas e improváveis para o grande ecrã.

Graças a este filme, temos a oportunidade de ter uma melhor noção de como é trabalhar como um duplo e todas as seguranças envolvidas, para que tudo corra bem e não colocando em risco a vida destes elementos. Tudo é pensado ao mais ínfimo pormenor e dá para perceber que esta história é contada com todo o respeito e carinho por estes profissionais que fazem a toda a hora, coisas heroicas e arriscadas.

Muito do sucesso de inúmeros filmes e séries é também devido ao excelente desempenho dos duplos que se colocam no lugar dos atores para fazerem parte de cenas completamente perigosas e ao mesmo tempo, fantásticas de se ver. O público acaba por não ter a noção da enorme proporção e preparação que é necessária para transformá-las em cenas tão realistas que nem conseguimos diferenciar. As coisas mais improváveis que estão na nossa imaginação até podem vir a acontecer, mas para isso, é necessário o auxílio indispensável dos duplos para os concretizar.

Divulgação: Universal Pictures Portugal e Cinemundo

The Fall Guy é uma homenagem épica e muito merecedora ao trabalho extraordinário dos duplos, sendo constituída por uma aventura espetacular repleta de pura adrenalina e com cenas de luta e de ação impressionantes que nos faz viver emoções fortes, onde não faltam perseguições, explosões, tiroteios, conspirações, loucuras e muito mais, deixando qualquer um cativado, desde o primeiro instante. A história em si é misteriosa e empolgante, tendo sido acompanhada por uma banda sonora que fica no ouvido e realizada a um ritmo certo. E com ângulos de filmagem bem criativos, incluindo cenas com ecrãs divididos que resultaram muito bem.

A interpretação de Ryan Gosling é exemplar, dando vida a uma personagem carismática, forte e determinada, enquanto representa alguém que muitos duplos se podem vir a identificar. Além disso, a dinâmica e química partilhada entre Ryan Gosling e Emily Blunt é natural e engraçada de se assistir. Eles foram mesmo uma dupla muito bem escolhida que combinaram com excelência para protagonizar esta produção.

Este filme de ação com uma ligeira dose de comédia e drama apresentou uma ideia inovadora cheia de qualidade e de uma certa forma, única que é envolvida num argumento flexível, onde tudo pode acontecer e muitas ideias malucas até podem vir a tornar-se numa realidade. Teve a capacidade nata de transmitir a sua mensagem de um modo simples e eficaz, cumprindo assim, também com o propósito de se tornar num dos grandes filmes deste ano. Em muitos momentos, conseguiu surpreender e exceder as expetativas que a pessoa tinha inicialmente, deixando quem está a ver completamente fascinado com o modo como tudo se desenrola e encaixa com precisão.  

Divulgação: Universal Pictures Portugal e Cinemundo

Com The Fall Guy, também temos a oportunidade de conhecer melhor os bastidores de um filme de estúdio e como tudo é feito. E também, acompanhar esta história pelos olhos de um destes duplos. Isto, porque para além de ser o realizador, David Leitch também é um duplo e um coordenador de duplos. Por isso, foi a pessoa mais indicada para mostrar a sua visão e até um outro lado da vida destes profissionais que são um autêntico tesouro para o cinema e principalmente, para o público.

Espero que este filme seja o início para destacar mais os duplos como verdadeiros heróis desta indústria que infelizmente, não têm tido o devido reconhecimento. Que finalmente, comece uma nova etapa, onde estes profissionais cheios de talento possam ser premiados pelo seu difícil e inacreditável trabalho que fazem para divertir, trazer uma experiência inesquecível e prender a atenção do público.