domingo, 27 de agosto de 2023

Godfather of Harlem - 5 Razões para verem esta série focada no infame chefe do crime Bumpy Johnson

 

Cada vez mais temos tido a oportunidade e sorte de ter produções de excelente qualidade relacionadas com o mundo das drogas. Godfather of Harlem é mais um ótimo exemplo de uma série que consegue cativar o espetador desde o primeiro minuto.

Godfather of Harlem estreou em 2019 na Epix, tendo sido criado por Chris Brancato e Paul Eckstein, os principais responsáveis pela criação da série Narcos. Com três temporadas, a plataforma MGM+ (antiga Epix) e a produtora ABC Signature são atualmente as responsáveis pela série. E faz parte do catálogo da Star, a área de entretenimento que está disponível na Disney+ e que contém um bom número de filmes, séries e conteúdos originais.

Este drama policial americano é protagonizado pelo vencedor do Óscar, Forest Whitaker como o gangster, de New York, dos anos 1960, Ellsworth ‘Bumpy’ Johnson e também tem uma função como produtor executivo. O elenco também é constituído por Ilfenesh Hadera (Mayme Johnson), Antoinette Crowe-Legacy (Elise Johnson), Vincent D’Onofrio (Vincent ‘Chin’ Gigante), Lucy Fry (Stella Gigante), Nigel Thatch (Malcolm X), Giancarlo Esposito (Adam Clayton Powell Jr.), Erik LaRay Harvey (Del Chance), Elvis Nolasco (Nat Pettigrew), entre outros.

Godfather of Harlem é uma colisão do submundo criminoso com o do movimento de direitos civis durante um dos tempos mais tumultuosos da história americana. Esta já ganhou uma série documental, tendo sido baseada no seu enredo, designada por By Whatever Means Necessary: The Times of Godfather of Harlem e lançada em novembro de 2020.

De seguida, partilho com vocês, 5 razões para acompanharem esta série poderosa e tão bem executada:

1. Apresenta uma perspetiva peculiar do infame chefe do crime Bumpy Johnson

Godfather of Harlem conta a verdadeira história de Bumpy Johnson que, no início dos anos 60, regressa de dez anos de prisão em Alcatraz para encontrar o bairro que governava em desordem, destruído e com as ruas dominadas pelos italianos. O mafioso decide eliminar todos os seus adversários e retomar o controle das ruas. Para recuperar o controlo, Bumpy tem de enfrentar a família do crime Genovese. Durante a brutal batalha forma uma aliança com o pregador radical Malcolm X, apanhando a ascensão política de Malcolm na mira da agitação social e de uma guerra da máfia que ameaça despedaçar a cidade.

Já na segunda temporada, Bumpy Johnson entra em confronto com as famílias que lideram o crime em Nova Iorque para ganhar controlo sobre a lucrativa e assassina “French Connection”; (a Associação Francesa), o pipeline para a heroína que é transportada de Marselha até ao porto de Nova Iorque. Com um sindicato de distribuição que inclui chefes do crime de outras grandes cidades dos EUA, Bumpy segue o exemplo do seu amigo Malcolm X, nomeadamente da sua mensagem de nacionalismo económico negro. O seu plano ambicioso enfrentará desafios não só por parte dos italianos, mas também pela sua mulher, Mayme, filha Elisa, rival Adam Clayton Powell (o primeiro congressista negro eleito por Nova Iorque), procurador Robert Morgenthau e o próprio Malcolm. Uma vez mais é explorado o choque entre o submundo do crime e os direitos civis no colorido e tumultuoso ano de 1964.

Enquanto na terceira temporada, Bumpy tem de lutar contra a máfia cubana para ganhar o controlo de Harlem. Ao mesmo tempo, ele precisa de enfrentar rivais italianos, assassinos contratados completamente implacáveis e ainda lidar com a intervenção da CIA. Bumpy coloca a sua vida em risco, enquanto tenta proteger tudo aquilo que lhe é mais sagrado.

Bumpy Johnson é considerado como uma figura de peso e como um pilar para a sua comunidade que tenta entender como o mundo funciona, lidar com os seus próprios conflitos e ainda conectar-se com a sua família. Desde muito cedo que ele se envolveu em atividades criminosas, sendo que as suas ações ilegais relacionadas com as apostas e com o tráfico de drogas levaram a que mais tarde fosse preso em Alcatraz. Ele é um homem poderoso, lutador, destemido, determinado e resiliente com um carácter e uma personalidade explosiva que aproveita as oportunidades e também segue um código. E para obter aquilo que quer, não desiste por mais obstáculos e ameaças que lhe possam vir a surgir. Bumpy tem um amor pela literatura e filosofia, um talento para o xadrez e ainda gostava de cuidar da comunidade afro-americana que morava em Harlem, ajudando sempre que possível, famílias com problemas a nível de segurança, despesas e em tudo o que fosse necessário. Mas mesmo assim, apesar de ser um homem intelectual e do povo, ele dividia as opiniões dos moradores.

Esta é uma narrativa muito bem escrita baseada numa história real que causa uma forte primeira impressão. Mas que tem as suas guerras de gangues, disputas de poder, intrigas, rivalidades e conflitos intensos entre as diferentes personagens que vai prender a atenção do público desde o primeiro minuto. Além disso, temos a oportunidade de conhecer melhor os relacionamentos de Bumpy Johnson, como aquela que teve com a sua família, a amizade de infância e controversa com o polémico e ativista radical Malcolm X, as ligações com a máfia italiana e até com a CIA.

2. Inspirado em pessoas e eventos reais

Ellsworth Raymond Johnson nasceu em Charleston, em 31 de outubro de 1905 e morreu em 7 de julho de 1968. Ele ficou com o apelido de “Bumpy”, devido a uma pancada na parte de trás da cabeça que sofreu quando era criança.

Esta não é a primeira vez que Ellsworth “Bumpy” Johnson surge nos grandes ecrãs, mas é a única em que na minha opinião finalmente se foca mais concretamente na vida dele após ter sido preso em Alcatraz.

Para evitar mal-entendidos, esta história é inspirada por acontecimentos reais, certas personagens, caracterizações, incidentes, locais e diálogos foram ficcionados ou inventados para fins de dramatização. Com respeito a tal ficcionalização ou invenção, qualquer semelhança com o nome ou com o personagem ou história real de qualquer pessoa, viva ou morta, ou qualquer produto ou entidade ou incidente real é inteiramente para fins dramáticos e não pretende refletir sobre um personagem, história, produto ou entidade real.

Uma das coisas que estão muito bem organizadas nesta série criminal é a forma como combinam eficazmente as imagens reais de eventos que ocorreram na altura para complementar o momento específico da história que está a ser contado. O facto de terem introduzido imagens antigas de eventos televisivos na história em si foi muito bem pensado. Até o genérico da série está muito bem feito, onde contém como tema de abertura “Just In Case”, de Swizz Beatz, as imagens apresentadas fazem parte do arquivo das notícias dessa altura, e ainda fazendo uma comparação das semelhanças de alguns dos atores com as figuras reais que estão a desempenhar.

3. A história é cativante e aborda temas pertinentes que continuam a ser discutidos até hoje

Apesar de ser baseada numa história real e tendo as suas partes mais dramatizadas, Godfather of Harlem está constantemente a surpreender pela positiva. Em cada episódio, tudo pode acontecer e nós não sabemos o que esperar, sendo que todas as suas reviravoltas e surpresas inesperadas fazem com que a pessoa esteja plenamente prendida ao ecrã e interessada naquilo que está a ver.

A série tem um argumento complexo e dinâmico com um bom contexto histórico que é concretizado a um ritmo favorável e constante, onde foi desenvolvido de um modo muito inteligente e cativante. As personagens foram sendo bem elaboradas, sendo que se tornaram marcantes, cada uma à sua maneira. E o elenco aproveitou bem o material que lhes foi fornecido para desempenharem eficazmente as suas personagens e fazerem-no de um modo fidedigno.

Além de abordar a máfia e a vida criminal do mafioso Bumpy Johnson com alguns negócios legítimos pelo meio, também são retratados temas que continuam a ser discutidos até aos dias de hoje. Um dos principais foi a história da luta pelos direitos civis dos afro-americanos nos EUA e o papel fundamental que Malcolm X teve neste movimento. Ficamos com a noção de como a comunidade afro-americana vivia naquele tempo, principalmente no bairro de Harlem nos anos 60 que passavam por dificuldades e injustiças. A religião do islamismo, preconceito, racismo, pobreza, discriminação, poder, dinheiro, política, classes sociais, violência, toxicodependência, guerra, a luta pela igualdade e o comportamento da polícia perante determinadas situações também são outros assuntos que podemos ver aqui explorados.

4. Para quem gosta de séries relacionadas com o mundo das drogas, Godfather of Harlem é para vocês

Ellsworth “Bumpy” Johnson foi considerado como um dos chefes do crime mais temidos, influentes e relevantes nos anos 60 nos EUA e uma figura icónica do submundo do crime. Ele foi um notório traficante de droga e gangster de Harlem, um bairro em Nova Iorque. Depois de estar preso, este criminoso regressa a Harlem para encontrar um bairro bem diferente daquilo que ele esperava, onde o crime organizado afro-americano perdeu força. Para recuperar o seu poder e o respeito das ruas, Bumpy tem uma jornada longa pela frente e vai fazer o que for preciso! Ao longo dos episódios, vamos perceber como o Bumpy Johnson tem tantos recursos à sua disposição, como foi construindo o seu império e porque possui o estatuto de “padrinho” de Harlem.

A série mistura eventos históricos e políticos que focam, por um lado, o movimento liderado por Martin Luther King na década de 1960 com a luta pelos direitos civis dos negros que teve Malcolm X como um dos seus principais defensores. E por outro, conta como era a criminalidade da época que foi o resultado do tráfico de drogas e de armas.

Com esta produção, podemos ver como funcionava todo o negócio do tráfico de drogas em Nova Iorque nesta época, maioritariamente em Harlem que inclui a distribuição, a venda do produto, o papel da polícia que pode estar ou não a trabalhar do lado dos traficantes e muito mais. Também acompanhamos todos os perigos, batalhas e caos que fazem parte de quem está neste mundo, como os ataques constantes e repletos de violência, perseguições e tiroteios. E ainda, podemos ver as disputas de Bumpy com as máfias e observar a inteligência e a perspicácia deste líder criminoso no que toca a lidar com os seus inimigos, com tudo o que esteja relacionado com o tráfico de drogas e muito mais. 

 

5. Possui uma banda sonora que fica no ouvido

Esta série criminal não seria a mesma, sem a sua estrondosa banda sonora. Como referido anteriormente, tudo começa com um genérico que fica no ouvido e possui como tema de abertura “Just In Case”, de Swizz Beatz. Com toques modernos que levam a pessoa aos anos 60, cerca de 19 canções originais foram criadas propositadamente para a série, sendo que acompanham uma história que aconteceu no passado, mas foram pensadas para atrair os espetadores mais jovens. Na lista temos nomes, tais como, John Legend, Skip Marley e French Montana. Estas canções ligam sem dúvida, com a história que está a ser contada.

Godfather of Harlem é uma série espetacular com uma ótima qualidade, um elenco muito competente que está de parabéns e onde Forest Whitaker brilha na sua interpretação fantástica desta figura. Uma narrativa que mistura drama e crime num período conturbado nos EUA, onde trouxe violência, agitação social, protestos, polémicas, brutalidades e muitas batalhas pelo caminho. Esta apresenta temas como o tráfico de drogas, a luta pelo poder, o movimento pelos direitos civis nos EUA, o papel da máfia, o abuso policial e muito mais. Uma história excelente e envolvente que entregou o que foi prometido, conquistou o público, merece ser destacada e que não podem mesmo perder!

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

"Um Filme do Caraças" é uma aventura divertida e sem filtros que não vai deixar ninguém indiferente

 

Para este verão, a Lanterna de Pedra Filmes e a Pris Audiovisuais apresentam Um Filme do Caraças, uma comédia portuguesa com a realização de Hugo Diogo que já podem ver nos cinemas. O elenco é constituído por Pedro Alves, Eduardo Madeira, Ana Arrebentinha, José Pedro Gomes, António Machado, Clara Gondin e ainda marca o regresso de Herman José ao cinema.

Esta é uma história onde um acidente bizarro força um produtor de má reputação a substituir o consagrado realizador do seu muito dispendioso e muito atrasado próximo filme pela solução mais improvável…um realizador de filmes para adultos com grandes (e hilariantes) dificuldades em adaptar-se ao seu novo papel!

Um Filme do Caraças é uma animação garantida realizada ao mais alto nível que teve a capacidade de cumprir com o seu propósito. E ainda, ultrapassar qualquer tipo de expetativas, relativamente ao seu humor. É sempre interessante termos a oportunidade de acompanhar os bastidores de uma determinada produção, mas esta narrativa fá-lo de um modo bem peculiar e inteligente. Tudo isso e muito mais, também graças às suas palhaçadas bem engraçadas que deixam qualquer um a rir-se às gargalhadas.

Divulgação: Pris Audiovisuais

Esta comédia portuguesa não seria a mesma coisa, sem o brilho do seu elenco que contribuiu eficazmente, cada um à sua maneira. Contudo, o destaque vai sem dúvida para Pedro Alves e Eduardo Madeira que trouxeram personagens carismáticas e divertidas.

Pedro Alves interpreta Oscar Pina, realizador de filmes para adultos, que, num acaso, se vê em mãos com a realização de um filme artístico. Acontece que dirigir um filme da 7ª arte é um sonho que sempre teve. Enquanto Eduardo Madeira dá pele a Zé Cavalo, estrela maior de filmes pornográficos, que terá de ajudar o seu amigo nesta aventura. E ainda interpreta Mário Carneiro, um pretensioso ator de cinema, num duplo papel antagónico.

Ao longo desta história bizarra e hilariante, o público nem dá conta do tempo a passar, transformando-se assim, numa experiência descontraída repleta de uma ação da boa e com uma ótima dose de piadas, sendo algumas delas bem artísticas e outras mais exageradas.

Um Filme do Caraças é uma aventura divertida e sem filtros que não vai deixar ninguém indiferente e vai completamente entreter a sua audiência com as suas loucuras e surpresas. Além disso, é daquele tipo de entretenimentos que estávamos mesmo a precisar de ver, onde tem cenas caricatas e coloca a nossa imaginação à prova. E também transmite uma mensagem poderosa e pertinente sobre o quanto devemos lutar pelos nossos sonhos e nunca desistir deles, por mais obstáculos que possam vir a surgir!

sábado, 12 de agosto de 2023

Filme "Red, White & Royal Blue" já estreou na Prime Video e vai conquistar o espetador

 

O filme original Red, White & Royal Blue é uma das estreias mais recentes da Prime Video. Esta produção da Amazon Studios é baseada no livro best-seller homônimo, escrito por Casey McQuiston também marca a estreia cinematográfica do premiado dramaturgo Matthew López.

O elenco é constituído por Taylor Zakhar Perez, Nicholas Galitzine, Uma Thurman, Clifton Collins Jr., Sarah Shahi, Rachel Hilson, Stephen Fry, Ellie Bamber, Thomas Flynn, Malcolm Atobrah, Akshay Khanna, Sharon D Clarke, Aneesh Sheth e Juan Castano.

A narrativa desenrola-se ao redor de Alex Claremont-Diaz (Taylor Zakhar Perez), o filho da Presidente dos Estados Unidos da América (Uma Thurman), e o príncipe britânico Henry (Nicholas Galitzine) têm muito em comum: beleza, carisma, popularidade internacional e desdém um pelo outro. Separados por um oceano, o problema que já dura há algum tempo não é assunto, até que um incidente desastroso – e muito público – num evento Real, se torna tema nos tabloides, criando problemas nas relações entre os Estados Unidos e o Reino Unido na pior altura possível. Com o objetivo de conter o problema, as famílias e os responsáveis obrigam os rivais a encenarem uma trégua. Mas, inesperadamente a relação fria de Alex e Henry torna-se uma espécie de amizade e a fricção entre os dois cria algo mais profundo do que aquilo que poderiam ter imaginado.

Divulgação: Prime Video

É muito interessante acompanhar uma nova visão mais moderna sobre a vida da família real britânica com todos os seus protocolos e regras, e como o príncipe Henry lida com tudo isso, a partir do momento em que se reencontra com Alex. E como um momento embaraçoso e até um escândalo pode criar problemas nas relações entre dois países, e ainda mudar para sempre a vida destes dois jovens.  

Esta é uma história bonita, carismática e refrescante, onde os opostos se atraem e o amor fala mais alto. Tudo é desenvolvido de uma forma tão natural, dando importância aquilo que realmente importa. A mensagem é clara e deixa qualquer um a refletir! A comunicação é vital para qualquer tipo de relação. E devemos amar quem quisermos, aceitarmos a nossa identidade, vivermos e sermos felizes à nossa maneira, sejam quais forem os obstáculos que possam vir a surgir.

Red, White & Royal Blue é um filme leve, divertido e apaixonante que envolve o público desde o primeiro minuto. Tem um modo próprio e inteligente de contar a sua história, onde os assuntos do coração se tornam assuntos do Estado, ao mesmo tempo que existe uma mistura da política com os medos, paixões e desejos que estes jovens vão tendo e ainda, os sacrifícios que têm de fazer. A dinâmica e cumplicidade entre os dois protagonistas é especial, dedicada e profunda, sendo que nos conseguem conquistar imediatamente e também, acreditar no significado do amor verdadeiro. E depois ainda temos um ótimo trabalho no elenco, na área da cenografia e também na banda sonora que acompanha a história que é sem dúvida, bem escolhida e introduzida nas alturas certas. Esta produção merece o seu devido reconhecimento e é uma aposta fantástica para verem!

sábado, 5 de agosto de 2023

Only Murders in the Building - 5 Razões para verem esta série de comédia e mistério original

 

Only Murders in the Building (Homicídios ao Domicílio, como título em português) é uma das séries de comédia e mistério mais populares da atualidade. Com uma terceira temporada prestes a estrear, esta popular série de comédia original é produzida pela 20th Television, nas quais é uma criação de Steve Martin e John Hoffman e cuja emissora original é o Hulu. Em Portugal, podem ver a série na plataforma da Disney+, através da área de entretenimento da Star.

Esta é a história de Charles (Steve Martin), Oliver (Martin Short) e Mabel (Selena Gomez) que são vizinhos no Upper West Side de New York e aproximam-se devido à sua paixão por crimes reais. Quando um vizinho morre no prédio deles, o trio decide resolver o mistério e gravar um podcast da investigação ao mesmo tempo.

Este formato é protagonizado por Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez que também têm a função de produtores executivos, juntamente com John Hoffman, Dan Fogelman e Jess Rosenthal. Esta é uma aposta bem classificada que tem recebido inúmeros elogios por parte tanto da crítica, como do público.

Por isso, deixo-vos com 5 razões para fazer uma maratona a Only Murders in the Building:

1. Admiradores de podcasts, principalmente os relacionados com crimes reais

O que não faltam são podcasts, mas será que todos prendem a atenção daqueles que estão a ouvir? Há uma diversidade de temas que podem ser abordados num podcast, mas quando estamos a abordar crimes é preciso ter um talento nato para tal. Não é qualquer um que consegue apresentar um podcast de true crime!

Com Only Murders in the Building, os nossos protagonistas depois de se assumirem que são fãs do mesmo podcast criminal e de ter sido encontrado morto, um vizinho do prédio onde vivem, eles decidem envolver-se e investigar o caso por conta própria. No entanto, este trio também criam um podcast próprio, onde vão analisando e documentando as suas descobertas. Será que vai ter sucesso?

Uma coisa bem interessante é que vemos um pouco de como é a construção de um podcast, os equipamentos necessários para gravar e tudo aquilo que é fundamental para que o produto final vá para o ar.  

2. Cada mistério investigado tem as suas peculiaridades

Cada temporada é focada num determinado mistério que tem características bem diferentes do anterior.

Na primeira temporada segue três estranhos que partilham uma obsessão com o verdadeiro crime e de repente se vêem envolvidos num. Quando uma morte terrível ocorre dentro do seu exclusivo edifício de apartamentos em Upper West Side, o trio suspeita de homicídio e emprega o seu conhecimento em crime para investigar. Ao registarem um podcast próprio para documentar o caso, os três desvendam os complexos segredos do edifício, que remontam há anos atrás. Talvez ainda mais explosivas sejam as mentiras que contam uns aos outros. Em breve, o trio em perigo apercebe-se que um assassino pode estar a viver entre eles enquanto se apressam para decifrar as pistas antes que seja tarde demais. Afinal quem será o verdadeiro culpado?  

Já na segunda temporada, após a morte chocante do Presidente do Conselho de Administração de Arconia, Bunny Folger, Charles, Oliver e Mabel preparam-se para desmascarar o seu assassino. No entanto, três complicações (infelizes) acontecem – o trio é publicamente implicado no homicídio de Bunny e agora são alvo de um podcast concorrente e têm que lidar com uma série de vizinhos de New York que pensam que eles cometeram o homicídio. Será que eles vão conseguir comprovar que não são os responsáveis pela morte de Bunny?

Depois na terceira temporada, Charles, Oliver e Mabel investigam um homicídio nos bastidores de um espetáculo da Broadway. Ben Glenroy (Paul Rudd) é uma estrela de Hollywood cuja estreia na Broadway é interrompida pelo seu prematuro falecimento. Com a ajuda de Loretta Durkin (Meryl Streep), o trio vai embarcar no caso mais difícil de sempre.

3. A história em si cativa, juntamente com os seus protagonistas carismáticos

São poucas as séries que têm uma combinação de mistério com drama, comédia e crime e que depois dá bons resultados. Com Only Murders in the Building resultou na perfeição! E ainda acompanhamos três personalidades completamente distintas a juntarem-se por um gosto em comum.

Começamos por Charles, um ator que entrou em Brazzos, uma série policial de sucesso nos anos 90 e nunca mais fez nada onde se destacou. Depois temos Oliver, um encenador da Broadway que tem dificuldades a sustentar-se a si próprio, chegando a um ponto que tem dívidas, relativamente a despesas do condomínio. E por fim, falamos de Mabel, uma artista que vive e está a fazer a reabilitação do apartamento da tia e conhecia desde muito nova, o jovem que faleceu no prédio da Arconia. Além disso, cada um esconde segredos, mas mais cedo ou mais tarde, tudo irá ser revelado.

Estes protagonistas carismáticos conseguem criar uma empatia imediata com o público, mesmo que seja cada um à sua maneira. A história em si é entusiasmante, inteligente, perspicaz e divertida, sendo que a química evidente deste trio também ajuda. Ao longo dos episódios, temos reviravoltas inesperadas, cenas engraçadas e boas surpresas. Por momentos, não sabemos o que esperar dos acontecimentos seguintes.

4. Podemos colocar em prática a nossa versão de investigadores

Quando estamos a investigar um mistério, principalmente um crime, nós automaticamente colocamos na pele das personagens e começamos a criar as nossas próprias teorias.

Por cada pista que apareça é uma peça que pode fazer parte deste puzzle que nem sempre é fácil de se resolver. A nossa imaginação é colocada à prova e o que não faltam são teorias que são criadas no momento. E depois até podem fazer todo o sentido que sejam comprovadas. Porém, muitas coisas podem não ser o que parecem.

Através do Only Murders in the Building, temos a oportunidade de analisar as provas que vão surgindo em cada episódio, encaixando-as com a possível narrativa do mistério que estamos a tentar resolver e depois perceber o que realmente aconteceu com a vítima do crime. Assim, podemos ser detetives por períodos específicos e no conforto do nosso sofá!

5. Uma comédia que tem sido nomeada e até vencedora de diversos prémios

Para quem não sabe, Only Murders in the Building foi recentemente nomeada para 11 Emmy’s na edição de 2023, incluindo Melhor Série de Comédia. Na edição de 2022 dos Emmy’s venceu em três categorias.

Também foi nomeada diversas vezes para os Critics Choice Awards (2022 e 2023), Satellite Awards (Selena Gomez venceu em 2023 como Melhor Atriz numa Série de Comédia ou Musical), Globos de Ouros (2022 e 2023), Screen Actors Guild Awards (2022 e 2023), Hollywood Critics Association Television Awards (2022 e 2023), People Choice Awards (Selena Gomez foi a vencedora em 2021 e 2022), entre outros.

Estas são só algumas das muitas razões pelas quais devem acompanhar a série Only Murders in the Building. É uma produção inovadora que continua a surpreender e a conquistar o seu público. Por isso, não percam na Disney+, os próximos episódios de Charles, Oliver, Mabel e companhia!

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Minissérie "Secret Invasion" - será que esta produção acrescentou um grande conteúdo à MCU?

 

Desta vez vamos analisar Secret Invasion (Invasão Secreta, como título em português), a nova série de seis episódios da Marvel Studios. É uma série original de live-action com realização de Ali Selim que estreou recentemente, em exclusivo no Disney+.

No elenco temos Samuel L. Jackson, Ben Mendelsohn, Cobie Smulders, Martin Freeman, Kingsley Ben-Adir, Charlayne Woodard, Killian Scott, Samuel Adewunmi, Dermot Mulroney, Christopher McDonald, Katie Finneran, Emilia Clarke, Olivia Colman e Don Cheadle.

Neste thriller de espionagem, Nick Fury descobre uma invasão clandestina da Terra por uma fação de Skrulls transmorfos. Fury junta-se aos seus aliados, incluindo Everett Ross, Maria Hill e o Skrull Talos, que construiu uma vida para si mesmo na Terra, e juntos, eles correm contra o tempo para impedir uma iminente invasão Skrull e salvar a humanidade.

Ultimamente, as produções mais recentes da MCU têm tido os seus altos e baixos, chegando a um ponto que dividem por completo a opinião, tanto dos críticos como dos próprios fãs. Mas num geral, isso não tira a vontade de continuar a acompanhar a jornada incomparável de cada uma das personagens deste universo.

Relativamente a Secret Invasion, a sua produção esteve plenamente no segredo dos deuses, onde são poucos os detalhes que tivemos acesso até à estreia da mesma. Quando acompanhamos o trailer, consegue-nos prender à atenção, sem precisar de mostrar muito. Nick Fury é daquelas personagens que estamos tão habituados a ver que faz parte da velha guarda e impõe respeito. E são muitas as perguntas que precisam de ser respondidas sobre por onde a sua viagem o tem levado nos últimos tempos.

Já a dinâmica entre Nick Fury e Maria Hill é tão natural e perspicaz que com esta história quem sabe, possamos testemunhar ainda mais esta dupla a fazer o que for preciso para salvar a humanidade. Mas será que foi mesmo isso que aconteceu?

Através desta minissérie temos a chance de conhecer novas personagens que serão introduzidas neste universo. E, ainda saber mais sobre a história dos Skrulls transmorfos e as suas motivações para invadirem a Terra.

Créditos: Marvel Studios e Disney+

Secret Invasion é mais um exemplo de uma aposta que teve os seus altos e baixos e não conseguiu aproveitar o seu próprio potencial. Houve personagens que finalmente teriam a oportunidade de brilhar, ter mais destaque e já mereciam que isso tivesse acontecido há mais tempo. Infelizmente, acabaram por serem descartadas de um modo rápido e inesperado que a pessoa fica de uma certa forma, revoltada com essa escolha. Esta é mais uma situação de como o trailer pode enganar o produto final, onde quem está a ver espera algo completamente distinto daquilo que acabou por receber.

Além disso, também fizeram parte cenas com ação que souberam a pouco, reviravoltas e surpresas que dividiram automaticamente opiniões, deixando alguns desiludidos com a forma como tudo se desenrolou.

Será que esta produção acrescenta um grande conteúdo à MCU? Pelo menos, a Sonya Falsworth, personagem desempenhada brilhantemente por Olivia Colman cria um interesse imediato em querer saber mais sobre a sua jornada, os seus planos e cujas habilidades podem ser bem úteis para o futuro deste universo. E ainda temos, a G’iah interpretada pela Emilia Clarke que com os seus novos poderes pode vir a surgir em produções futuras, e na realidade até tenho curiosidade em ver essa possibilidade.

Contudo, uma coisa é certa! Haviam muitos caminhos diferentes que poderiam ter sido explorados, sendo que no final teriam beneficiado a história em si e conquistado mais o público. O facto de ser considerado um thriller de espionagem poderiam ter dado mais relevo a esse nível, já que não tem sido uma área muito explorada neste universo. E depois, há certas cenas que acompanhámos no filme Avengers: Endgame que nunca mais terão o impacto que tiveram no público, depois das revelações de Secret Invasion.

Qual é a conclusão que chegamos depois de ver Secret Invasion? Muitas perguntas ficaram sem respostas e surgiram mais dúvidas. Qualquer um pode ser um Skrull e tem de ser eliminado, mesmo sem ter confirmações da sua identidade. Um antagonista que não teve um desenvolvimento bem executado. Cenas de ação que faziam sentido terem mais tempo de antena que foram inteiramente apressadas. E Nick Fury que ainda tem muito trabalho pela frente para lidar com os seus demónios interiores e com os erros que cometeu, nos quais trouxe consequências devastadoras para as pessoas ao seu redor. Espero que daqui para a frente possamos voltar a rever o persuasivo e intimidante Nick Fury que não vimos nesta minissérie e que já temos muitas saudades de o ver em ação!