Já estava para falar há muito tempo de uma das minhas séries favoritas e é
sem dúvida, daquelas que eu tenho um carinho muito especial e aconselho a toda
a gente ver. Outlander é uma série produzida pela Sony Pictures
Television que estreou em 2014 e é constituída por uma mistura de drama com
romance e fantasia, tendo sido recentemente renovada para a oitava e última
temporada pelo canal Starz.
Esta produção protagonizada por Caitriona Balfe e Sam Heughan que se tornou
imediatamente num fenómeno é baseada nos livros de Diana Gabaldon, sendo que
foi desenvolvida por Ronald D. Moore e pode ser vista em Portugal, através da
Netflix e dos canais de televisão, AXN White e TVCine Emotion.
Outlander conta a história de vida da enfermeira Claire
Randall (Caitriona Balfe), que começa em 1945, na 2ª Guerra Mundial. Ela
resolve fazer uma viagem à Escócia com o seu marido, mas acaba por ser
transportada de uma forma misteriosa para o ano de 1743, onde conhece Jamie
Fraser (Sam Heughan), um jovem escocês e ainda se cruza com Jonathan
Randall (Tobias Menzies), capitão do exército britânico e antepassado do
seu marido Frank. Para conseguir sobreviver e voltar ao seu tempo, Claire
terá de aprender e adaptar-se aos costumes desta época.
De seguida, partilho com vocês as 8 principais razões pelas quais é
indispensável acompanharem a magia que é Outlander!
1.
Tem uma história intrigante e cativante
Outlander tem uma combinação evidente de romance com
fantasia, drama e ação com um genérico que fica no ouvido e nos quais cada
episódio deixa a pessoa emocionada e ansiosa para ver o próximo. Desde o
primeiro episódio que consegue prender a atenção com uma narrativa que se inicia
em 1945, onde uma enfermeira do exército britânico da Segunda Guerra Mundial acaba
por viajar misteriosamente para o ano de 1743 e terá uma jornada difícil e
longa pela frente, onde terá de se adaptar a um tempo mais primitivo do que o
dela.
A história em si tem um pouco de tudo, focando-se em todos os detalhes, naquilo
que realmente importa e onde não irá faltar o uso do gaélico escocês, outros
sotaques e o recurso aos flashbacks! É viciante, direta, realista e bem
interessante, sendo repleta de amor, reviravoltas, conflitos, intrigas, lutas, perigos,
violência, tortura, guerra, batalhas, política, poder, traumas, escravatura,
preconceitos, dilemas, tragédias, convicções, escolhas, conspirações, revoluções,
sexo, magia, inimigos, mortes e muito mais.
Esta série é uma obra-prima profunda que contém um elenco de luxo, deixando
a pessoa rendida com a sua história bem fluída e tem tido a capacidade de se
inovar de um modo dinâmico e muito próprio, sendo de acordo com as expetativas
e muitas vezes, superando as mesmas. Tudo é construído de uma maneira inteligente
e ousada, conquistando cada vez mais admiradores e criando assim, um resultado incrível
e inesperado, mas é fundamental que se esteja atento a todos os pormenores que nos
são apresentados, pois depois irão ser úteis para conectar com cenas futuras da
narrativa.
2.
Retrata eventos históricos
Este é um drama com uma qualidade excelente que também atravessa diversos
períodos históricos e para quem tem interesse em saber mais sobre a história da
Escócia, esta é a série ideal para aprendermos mais e ainda ajuda a aumentar a
nossa curiosidade, chegando a um ponto que acabamos por pesquisar mais informação
relacionada com este assunto, mas atenção que podem existem situações mais ficcionais
e que não aconteceram na realidade. Um dos eventos mais importantes e marcantes
deste país foi sem dúvida, a revolta jacobita que tinha como principal
objetivo, colocar o príncipe Charles Edward Stuart no trono britânico e levando
assim, à famosa Batalha de Culloden em 1746, um conflito real e sangrento entre
os rebeldes jacobitas e o governo britânico, onde se perderam milhares de vidas
escocesas e foram os soldados britânicos que saíram vitoriosos, mudando assim,
a forma de vida dos escoceses.
Também é abordado de um modo breve, a Segunda Guerra Mundial, a famosa época
de caça às bruxas, o tempo do reinado do rei Luís XV, o papel da Jamaica como
centro do tráfico de escravos e o surgimento das Colónias, tendo ocorrido mais
tarde outro evento impactante que foi a Revolução Americana que levou à
Independência dos Estados Unidos. Por fim, também temos a oportunidade de
aprender mais sobre os costumes de outros povos, como por exemplo, os Cherokee e
os Mohawk que eram comunidades de índios e não tiveram uma vida fácil naquela
altura.
3.
Personagens carismáticas
Outlander não é uma história só focada nos seus
protagonistas. Cada uma das suas personagens tem a oportunidade de brilhar,
destacar-se cada uma à sua maneira e de ainda ter um desenvolvimento
interessante.
A série tem uma grande sensibilidade a retratar temas que se tornam tocantes
para o espetador, relativamente a traumas sofridos pela maior parte das
personagens que irão ser vitais para lidarem e evoluírem enquanto pessoas. Também
temos a chance de acompanhar o amadurecimento de cada um destes seres humanos
com as suas personalidades complexas que são fruto das experiências positivas e
negativas que foram vivendo, acabando por surpreender o próprio público.
Um dos destaques vai para as personagens femininas desta série, tais como Claire,
Brianna (Sophie Skelton) e Marsali (Lauren Lyle) que têm as suas
próprias convicções e representam mulheres fortes, independentes e inteligentes
com habilidades pertinentes e com uma determinação e resiliência para sobreviverem
sozinhas, algo que não era muito frequente de acontecer naquela época,
tornando-se assim, numa referência para muitas pessoas, principalmente jovens.
A história também não seria a mesma sem os seus antagonistas, em que Tobias
Menzies fez uma interpretação excecional de Black Jack Randall, um capitão
do exército britânico. Ele é um vilão temível, inteligente, muito cruel e um
autêntico criminoso a nível de assassinatos e violações, trazendo um ódio imediato
a quem está a assistir, mas na realidade foi um ótimo adversário para os
protagonistas, principalmente para o guerreiro e protetor Jamie.
4.
Química perfeita dos seus protagonistas
Tanto Caitriona Balfe como Sam Heughan fazem uma interpretação espetacular
nos papéis de Claire e Jamie e sem dúvida que foram a escolha
acertada. A pessoa não consegue mesmo imaginar outros atores a representarem
estas duas personagens. Cada um traz a essência necessária para este romance arrebatador,
dando vida a estas figuras carismáticas, teimosas e lutadoras com
personalidades fortes que conquistaram instantaneamente o espetador desde o início
e fizeram com que o mesmo se identificasse com a maneira de ser tanto de Claire
como de Jamie.
Esta é a épica história de amor de Claire e Jamie, onde a química
entre ambos é poderosa, apaixonante, emocionante e única que faz com que o
público vibre desde o primeiro momento, criando uma empatia imediata com eles e
torcendo para que eles consigam ultrapassar todos os obstáculos e serem felizes.
A jornada deles é constantemente desafiante com os seus altos e baixos e tem os
seus momentos mais obscuros, mas é a determinação e o amor que têm um pelo
outro que os faz enfrentar tudo o que possa vir a acontecer.
Este é um relacionamento forte e equilibrado entre um homem simples das Highlands
que se apaixona perdidamente pela sua Sassenach que também é uma
viajante do tempo. É uma cumplicidade e conexão que nos dá lições bem úteis
sobre o conceito de amor verdadeiro e duradouro, o que significa amar, o
respeito que se deve nutrir um pelo outro e a importância que é estar disposto
a deixar de lado as suas diferenças.
5.
Cenários e Figurinos
Uma produção que seja representada num período específico tem de estar
associada aos figurinos que eram utilizados na altura e com cenários adequados.
Outlander faz isso de uma maneira perfeita e com uma ótima autenticidade,
sendo fiéis à época representada e são compostos por trajes escoceses com o seu
aspeto mais rústico como o famoso kilt dos Highlanders, por uniformes
do exército inglês e ainda pelos figurinos mais bonitos e requintados que podem
ser vistos em obras de época, sem não esquecer os respetivos penteados, joias e
acessórios a combinar. E as roupas típicas eram escolhidas e utilizadas de
acordo com a região e época, em que cada peça era cheia de detalhes, como é o
caso de muitos vestidos coloridos e incríveis com tecidos mais dispendiosos que
eram usados pelas mulheres da nobreza na corte francesa. Já os cenários são
exuberantes, tendo sido muito bem construídos e adaptados, como foi o caso de
representar a arquitetura, a moda e o luxo francês ou simplesmente construírem do
zero, casas e vilas inteiras para representar uma determinada comunidade que
vivia naquela altura.
6.
A beleza natural da Escócia
Outlander é das melhores produções para mostrar a beleza indescritível
e de tirar o fôlego que a Escócia possui, onde temos um contacto diretamente
com a natureza e parece um mundo com uma magia própria. Nós temos a
oportunidade única de ver vistas extraordinárias e tão adequadas à história que
está a ser contada, sendo constituída por uma excelente fotografia e ótimos ângulos
de filmagem que vão sendo apresentados ao longo dos episódios, deixando o
espetador completamente apaixonado, rendido e com uma vontade imediata de
visitar este país. Posso garantir que eu fui uma dessas pessoas que depois de
ter começado a ver a série, fiquei com muita curiosidade em visitar a Escócia e
foi isso que eu acabei por fazer, tendo tido a chance de visitar alguns dos seus
locais de filmagem. Se quiserem saber mais sobre os locais de filmagem que estão relacionados com Outlander, podem clicar AQUI e assim, entrar ainda mais no universo desta série.
Além de conhecermos as paisagens naturais e maravilhosas da Escócia, os
respetivos castelos, montanhas, rios, lagos, florestas e de sabermos mais sobre
a sua essência peculiar, nós ficamos a entender melhor a sua cultura,
principalmente aquilo que acontecia no século XVIII. Este é um povo que é
caracterizado como sendo corajoso e fiel aos seus princípios que respeita as
suas tradições, tendo uma influência forte a nível da sua música e do famoso kilt.
Além disso, é rica em mitologia, onde são muitos os mitos, rituais e lendas que
residem por lá até aos dias de hoje. Esta história mostra-nos como era a vida
dos clãs escoceses e como foi o progresso de destruição desta cultura das
Terras Altas pelas mãos dos soldados ingleses, onde muitos dos seus costumes
simplesmente desapareceram e outros regressaram, mas com certas limitações,
sendo que atualmente isso ainda acontece e também é um assunto delicado para se
abordar.
7.
Viagem no Tempo
Após o fim da 2ª Guerra Mundial, Claire muda completamente a sua
vida, durante uma viagem romântica com o seu marido Frank Randall
(Tobias Menzies) até uma cidade pequena na Escócia que está cheia de elementos
misteriosos, mitos, simbolismo e lendas, ao mesmo tempo que ele aproveita para
pesquisar mais sobre os seus antepassados. Um dia, esta enfermeira resolve
encostar-se a umas rochas mágicas em Craigh na Dun, mas ela não imaginava
que iria acabar por atravessar um portal que a levaria desde 1945 para 1743 no
século VIII, num ambiente de perigo eminente e com tradições muito antigas. A
sua aventura começa quando ela se cruza com um grupo de rebeldes escoceses na
qual faz parte Jamie Fraser, um jovem pelo qual cria uma atração
imediata e inexplicável.
É verdade que muitas narrativas relacionadas com viagens no tempo não são bem aceites pelo público, principalmente porque não são bem explicadas ou chegam a um ponto que perdem o sentido. Mas com Outlander, este tópico não é abordado de uma maneira tradicional e combinado com ficção científica, mas sim é um tipo de ferramenta que era referida em lendas, tendo sido utilizada com uma pitada de magia e cujo objetivo específico é levar a protagonista a um tempo completamente oposto ao dela, mostrando os desafios e dificuldades que ela vai enfrentando em dois períodos do tempo completamente diferentes entre si, enquanto vai estando dividida entre dois amores plenamente distintos, um localizado no presente e outro no passado.
8.
Inspirada nos livros de Diana Gabaldon
Já vos aconteceu lerem um livro e começarem a imaginar como seria a
adaptação do mesmo num formato de um filme ou série? Cada vez existem mais obras
a serem adaptadas para o universo do cinema e televisão e Outlander não foi
exceção, sendo considerada como uma das séries mais populares da atualidade.
Neste caso e com Diana Gabaldon como consultora, cada temporada da série adapta
um livro da coleção. A primeira temporada é constituída por 16 episódios e é
baseada no primeiro romance Outlander (1991), enquanto a segunda já é
dedicada a Dragonfly in Amber (1992) e tem 13 episódios. Já a terceira
temporada com 13 episódios é baseada em Voyager (1994) e a quarta
temporada com o mesmo número de episódios está associada a Drums of Autumn
(1997). The Fiery Cross (2001) foi a história da quinta temporada com o
número de 12 episódios, enquanto A Breath of Snow and Ashes (2005) foi
adaptado para 8 episódios na sexta temporada. Agora é aguardar pela 7ª e 8ª
temporada que irá adaptar mais dos livros da saga de Outlander.
Como Outlander acaba por ser uma adaptação, existem determinadas
situações que são abordadas nos livros que acabam por não vir a acontecer na
série ou são ligeiramente alteradas ou não são referidas, devido ao rumo da própria
história e para ser mais conveniente para aquilo que está a ser contado no
momento, sendo que o leitor pode ficar surpreendido com o modo como certas
cenas são representadas. Mas por vezes, também é importante que ocorram
mudanças que sejam necessárias para melhorar a experiência de quem está a ver. Assim,
muitos dos leitores desta saga consideram Outlander como uma adaptação
criativa e muito bem realizada, onde conseguiram criar uma história fiel aquilo
que Diana Gabaldon escreveu.
Outlander é das séries mais extraordinárias e icónicas que podem ser vistas na atualidade com uma narrativa dividida entre o século XVIII e XX que foi muito bem recebida pelo público. É uma história envolvente para todos os gostos que nos faz refletir, trazendo uma mistura de emoções com os seus momentos mais divertidos, vulneráveis, cruéis e obscuros, ao mesmo tempo que transmite uma mensagem poderosa, clara e pertinente daquilo que realmente importa na vida e o quanto devemos dar valor às coisas mais simples. Vamos a uma maratona da série?