Divulgação: Tribeca Festival Lisboa
Considerado como um dos festivais
mais importantes do mundo, o Tribeca chegou pela primeira vez a Portugal. A
primeira edição do Tribeca Festival Lisboa ocorreu no passado dia 18 e 19 de
outubro no Beato Innovation District, sendo que foi repleto de conteúdos
nacionais e internacionais.
O Tribeca Festival Lisboa é um
evento que lançou a sua primeira edição na capital portuguesa nos dias 18 e 19
de outubro de 2024, onde reúne talentos visionários de todo o mundo para
celebrar e explorar a arte de contar histórias em todas as suas formas. Lá
podem encontrar uma mistura de filmes independentes dos EUA, filmes portugueses,
séries, podcasts, atuações musicais e conversas ao vivo com estrelas internacionais
e nacionais. O alinhamento desta edição destaca os melhores filmes do circuito
de festivais de cinema de 2024, ao mesmo tempo que defende os talentos
emergentes que surgem atualmente em Portugal.
Depois de ter sido criado há mais
de duas décadas pelo ator norte-americano Robert De Niro e pela produtora Jane
Rosenthal, Lisboa foi a cidade escolhida para estrear este festival na Europa,
que trouxe uma variedade de conteúdos nacionais e internacionais. Como
convidados estiveram presentes tanto talentos do panorama nacional, como também
estrelas internacionais, que através dos seus inúmeros trabalhos, já deixaram a
sua marca no mundo do cinema.
Muito se falou e especulou sobre como
seria esta primeira edição e o que poderia trazer para o nosso país. Além disso,
as expetativas eram elevadas, de acordo com aquilo que tem alcançado nas suas
edições em Nova Iorque. No entanto, será que foi uma edição bem-sucedida?
Ao longo de dois dias, este
festival teve uma programação repleta de Talks e visionamentos nacionais e
internacionais interessantes, em que chegou a um ponto que a pessoa podia ter
dificuldades em escolher aquilo que mais queria assistir ou então, simplesmente
acaba por tentar conciliar entre atividades que estavam a acontecer ao mesmo
tempo. Foram cerca de 20 painéis com a presença de convidados ilustres que
abordaram temas de elevada importância para o universo do cinema, incluindo o
impacto que a inteligência artificial pode ter na produção cinematográfica, a
representação nos meios de comunicação social e no entretenimento, o futuro do
streaming, a arte e o poder do storytelling, o papel que o humor pode ter na
saúde mental e muito mais.
Eu tive a oportunidade de estar
presente no Tribeca Festival Lisboa e de seguida, partilho com vocês, tudo
aquilo que eu achei desta primeira edição.
A maior parte do meu tempo foi
passada na Live Talks, onde tive a chance de assistir a conversas pertinentes e
interessantes e com a presença de nomes, tais como Robert De Niro, Jane
Rosenthal, Whoopi Goldberg, Griffin Dunne, Patty Jenkins, Chazz Palminteri,
Daniela Ruah, Dino D’Santiago, Afonso Pimentel, entre outros.
Relativamente a estas Talks,
gostaria de destacar três que foram daquelas que eu mais apreciei. São elas “Laughter, Tears &
Healing: The Power of Comedy and Drama in Mental Health (and Storytelling), “Innovation
Meets Imagination: How The New Storytelling in Media, Music and Animation Is
Empowering Diverse Voices and Communities” e “Leading Roles to Leading Films:
What Happens When Actors Take the Director’s Chair?”.
Na primeira, esta foi uma
conversa exclusiva entre a atriz Whoopi Goldberg, premiada com um Emmy, Globo
de Ouro, Óscar e Tony, e o humorista Ricardo Araújo Pereira sobre a natureza
complementar da comédia e do drama e o efeito que esses mecanismos podem ter no
storytelling e na forma como olhamos para a saúde mental. Este foi um dos
eventos centrais do festival e sem dúvida, um dos mais divertidos. Tanto
Ricardo Araújo Pereira como Whoopi Goldberg criaram uma dinâmica natural e
muito engraçada, onde não faltaram picardias entre si, mas que apresentaram
realmente o papel eficaz que o humor pode ter na saúde mental. Esta dupla foi
uma ótima surpresa e escolha para darem luz a este tema que cada vez tem tido
um maior impacto no próprio storytelling. Um momento hilariante que não iremos
esquecer tão cedo!
Depois a segunda Talk que
indiquei anteriormente, foi um painel sobre a forma como as novas histórias, e
os formatos imergentes, representam e empoderam as comunidades. Desta vez,
Whoopi Goldberg e o cantor Dino D’Santiago foram os palestrantes, onde
partilharam a sua própria experiência pessoal, a nível do preconceito e discriminação que
infelizmente continua a existir entre raças. Além disso, trouxeram palavras de sabedoria
e inspiração tocantes que deixam qualquer um emocionado e de uma certa forma,
identificam-se com aquilo que está a ser mencionado no momento. Whoopi também
falou sobre a sua amiga e atriz Maggie Smith que faleceu recentemente. E já
Dino D’Santiago resolveu surpreender Whoopi Goldberg com uma carta emocionante
sobre a história de vida deste artista e um presente final que a deixou sem
palavras. Foi um momento que deixou
muitos de nós a refletir!
Por fim, gostaria também de
destacar uma terceira Talk que foi sobre a transição da representação para a
realização e que impacto tem essa mudança na forma de abordar o storytelling e
as grandes histórias. Os oradores presentes foi Griffin Dunne, Daniela Ruah e
Francisco Froes, onde cada um partilhou a sua experiência na sua passagem de
ator para a cadeira de realizador e todos os desafios que fazem parte de estar
por trás das câmaras. Eu como também sou uma admiradora em relação à forma como
um projeto é desenvolvido, a nível de bastidores e produção, este painel teve
logo para mim, um interesse imediato. E não desiludiu, pois são cada vez mais
os atores que decidem experimentar a área da realização, acabando por terem uma
perspetiva completamente diferente de alguém que não tem experiência em
representação. Portanto, traz uma nova visão para o projeto em si e foi
interessante, ouvir os seus métodos de trabalho e estratégias que colocam em
prática quando estão no papel de realizadores. Além disso, também criou uma
curiosidade em querer acompanhar os futuros projetos de Griffin Dunne, Daniela
Ruah não só na área da representação, mas também da realização.
Infelizmente, nem todas as Talks
eram aquilo que esperava e acabaram por desiludir. Um desses exemplos foi numa
designada por “Enduring Excellence in Hollywood: Crafting Stories That Stand
the Test of Time In An Ever-Changing Society” que era suposto ser um painel
focado na forma como as grandes histórias resistem ao teste do tempo numa
sociedade cada vez mais frenética e que teria as perspetivas singulares de
Robert De e Jane Rosenthal. Infelizmente com a moderação de Bernardo Ferrão,
não foi isso que aconteceu, acabando por ser uma conversa mais dedicada à
política daquilo que estava a suceder nos Estados Unidos. Este teria sido uma
oportunidade única para ouvirmos Robert De Niro a partilhar a sua experiência
nos inúmeros e estrondosos papéis que interpretou ao longo dos anos. Por isso,
a escolha de moderador não foi a mais indicada e devia ter sido alguém que tivesse
um melhor conhecimento de cinema.
Outra coisa que seria importante
melhorar era as condições dos locais de visionamento dos filmes, tanto
nacionais como internacionais. Um dos filmes que eu fui assistir foi Anora e
acho que teria sido muito mais vantajoso, se a tela do filme tivesse sido muito
maior para que todos conseguissem ver perfeitamente o mesmo e não ter várias
cabeças à frente que muitas vezes acontece, para quem é baixo como eu. E por
vezes, houve visionamentos de filmes internacionais em que já não havia lugar
disponível e houve quem tivesse de ficar de pé ou sentado no chão para assistir
ao filme. Se melhorassem nesta vertente, seria sem dúvida, significativo, mais
confortável e uma mais valia para os participantes do festival!
No entanto, o Tribeca Festival
Lisboa também se destacou positivamente pela quantidade de conteúdos presentes
nesta edição que acabava por ter uma oferta para todos os gostos. O facto de
dar oportunidade ao público de assistir ao vivo à gravação de episódios de
podcasts foi uma ideia bem implementada. Um desses exemplos, aconteceu na
gravação do episódio do podcast “Geração 90” que tem a apresentação de Júlia Palha
e teve como convidada, a atriz Alba Baptista. Estive presente nesse momento e o
local estava completamente cheio para assistir a uma conversa íntima com Alba
Baptista que gosta de manter a sua vida privada e por isso, são poucas as
alturas que temos a chance de conhecer mais sobre esta jovem que tem dado
cartas lá fora na representação. Esta foi uma conversa interessante e
inesperada, onde podemos assistir a um lado desta atriz mais vulnerável,
enquanto sabemos mais sobre como começou a sua carreira profissional e aquilo
que podemos esperar dos seus projetos futuros.
Numa perspetiva de imprensa, foi
uma experiência gratificante e muito positiva, pois um dos pontos mais
positivos foi a maior proximidade e acesso que os convidados tiveram com a imprensa e onde
tivemos a oportunidade de conversar de uma forma mais descontraída e simples com
eles! Foi tudo muito bem organizado. E deixo aqui um agradecimento pelas
oportunidades, confiança e apoio que me foram proporcionados ao longo do
festival!
O Tribeca Festival Lisboa foi
maioritariamente uma ótima surpresa e uma excelente forma de celebrar não só as
produções internacionais, mas também a cultura portuguesa que merece o seu
devido reconhecimento. Como qualquer evento, há sempre algo a melhorar, mas
acredito que a próxima edição ainda será mais surpreendente e cheia de grandes
novidades, produções de qualidade do panorama nacional e internacional e
convidados com uma carreira impactante e com muito para partilhar!
Que venha a próxima edição já
confirmada do Tribeca Festival Lisboa para os amantes do cinema que eu tenho a certeza que não deixará
ninguém indiferente!
Querem ver mais conteúdos sobre o Tribeca Festival Lisboa 2024? Aqui têm:
Também podem assistir a mais vídeos relacionados com o festival na conta de YouTube! Ver AQUI!
De seguida, partilho algumas fotografias tiradas durante a cobertura deste evento!