sábado, 25 de novembro de 2023

Receita de Tapioca de Banana e Frutos Silvestres


Vamos a mais uma alternativa para o vosso pequeno-almoço ou para lancharem à tarde?

Desta vez, a receita de hoje é Tapioca de Banana e Frutos Silvestres!

Ingredientes:

- 100 g de Farinha de Tapioca
- 2 Bananas às rodelas
- 50 g de Framboesas
- 50 g de Mirtilos
- Canela q.b.


Modo de Procedimento:

1. Ponha a farinha diretamente para uma frigideira anti-aderente bem quente e de seguida, reduza o lume;

2. Coloque algumas rodelas de banana, algumas framboesas e mirtilos numa das metades da tapioca. Deixe cozinhar por uns minutos até que os frutos comecem a caramelizar;

3. Dobre a tapioca, unindo as 2 partes e vire;

4. Cozinhe mais um pouco e sirva quente;

5. Se quiser, pode adicionar um pouco de canela por cima da tapioca.


Esta opção acaba por ser uma boa alternativa, caso queiram variar o vosso pequeno-almoço ou experimentar coisas novas. Numa tapioca, também podem optar por outros ingredientes para colocarem na cobertura da mesma, porque existe uma diversidade de alimentos que podem utilizar e tornar-se numa ótima combinação. É aproveitarem para colocarem a vossa imaginação à prova!

Experimentem esta receita mais saudável e não percam brevemente, mais Dicas da Nutri!

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

The Hunger Games: A Balada dos Pássaros e das Serpentes - um espetáculo criativo, alucinante e cativante que surpreende

O universo The Hunger Games está de regresso! The Hunger Games: A Balada dos Pássaros e das Serpentes (The Hunger Games: The Ballad of Songbirds & Snacks, como título original) é o quinto filme desta franquia tão popular e adorada pelo público, tendo sido realizado por Francis Lawrence e é basado no livro com o mesmo nome de Suzanne Collins.

O elenco é constituído por Tom Blyth, Rachel Zegler, Peter Dinklage, Hunter Schafer, Josh Andrés Rivera, Jason Schwartzman e Viola Davis.

Esta história ocorre 64 antes de Katniss Everdeen se voluntariar como Tributo, e décadas antes de Coriolanus Snow se tornar o tirano Presidente de Panem.

Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais

A nova aventura acompanha o jovem Coriolanus (Tom Blyth), a última esperança da outrora orgulhosa família Snow, cuja linhagem decadente significou uma queda em desgraça no Capitólio do pós-guerra. Com o seu sustento ameaçado, Snow aceita relutantemente a missão de ser o mentor de Lucy Gray Baird (Rachel Zegler) – um tributo do empobrecido Distrito 12 – nos 10º The Hunger Games. Assim que o encanto de Lucy Gray cativa o público de Panem, Snow vê uma oportunidade de mudar o destino de ambos. Com tudo pelo que trabalhou em jogo, Snow une-se a Lucy Gray para virar as probabilidades a seu favor. Lutando contra os seus instintos tanto para o bem quanto para o mal, Snow parte numa corrida contra o tempo para sobreviver e revelar se acabará por tornar-se um pássaro…ou uma cobra.

Esta narrativa desenvolve a dualidade do espírito entre pássaro e serpente que existe dentro de todos nós. Como todos somos luz e escuridão, bem e mal, alegria e tristeza, ou seja, um tipo de fusão de penas e escamas. Cada decisão que tomamos é fulcral para nos levar por um caminho que acabará por revelar o nosso verdadeiro eu.

Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais

Este filme oferece um cenário original que leva a um território desconhecido, ao mesmo tempo que permanece tematicamente conectado aos outros filmes da franquia. A prequela examina o passado de Panem e desenterra toda a rica história referenciada nos filmes anteriores através dos olhos de um jovem Coriolanus Snow, cuja história se torna o fio condutor de todos os filmes anteriores de The Hunger Games.

É graças à história de origem de Coriolanus Snow que vamos perceber como é que esta figura se transformou no arrepiante Presidente de Panem, cuja maldade não tem limites.

Esta saga de sucesso continua a ser um fenómeno global e a atrair quem acompanha a mesma, pois continua a ter muito por onde explorar. E ainda, tem a capacidade de fazer com que o público coloque a sua imaginação em prática para tentar adivinhar o que irá acontecer de seguida. Com esta visão mais recente não é exceção!

Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais

Como referido anteriormente, o foco vai completamente para Coriolanus Snow que depois de ter mostrado o seu valor e merecer ganhar um prémio vital para o seu futuro e o da sua família, as coisas não correm como ele esperava. Na realidade, as regras mudam e agora o que mais importa é o desempenho que terá como mentor de Lucy Gray do distrito 12 que tem todas as probabilidades contra ela para vencer esta edição dos The Hunger Games. Mas será que ela vai conseguir fazer a diferença e sobreviver na arena? Uma coisa é certa! Coriolanus Snow coloca tudo em risco, sendo que vai arriscar e fazer o que for preciso para que Lucy Gray saia de lá viva e vencedora!

Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais

Uma das partes mais empolgantes do filme é sem dúvida quando ocorre o espetáculo do The Hunger Games que contém sempre surpresas inesperadas para o público que está a assistir e com tributos que vai fazer qualquer um torcer pela sua vitória. O desenrolar de alguns participantes é mais previsível do que outros, mas mesmo assim capta a atenção. A estratégia que vai sendo colocada por uns até acaba por ser interessante de acompanhar.

Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais

Contudo, há uma personagem que rouba todas as atenções, cativando desde o primeiro momento em que surge e que merece o seu devido destaque. Desempenhada pela extraordinária Viola Davis, estou a referir-me à Dra. Volumnia Gaul, a mente por trás do jogo da 10ª edição dos The Hunger Games e que implementou os anteriores. Além de ser a responsável pelo departamento de Guerra, esta é uma mulher muito inteligente, calculista e criativa que é apaixonada pelo seu trabalho, sendo que está constantemente a inventar novas formas de tornar o jogo mais difícil de sobreviver e cumprir assim, com o seu propósito. Por vezes, tem uns comportamentos diabólicos, mas é daquelas pessoas que impõe um enorme respeito e que, também cria uma sensação de medo instantâneo a quem está ao seu redor. Viola Davis fez um excelente trabalho, onde se encaixou na perfeição a dar vida a esta mulher louca e com uma gargalhada contagiante de uma vilã.

Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais

Relativamente à jornada de Coriolanus Snow nesta história, temos a oportunidade de conhecer um lado diferente daquele que temos estado habituados. Um jovem bondoso, preocupado e com boas intenções que quer tomar conta da sua família da melhor forma que conhece. Porém, a sua relação conturbada com o diretor Highbottom (Peter Dinklage) que quer prejudicá-lo a todo o custo, pode vir a ser a ponta do iceberg para tudo mudar na sua vida no Capitólio e também de ver as coisas com outros olhos.

Foi interessante acompanhar o seu desenvolvimento e os sacrifícios que teve de fazer ao longo do seu caminho pelo Capitólio e fora dele para chegar onde queria, levando a escolhas que o iriam atormentar. E mais tarde, fazendo com que se transformasse para sempre em alguém irreconhecível e completamente sem escrúpulos. A pessoa acaba por ficar com uma melhor noção das razões pelas quais, ele se tornou assim.  

Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais

Além disso, temos a jovem Lucy Gray que conseguiu conquistar o público de Panem e até de surpreender tudo e todos não só com a sua bonita voz, mas com a sua capacidade de sobrevivência quando precisa de usar os seus instintos. Desde o primeiro instante que ela captou a atenção de Coriolanus Snow, chegando a um ponto que vemos uma versão dele mais vulnerável que é capaz de tudo para proteger Lucy Gray. Porém, isso pode não ser bom para a missão pessoal de Coriolanus e até mais tarde, vir a prejudicá-lo.

A dinâmica desta dupla é bem conseguida e cria uma empatia imediata no espetador, sendo que ficamos com curiosidade em saber como se irá desenrolar a aventura perigosa desta dupla.

Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais

The Hunger Games: A Balada dos Pássaros e das Serpentes é uma boa combinação de ação, aventura e drama que traz como resultado, um espetáculo criativo, alucinante e cativante que é uma boa fonte de entretenimento pelo modo como tudo é apresentado. Seja pelos ângulos de filmagem escolhidos, pela história intrigante repleta de violência, destruição, mortes, armadilhas, manipulações, reviravoltas e enganos ou até pela banda sonora que possui músicas que são introduzidas na altura certa e acabam por ficar no ouvido.

Este é um mundo incrível cheio de surpresas que não podem mesmo perder! E que eu acredito que não ficará por aqui, pois ainda há muita história para ser contada. Por isso, termino com: May the odds be ever in your favor


quinta-feira, 9 de novembro de 2023

"The Marvels" é um filme refrescante que cria um ambiente descontraído e engraçado e que consegue entreter

Chegou o momento da estreia de The Marvels (As Marvels, como título em português) que é uma produção da Marvel Studios, desta vez realizada por Nia DaCosta e com Kevin Feige como produtor.

O filme é protagonizado por Brie Larson, Teyonah Parris, Iman Vellani, Zawe Ashton, Gary Lewis, Seo-Jun Park, Zenobiia Shroff, Mohan Kapur, Saagar Shaikh e Samuel L. Jackson.

A narrativa desenrola-se ao redor de Carol Danvers (Brie Larson), também conhecida como Capitão Marvel, recuperou a sua identidade da tirania Kree e vingou-se da Inteligência Suprema. Mas, com consequências imprevisíveis levam Carol a carregar o fardo de um universo desestabilizado. Quando os seus deveres a enviam para uma fenda espacial anómala ligada a um revolucionário Kree, os seus poderes interligam-se com os da super-fã de Jersey City, Kamala Khan (Iman Velani), também conhecida como Ms. Marvel; e com a sobrinha afastada de Carol, a Capitão Monica Rambeau (Teyonah Parris), agora uma astronauta S.A.B.E.R. “As Marvels”, um trio improvável, precisa unir-se e aprender a trabalhar em conjunto para salvar o universo.

Já algum tempo que este filme suscitava algum interesse, principalmente logo após a introdução das personagens Kamala Khan e Monica Rambeau no universo da Marvel. Com Ms. Marvel, Kamala Khan teve uma série própria para ser apresentada como a super-heroína que salvou Jersey City. Enquanto Wandavision, uma das produções mais faladas da Marvel deu-nos um pedacinho da história de Monica Rambeau. Na realidade, nem é necessário acompanharem estas séries, pois o próprio filme dá as informações essenciais sobre Kamala Khan e Monica Rambeau. Mas, acredito que a perspetiva será bem diferente, caso a pessoa tenha tido a chance de acompanhar essas produções que são muito distintas entre si.

Divulgação: Marvel Studios

Por vezes damos conta de que estamos a ver uma história juvenil mais colorida e isso é muito devido à forma como foi construída a própria Ms. Marvel. A Kamala Khan é daquelas personagens que traz uma energia contagiante. E ao mesmo tempo, mostra o seu lado mais ingénuo e até nerd, relativamente a tudo relacionado com a Carol Danvers, o seu ídolo. Já imaginaram como seria ter a oportunidade de conhecer uma das nossas referências e quando chegasse esse momento, as expetativas terem sido superadas? Foi isso o que aconteceu com Kamala Khan, uma autêntica fan girl que lutou ao lado da sua heroína e ainda, tem muito para aprender. Contudo, traz um ponto de vista completamente novo que pode vir a inspirar muitos futuramente.

No caso de Monica Rambeau, depois de ter recebido os seus poderes através de um feitiço criado por Wanda (Elizabeth Olsen), ela já consegue ter controlo sobre eles e aproveita para colocá-los em prática no seu trabalho no espaço, através do projeto S.A.B.E.R, liderado por Nick Fury (Samuel L. Jackson). Porém, ela continua a lidar com os seus traumas causados pelo “abandono” de Carol Danvers. Monica será testada de diversas formas, entre elas, a partir do momento em que surge o reencontro há muito aguardado.

Acompanhada pelo gato invulgar Goose, Carol Danvers está a aprender a estar sozinha e continua a lidar com as consequências dos seus atos, enquanto tenta recuperar as suas memórias que tinham sido apagadas pelos Kree e perceber o que significa ser uma líder. De repente, ela é atirada para uma situação com uma nova equipa. 

Divulgação: Marvel Studios

A decisão de incluírem Monica Rambeau e Kamala Khan como parceiras desta Vingadora para esta nova aventura foi sem dúvida, uma ideia bem inteligente. Estas três mulheres possuem uma dinâmica natural entre si, prendendo mais a atenção de quem está a ver, tornando-se assim, especial e interessante vê-las a trabalhar em equipa. E ainda, utilizando os seus poderes de uma certa forma com semelhanças, que num todo encaixam na perfeição.  

Um dos pontos altos desta história é sem dúvida, as cenas de luta que estão muito bem construídas e coreografadas, mostrando uma arte que podia ser difícil de representar, principalmente quando esta tripla está constantemente a trocar de lugar, devido aos poderes estarem interligados entre si. Os efeitos visuais é outro ponto muito positivo que em certas situações, a pessoa ficava fascinada com aquilo que estava a ver.

Porém, o argumento tem os seus altos e baixos e não conseguiu ser sempre consistente, sendo que se fica com a sensação de que faltou algo e que poderiam ter explorado outros elementos. Mesmo assim, tem o seu charme, dá para ver que foi feito com amor e existem alturas em que brilha com elegância.   

Divulgação: Marvel Studios

Infelizmente, esperava mais do papel da antagonista. Eu já conhecia o trabalho de Zawe Ashton e admito que estava curiosa para vê-la interpretar uma vilã. Mas, não foi de acordo com aquilo que esperava. Acabou por ser uma personagem facilmente esquecível, em que faltou muita coisa para ser contada da sua história de origem e que poderia ter sido mais bem aproveitada.

The Marvels cria um ambiente descontraído e engraçado com algumas parvoíces pelo meio que consegue entreter à sua maneira. É um filme leve, divertido, refrescante e cheio de ação com humor criativo e possuindo ideias mais inovadoras que foram interessantes de se ver, sendo que trouxe um resultado satisfatório. Além disso, tem cameos e uma cena pós-créditos, apresentando uma realidade paralela com personagens populares, que eu acredito que vai entusiasmar muitos admiradores para o futuro da Marvel.

No entanto, é mais uma produção que vai dividir opiniões. Mas que mesmo assim, cria vontade de continuar a ter esperança de que o universo cinematográfico da Marvel vai voltar aos seus dias de glória.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

"Jeanne du Barry" é um filme de época francês dedicado à história de vida da última amante do Rei Luís XV

 

Jeanne du Barry foi o filme de abertura da edição deste ano do Festival de Cannes, que recebeu uma ovação de 7 minutos e já tem data marcada para estrear em Portugal. Após ter aberto a 24ª edição da Festa do Cinema Francês no Cinema São Jorge, podem finalmente ver este filme francês nos cinemas, a partir do dia 2 de novembro e através da distribuição da Pris Audiovisuais. Além de protagonista desta produção com uma duração de quase 2 horas, Maïween é também a argumentista e a realizadora da mesma.  

O elenco é constituído por Maïween (Jeanne du Barry), Johnny Depp (Louis XV), Benjamin Lavernhe (La Borde), Pierre Richard (Duc de Richelieu), Melvil Poupaud (Comte du Barry), Pascal Greggory (Duc d’Aiguillon), India Hair (Adélaïde), Suzanne de Baecque (Victoire), Capucine Valmary (Louise), Diego Le Fur (The Dauphin), Pauline Pollmann (Marie-Antoinette), Micha Lescot (Mercy), Noémie Lvovsky (Comtesse de Noailles), Marianne Basler (Anne) e Robin Renucci (Monsieur Dumousseaux).

Jeanne du Barry é livremente inspirado na vida de Jeanne Bécu, que nasceu como filha ilegítima de uma costureira pobre e subiu à corte de Luís XV para se tornar na sua última amante oficial. A famosa cortesã viveu um relacionamento escandaloso na corte de Versailles com o rei Luís XV, monarca conhecido pelas suas extravagâncias e inúmeras amantes. 

Como Condessa du Barry, Jeanne foi oficialmente apresentada ao Rei, que se apaixonou perdidamente e imediatamente por ela. Em 1769 foi incluída com pompa e circunstância na Corte, gerando escândalo, inveja e animosidade.

Com a distância de 230 anos, possivelmente teremos uma Jeanne menos julgada, mas, infelizmente igualmente trágica. Uma mulher que conseguiu superar todos os obstáculos, menos o julgamento da sociedade. 

Divulgação: Pris Audiovisuais

Este filme aborda a vida de Jeanne Vaubernier, uma mulher do povo determinada a subir na hierarquia social, usa os seus encantos para escapar à pobreza. O seu amante, o Comte du Barry, que enriqueceu graças às intrigas amorosas de Jeanne, deseja apresentá-la ao Rei e organiza um encontro através do influente Duque de Richelieu. O encontro vai muito além das suas expetativas: para Luís XV e Jeanne, é amor à primeira vista. Através da cortesã, o rei redescobre o apetite pela vida: de tal forma que já não consegue viver sem ela e decide torná-la a sua favorita oficial. Segue-se um escândalo. Ninguém quer uma mulher da rua na Corte.

Jeanne foi uma jovem inteligente e trabalhadora que sabia muito bem o que estava a fazer. Ela nasceu em 1743 como filha ilegítima de uma costureira pobre que depois, teve a capacidade de alcançar com distinção a corte de Luís XV. E tornou-se mais tarde, na favorita e na última amante oficial do monarca.

Divulgação: Pris Audiovisuais

Como Jeanne, uma mulher do povo se transformou numa cortesã e criou toda a sua influência durante o reinado do rei Luís XV? Uma parte foi devido à habilidade perspicaz do seu marido, o Comte du Barry, sendo que aos poucos, ela foi subindo de posição até chegar ao soberano da monarquia francesa. E outra pela beleza, independência e personalidade peculiar de Jeanne que começou a criar invejas e temas de conversa para com quem ela se cruzasse.

Esta famosa cortesã que alterou completamente o seu destino viveu um relacionamento escandaloso na corte de Versailles com o rei Luís XV. Contra todas as possibilidades e rigores de etiqueta, Jeanne mudou-se para Versailles, onde a sua chegada escandaliza a corte.

Divulgação: Pris Audiovisuais

Jeanne foi uma mulher recheada de espontaneidade que não respeitava as regras de etiqueta e a aristocracia real. Mas, o seu sofrimento era provocado constantemente por diversas razões, entre elas, os rumores que iam surgindo na corte sobre si e o facto de ser amante de Luís XV. Porém, ela tinha uma grande influência sob o rei e sabia exatamente o que dizer. A pessoa sente uma conexão forte com esta mulher, seja pela sua resiliência, inteligência ou pelo caminho que teve de percorrer para chegar ao que desejava.

Esta longa-metragem aproveita para contar a partir da infância pobre de Jeanne. Depois, é mostrada um pouco da educação que recebeu, nos quais era pouco frequente de acontecer para pessoas com o seu estatuto social. De seguida, a sua ida e expulsão do convento, onde viveu por uns anos. Mais tarde, é apresentada a sua função de cortesã que surgiu, devido ao seu gosto pelo sexo e respetivos poderes de sedução. Tudo isto até chegar o dia, em que ela conhece o rei Luís XV, ficando assim, com uma nova posição que ocorreu por causa do seu relacionamento com o líder francês.

Divulgação: Pris Audiovisuais

Johnny Depp é um dos principais destaques desta longa-metragem, onde desempenha Luís XV, um monarca conhecido pelas extravagâncias e inúmeras amantes. O seu desempenho é muito bom. E apesar de ter surgido com menos diálogos e em poucas cenas, ele brilhou imediatamente de um modo próprio e com uma dicção bem implementada do francês. Também bastou apenas a sua linguagem corporal e respetivas expressões faciais para compreendermos, não só as diferentes emoções deste rei, mas também, tudo aquilo que ele pretendia. Como um olhar e o silêncio valem mais do que mil palavras!

Luís XV foi um líder que possuía uma personalidade bem peculiar, de acordo com a sua própria posição. Mas também tinha uma hipersensibilidade e um lado mais romântico. Ele era curioso com a maneira de ser de Jeanne e acabou por ser atraído por ela, porque era uma mulher diferente e livre.

Divulgação: Pris Audiovisuais

O relacionamento de Luís XV com Jeanne não foi bem recebido e foi fonte de intrigas por parte da corte que são bem retratadas, de acordo com a época. Infelizmente, faltou mais cumplicidade neste romance que era suposto representar uma paixão profunda complementada com um amor louco entre Jeanne e Luís XV. Também esperava que houvesse muitas mais cenas focadas neles, tendo como objetivo, o de explorar mais a relação deles. Para mim, seria sem dúvida, um lado da narrativa mais interessante para se desenvolver.

Uma das boas surpresas desta longa-metragem é La Borde, o fiel servo do rei que protagoniza cenas que traz ao argumento, um rumo mais descontraído e com alguma piada pelo meio, criando assim, mais empatia e envolvência para com o espetador.

A história é filmada em 33 mm, sendo composta por um tom moderno e um ritmo relativamente lento que pode não agradar a todos. É dividida em diferentes etapas da vida de Jeanne e apresentada com delicadeza. Além disso, foram implementadas algumas mudanças que podem não ter o resultado desejado por parte do público. Infelizmente, a maior parte das personagens foram passadas para segundo plano. E também podia ter existido mais carisma e dinâmica entre elas. Uma escolha que impediu que a história fosse mais rica e interessante.

A representação desta era é feita com ligações precisas entre o século 18 e o tempo atual. Uma das partes mais bem representadas é o guarda-roupa fantástico, maquilhagem e os penteados inovadores que eram usados naquela altura. Também a banda sonora clássica teve um papel fundamental no filme.

A importância dos protocolos reais e da etiqueta ou os comportamentos da corte perante diversas situações, nos quais fazia parte, a discriminação que ainda existe nos tempos atuais são alguns dos assuntos desenvolvidos que eram pertinentes no século 18.

Divulgação: Pris Audiovisuais

No entanto, os cenários naturais do lindíssimo Palácio de Versailles e os seus magníficos jardins são dos principais destaques deste filme. Eles criam cenas mais apropriadas à realidade da época, que são exuberantes e com requinte, onde são apresentados os luxos e o próprio poder da corte. A Capela Real, o Salão dos Espelhos e a Sala Hércules são lugares mágicos que mais entusiasmaram quem está a acompanhar esta longa-metragem, principalmente quem já teve a oportunidade de os visitar pessoalmente, como foi o meu caso. Foi espetacular ver cada uma das cenas a serem apresentadas nestes espaços!   

Esta produção é o primeiro filme de época de Maïween e é dedicado completamente a Jeanne du Barry, uma figura histórica que fez a diferença durante o reinado de Luís XV. Mas, não foi referida da forma que devia. Temos a oportunidade de acompanhar, tanto a sua ascensão, como a sua própria queda, após ocorrer uma tragédia que iria mudar por completo a vida de Jeanne para sempre.

Jeanne du Barry possui uma narrativa emocionante, simples e sem exageros, que por vezes perdeu o seu equilíbrio. Esta retratou a infância, a juventude, o relacionamento de Jeanne com Luís XV e os efeitos que teve na sua vida.

Obviamente, não é um filme perfeito e teve problemas evidentes, sendo capaz de provocar reações inesperadas e até de dividir as opiniões do público. Mas, dá para perceber que Maïween dedicou-se de alma e coração a contar a história de Jeanne du Barry com todo o amor e respeito que ela tem por esta mulher.

O balanço final é que considero como sendo uma história interessante com potencial para muito mais, onde criou vontade no espetador, em querer saber mais sobre a vida de Jeanne du Barry, mas que infelizmente, soube a pouco.