O elenco é composto por Louis Hofmann (Jonas Kahnwald), Oliver Masucci (Ulrich Nielsen), Lisa Vicari (Martha), Maja Schöne (Hannah), Daan Lennard Liebrenz (Mikkel Nielsen), Karoline Eichhorn (Charlotte Doppler), Jordis Triebel (Katharina Nielsen), Carlotta von Falkenhayn (Elisabeth Doppler), Julika Jenkins (Claudia Tiedemann), Peter Benedict (Aleksander Tiedemann), Mark Waschke (Noah), Paul Lux (Bartosz Tiedemann), Moritz Jahn (Magnus Nielsen), Stephen Kamwirth (Peter Doppler), Hermann Beyer (Helge Doppler), Gina Stiebitz (Franziska Doppler), Christian Steyer (H.G. Tannhaus), Christian Pätzold (Egon Tiedemann), Deborah Kaufmann (Regina Tiedemann), entre outros.
São vários os segredos escondidos nesta comunidade, que poderão fazer toda a diferença para se compreender o desenrolar da história. As famílias Kahnwald, Nielsen, Doppler e Tiedemann estão interligadas de um modo improvável, mas que depois acaba por fazer todo o sentido, quando falamos do tema de viagens no tempo.
A história é contada em 3 ciclos, onde são incluídos temas, tais como, viagens no tempo e vários conceitos relacionados com a área da física. Para além disso, esta decorre no tempo presente em 2019, mas também está ligada com os períodos de 1986 e 1953, através de viagens no tempo que são possíveis, devido às cavernas misteriosas que estão debaixo de uma central nuclear local, que é administrada pela família Tiedemann. Também são introduzidas cenas que acontecem em 1888, 2020 e muitas outras datas.
Eu acho que as épocas que são referenciadas nesta história estão bem definidas, onde podemos ver, através do guarda-roupa, cenários, entre outros.
Ter a inteligência de cruzar 3 épocas diferentes (1953, 1986 e 2019) não é um trabalho nada fácil, principalmente se tem o objetivo de criar interesse ao espetador, mas nesta série foi feito de uma forma muito inteligente.
Todas as personagens também têm a oportunidade de interagirem com as suas versões de outros tempos, seja no passado ou no futuro.
Tudo é apresentado de uma forma muito peculiar, pensado ao pormenor e com uma certa magia na forma como representa esta história complexa, que por vezes, faz-nos lembrar um labirinto. Também temos uma certa ligação entre os desaparecimentos com alguns acontecimentos estranhos, tais como pássaros a caírem mortos ou luzes a piscarem com grande intensidade. Quando se está a investigar o caso do desaparecimento de Mikkel, a pergunta fundamental não é “onde está Mikkel?”, mas sim “em que período do tempo está Mikkel?”
Esta história acaba por ser constituída por alguns mistérios místicos, que nem sempre a ciência consegue responder, nos quais inclui viagens do tempo, matéria negra ou situações que possam contradizer as leis principais da física.
A construção das personagens tanto de Jonas como de Martha é feita a um bom ritmo, pois existe tempo suficiente para este desenvolvimento, onde poderemos ver o crescimento que cada um deles vai tendo, de acordo com as circunstâncias que vão vivendo e experiências que vão adquirindo. Muitas das personagens e respetivas ligações familiares também são bem exploradas, nos quais são introduzidas no momento certo.
Enquanto a 1ª temporada vai introduzindo alguns dos temas que serão pertinentes, a 2ª temporada continua a contar a história de uma lista longa de personagens, nos quais algumas continuam a procurar pelas pessoas desaparecidas até ao momento. Também são introduzidos novos períodos de tempo, tais como 2053 e 1921, que vão acrescentando novas pistas a este mistério tão complexo de compreender. Passamos a conhecer uma organização secreta chamada Sic Mundus, que estuda as viagens no tempo e tenta manipulá-las a seu favor para assim, conseguirem chegar ao objetivo pretendido e para além disso, podemos acompanhar algumas das personagens que lutam pelo futuro de Winden e tentam evitar o apocalipse, a todo o custo, enquanto outros fazem os possíveis para que este evento aconteça.
Para além disso, na 2ª temporada recebemos algumas respostas, apesar de ainda termos muitas perguntas por responder. Mesmo assim é uma história complicada de perceber, por isso é essencial que a pessoa esteja constantemente atenta e até apontar num caderno pode ser uma boa ideia.
Nesta série são introduzidas expressões que ficam na memória do espetador e que acabam por classificar a série, tais como “O início é o fim e o fim é o início” ou “O que sabemos é uma gota e o que não sabemos, é um oceano” ou “O tempo não influencia apenas o futuro, o futuro também influencia o passado”. Chegamos à conclusão que estas expressões fazem todo o sentido, numa história tão complexa quanto esta e que tudo está conectado.
São várias as reviravoltas e as informações que continuam a ser introduzidas em cada episódio, algumas delas mais confusas que outras e que podem não fazer qualquer tipo de sentido, mas que mais tarde é feita a ligação e torna-se mais simples do que pensávamos. Por isso, o espetador vai criando diversas teorias e é interessante ver se o mesmo está correto ou se está completamente errado, pois nem sempre tudo encaixa da forma que pensávamos.
Por mais perguntas ou teorias que o espetador possa ter, esta série acaba por fornecer muito mais perguntas do que respostas, mas quando dá o que o público necessita, isso faz com que o mesmo fique sem dúvida surpreendido e chocado com algumas das revelações, pois acaba por ser algo que não estaria à espera.
As florestas que estão localizadas à volta de Winden e a chuva constante representam o suspense da história e o medo que possa vir a ser sentido pelas personagens, principalmente quando se sentem em perigo.
Existem vários momentos de pura reflexão para que o espetador tente encontrar um sentido para tudo aquilo que vai assistindo. É tentar perceber o propósito de cada personagem. O ritmo em que todas as peças do puzzle são introduzidas é feito de uma maneira muito inteligente, para continuar a deixar o espetador cativado e empolgado com toda a história.
De vez em quando, tanto o público como as personagens vão tendo alguns sentimentos de déjà vu, mas com algumas diferenças pelo meio. Este é um bom desafio para o nosso cérebro e também para termos tempo de refletir, pois nem sempre temos a oportunidade de pô-lo a funcionar e normalmente as histórias que estamos habituados a ver são tão fáceis de compreender e assim não precisamos de pôr a cabeça a funcionar com a intensidade que é necessária nesta série. Assim, esta série torna tudo isto muito mais interessante e empolgante para quem está a assistir.
Por vezes o público não sabe o que pensar, relativamente a determinados acontecimentos que vão sucedendo. Existem vários momentos, que podem ser definidos como marcantes nesta história, principalmente quando são reviravoltas inesperadas.
Esta série tem uma boa qualidade técnica. A realização de cada episódio criou um bom resultado final, enquanto o argumento está mesmo muito bem escrito e feito de um modo inteligente, onde sempre houve cuidado perante todos os detalhes e explicarem tudo de uma forma muito diferente daquilo que o espetador está habituado. A fotografia está muito bem escolhida para o tipo de história que é, onde podemos ver um ambiente mais obscuro e com algum nevoeiro pelo meio. Para além disso, a banda sonora criada por Ben Frost é fantástica e inserida nos momentos e nas cenas certas, com uma intensidade muito bem implementada, que deixa a pessoa cada vez mais curiosa para saber mais e dá à história, o suspense necessário para incluir nas alturas certas.
Este será um desafio constante para o espetador compreender tudo o que será contado nesta história. O próprio genérico da série é muito bonito de ver, com uma excelente criação na forma como foi construída, apesar de ser muito complexo, acaba por ter um certo requinte com boas escolhas nas cores.
A criatividade feita nesta série é impressionante e surpreendente, que cativa constantemente o público. Esta pode não ser uma série para todos, mas acho que seria uma escolha excelente darem uma oportunidade a esta história e assim, ver um produto inovador de grande qualidade.
O final está muito bem planeado, feito de uma forma incrível, que acredito que vai deixar todos os admiradores desta série satisfeitos.
Esta é sem dúvida, uma das melhores produções originais da Netflix que vai deixar saudades, principalmente pela quantidade de neurónios que acredito que cada um teve de queimar para não se perder ao longo dos episódios, por isso é importante que quem assista a esta história esteja com muita atenção e que tenha muita paciência, que podemos comparar a um tabuleiro de xadrez que é constituído por várias jogadas possíveis, mas que é necessária uma estratégia brilhante para que todas as peças se possam encaixar com uma qualidade incrível.
Recentemente foi criado um site para ajudar os espetadores a compreenderem melhor a árvore genealógica de cada família e ajuda a perceber alguns dos mistérios que foram sendo desvendados, ao longo dos episódios. Se quiserem aceder basta irem até https://darknetflix.io/pt
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