Em
2013, a série Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D ou simplificando Agents of
S.H.I.E.L.D foi uma das apostas iniciais da Marvel, no mercado televisivo, fazendo
parte do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) em que que pode estar por
vezes, relacionado com a continuação dos filmes e séries do mesmo, sendo
inicialmente transmitido pelo canal norte-americano ABC e distribuído
internacionalmente pela Netflix, mas em Portugal tem sido exibido pelo canal
FOX. Atualmente pode ser vista no Disney+. Foi transmitida em cerca de 155 países, sendo constituída por 7 temporadas,
com a criação de Joss Whedon, em que tem a colaboração de Jed Whedon e Maurissa
Tancharoen como produtores e Jeph Loeb como consultor, nos quais conta a
história de uma organização de segurança internacional denominada por
S.H.I.E.L.D (Strategic Homeland Intervention, Enforcement and Logistics
Division) que ajuda a manter a paz e a combater os inimigos que possam ameaçar
a segurança da humanidade.
Após
os acontecimentos do filme Avengers (Vingadores, em português), o mundo já não
é o mesmo, por isso Phil Coulson (Clark Gregg) que foi considerado como morto,
continua a trabalhar na agência S.H.I.E.L.D e cria uma equipa de agentes
especiais especializados em diferentes áreas para lidarem com ameaças feitas
por inimigos de caráter extraterrestre, entre outros. São vários os perigos que
Coulson e companhia terão pela frente e irão enfrentar com coragem e
persistência, sem nunca desistirem da sua verdadeira missão, que é proteger a
humanidade a todo o custo.
O
elenco é constituído por Clark Gregg (Phil Coulson), Chloe Bennet (Skye/Daisy
Johnson), Ming-Na Wen (Melinda May), Elizabeth Henstridge (Jemma Simmons), Iain
De Caestecker (Leopold Fitz), Henry Simmons (Mack), Natalia Cordova-Buckley
(Elena “Yo Yo” Rodriguez), Brett Dalton (Grant Ward), Jeff Ward (Deke Shaw),
entre outros.
A
S.H.I.E.L.D é uma organização de segurança internacional em que por vezes, aparecem
casos muito estranhos de resolver, mas com esta equipa de especialistas acaba
por ser um puzzle possível de decifrar. Esta é uma agência que lida com casos
muito específicos e pessoas fora do comum, que podem ou não ter poderes
especiais, em que outras organizações não têm capacidades de resolver. São
vários os inimigos que tentarão destruir a S.H.I.E.L.D que inclui a organização
HYDRA, os Inhumans (Inumanos, como tradução), a Hive, os Kree, os Chronicons,
entre outros.
HYDRA
é uma organização que quer obter poder, sem pensar nas consequências, acabando
por vencer algumas batalhas, principalmente quando têm sucesso em infiltrar-se
na S.H.I.E.L.D, mas será que conseguirão vencer a guerra?
Na
1ª temporada, a história decorre após a chamada Batalha de New York que
aconteceu no filme Avengers de 2012, entre estes heróis e o exército
extraterrestre Chitauri, liderado por Loki (Tom Hiddleston), irmão de Thor. Phil
Coulson é um agente da S.H.I.E.L.D que vai liderar uma equipa em que é criada
plenamente por si, com o objetivo de resolver mistérios, tanto do nosso planeta
como em localizações mais distantes numa galáxia vasta que não são graves o
suficiente para serem chamados os Avengers. Também desenrola-se à volta de
HYDRA e respetivos seguidores, traições e quais serão as possíveis consequências
para a equipa de Phil Coulson.
Na
2ª temporada, após S.H.I.E.L.D ter sido destruída, o diretor Coulson juntamente
com a sua equipa vai tentar recuperar a confiança do governo e mudar a opinião
pública, ao mesmo tempo que arranjam formas para lidarem com a HYDRA e com os inumanos.
Inumanos são um grupo de humanos que foram modificados pelos Kree,
extraterrestres azuis que fizeram experiências científicas em seres humanos
para serem utilizados como guerreiros com poderes especiais na sua guerra
contra outra raça, os Skrull, que conseguem assumir a forma física e copiar os
poderes das pessoas.
Na
3ª temporada, Coulson põe em prática uma missão secreta para reunir uma equipa
de inumanos, ao mesmo tempo que HYDRA coloca o seu anterior líder inumano, Hive
no poder. Hive foi o primeiro humano a ser transformado pelos extraterrestres
designados por Kree, em que ele já não tem uma forma humana, mas consegue
sobreviver, possuindo corpos de outros seres vivos, onde adquire as suas
memórias. Consegue controlar a mente dos inumanos e mata sem misericórdia, por
isso, a S.H.I.E.L.D vai ter uma luta intensa contra este vilão que é Hive.
Na
4ª temporada após a derrota do Hive e HYDRA, S.H.I.E.L.D. torna-se numa
organização legítima, devido à assinatura dos Acordos de Sokovia e para além
disso, é contada a história da personagem Robbie Reyes e como torna-se no
enigmático Ghost Rider.
Na
5ª temporada temos a oportunidade de saber mais sobre um povo extraterrestre
que são os Kree, quando Coulson e membros da sua equipa são raptados de uma
forma misteriosa para um futuro desconhecido, numa localização que é um tipo de
estação espacial designada por The Lighthouse (O Farol, em português), liderada
por este povo, em que estão situados os últimos seres humanos que conseguiram
sobreviver após o planeta Terra ter sido destruído. Todos eles não terão uma
vida fácil pela frente, devido a serem governados pelos Kree que controlam tudo
ao máximo pormenor, por isso, Coulson e companhia terão de fazer os possíveis
para salvarem a humanidade e descobrirem uma forma de regressarem ao seu tempo.
Na
6ª temporada, a equipa está dividida em tarefas específicas pela galáxia, em
que uns procuram por um dos seus próprios membros e os restantes começam a
reconstruir S.H.I.E.L.D.
Na
7ª e última temporada, vão ser abordados temas, tais como, o multiverso,
possíveis linhas de tempo que podem incluir eventos trágicos ou que possem nem
chegar a acontecer. Estas personagens irão viajar pelo tempo começando em 1931,
em que tentam impedir a ameaça que os Chronicons representam, cujo seu objetivo
principal é destruir a S.H.I.E.L.D e conquistar o planeta Terra. Assim, a
equipa tenta descobrir o melhor modo para voltarem ao seu próprio tempo, sem
afetarem a linha temporal.
A
primeira vez que vimos Phil Coulson foi em 2008, no primeiro filme do Iron Man
(Homem de Ferro, em português). Phil Coulson é um agente da S.H.I.E.L.D
completamente leal à sua agência, em que foi morto por um vilão emblemático
chamado Loki no filme dos Avengers em 2012, mas Nick Fury (Samuel L. Jackson) tinha outros planos
para este agente, que incluía ressuscita-lo. Assim, Fury acabou por referir Coulson,
como um dos Avengers, tornando-o mais tarde, no diretor de uma S.H.I.E.L.D.
nova e inovadora, onde são várias as peripécias que lhe vão sucedendo, entre
elas ser ressuscitado de um modo surpreendente e fascinante, mas será que ele
tem algum tipo de habilidade?
Coulson
é sem dúvida, a alma da história em que protagoniza muitos dos seus momentos
cómicos e por mais desgraças que lhe possam suceder, os espetadores continuam a
torcer por ele e pela sua felicidade. Será que Coulson conseguirá sobreviver nesta
jornada longa a combater todos os tipos de inimigos? É empolgante a pessoa
ficar curiosa, em querer saber mais sobre como decorreu a ressurreição de
Coulson e se deixou sequelas para a personagem.
Melinda
May é uma agente secreta de S.H.I.E.L.D, especialista em armas e cheia de capacidades
físicas, seja a nível de luta ou mesmo como uma piloto de todo o tipo de aviões
existentes na agência constituída por tecnologias completamente avançadas. Assim,
ela é um género de recurso, quando os agentes em campo estão em perigo.
May
é uma pessoa muito reservada, com uma personalidade complexa, que inclui o seu
mal humor e a falta de paciência. Tem alguns traumas que necessita de resolver,
principalmente relacionados com o seu passado que não serão nada fáceis de
enfrentar, mas é uma personagem muito forte que terá obstáculos e uma boa
evolução pela frente.
Skye
ou mesmo Daisy Johnson é uma hacker talentosa e rebelde que depois de revelar a
existência de S.H.I.E.L.D. para o mundo, ela é recrutada por Coulson para
desvendar um plano que contém a criação de super-soldados. Assim, ela acaba por
fazer parte desta organização, como uma agente que terá ainda muito para
aprender que inclui uma jornada cheia de revelações e surpresas.
Daisy
também é um tipo de inumano que tem a habilidade de manipular ondas sísmicas e
criar terramotos, acabando por ser considerada como uma das personagens mais
poderosas nesta série. Temos a oportunidade de conhecer a sua origem e respetivo
passado, tornando-se surpreendente na forma como tudo se desenrolou, pois
acabou por ser uma personagem marcante na banda desenhada, em que eu considero
que tenha tido uma maior evolução, relativamente às restantes.
Daisy
é uma personagem complexa e cómica que tem um grande crescimento e evolução ao
longo das temporadas, onde podemos vê-la a explorar os seus poderes e o seu
potencial e para além disso, podemos ver os seus treinos em combate com May,
que são bem empolgantes de assistir. Inicialmente, o seu passado é um segredo,
mas ao longo dos episódios, o mesmo será contado, tendo assim, uma reviravolta
bem interessante.
Leopold
Fitz é um agente da S.H.I.E.L.D que é especialista em engenharia, com talentos
específicos para a tecnologia de armas. Podemos ir comprovando que ele gosta
mesmo daquilo que faz, tendo uma mente brilhante, onde temos a oportunidade de
acompanhar constantemente a sua inteligência, tornando-se assim, numa arma para
muitos inimigos da sua agência, mas não é por isso que não terá as suas
dificuldades, ao longo do seu caminho, pois são vários os desafios que terá
pela frente.
Iain
De Caestecker faz um trabalho brilhante interpretando Leopold Fitz, onde temos
a oportunidade de ver lados bem diferentes da personagem, de acordo com as
circunstâncias, os traumas e possíveis consequências dos seus atos.
Jemma
Simmons é uma agente da S.H.I.E.L.D na área da bioquímica, especialista nas
ciências da vida, tanto a nível humano, como a nível extraterrestre. É muito
inteligente e concentrada naquilo que faz, mas não deixa de ser curiosa, pois é
uma pessoa que gosta de estar sempre a aprender sobre temas que desconhece.
A
relação entre Fitz e Simmons é muito especial, onde se encaixam de um modo
esplêndido, com uma dinâmica muito bonita de se acompanhar. Esta dupla de nerds
são ambos cientistas que não estão habituados a fazerem o seu trabalho em
campo, mas não é por isso que não deixam de fazer um ótimo trabalho.
Este
é um relacionamento maravilhoso que por mais adversidades que a vida possa
atirar não vai impedi-los de ficarem juntos. Eles são quase inseparáveis que
sem dúvida, que completam-se um ao outro.
Considero
que estas duas personagens são daquelas que passam por um caminho maior de
dificuldades, mas que não desistem, mesmo que tenham de ficar separados,
durante muito tempo. Assim, quando eles partilham cenas mais emocionantes,
estes fazem com que o público se identifique com o que está a acontecer e
esteja constantemente a torcer para que tudo corra bem para eles e para além
disso, os atores desempenham de um modo magnífico, com uma química excelente,
onde não se conseguiria imaginar outra pessoa para interpretar qualquer uma
destas personagens.
Elena
Rodriguez ou Yo-Yo é apresentada na 3ª temporada como uma colombiana que é
recrutada pela S.H.I.E.L.D, sendo considerada como uma inumana que tem como sua
habilidade ter velocidade extrema que as pessoas ao seu redor nem dão conta do
caminho que ela percorre cheia de adrenalina em muito pouco tempo, sendo assim,
um grande trunfo para a agência.
Alphonso
“Mack” MacKenzie é um mecânico, mas também um agente da S.H.I.E.L.D, que faz o
que for preciso para cumprir a sua missão, mas que vai ter de ultrapassar
diversos desafios para tornar-se na pessoa que está destinada a ser.
Deke
Shaw é apresentado na 5ª temporada, em que conhecemos na estação espacial
Lighthouse, no ano de 2091. Ele é uma pessoa caricata, mas que tem os seus
talentos para a tecnologia, sendo como uma das personagens mais divertidas da
série.
Deke
é uma personagem muito interessante, sendo uma pessoa ingénua, muito
inteligente e que tem o seu lado humorístico, que talvez possa ter sido uma das
razões que salvou a história da 5ª temporada, sendo que a mesma teve as suas cenas
confusas.
Existem
algumas referências ao universo cinematográfico da Marvel, como por exemplo a
Batalha de New York dos Vingadores, os Acordos de Sarkovia ou mesmo algo
relacionado com um dos filmes tanto do Capitão América (O Soldado Invernal)
como do Thor (Mundo Sombrio), em que mostram as consequências dos eventos que
decorreram nos mesmos e para além disso, também temos a participação especial
de Stan Lee e de personagens carismáticas, tais como a agente Maria Hill (Cobie
Smulders) ou o Nick Fury (Samuel L. Jackson) ou mesmo a agente Peggy Carter
(Hayley Atwell) em flashbacks. Eu acho que poderiam ter explorado muito mais as
referências aos filmes deste universo, mesmo que tenha compreendido a razão
pelo qual não o fizeram, sendo que chegou a um momento que resolveram
dedicar-se completamente à história das suas próprias personagens em vez de
fazer mais easter-eggs.
Das
suas 7 temporadas, resolvi destacar duas que na minha opinião foram as que
tiveram melhor qualidade, deixando o espetador cativado com aquilo que ia
assistindo, em que são elas, a 4ª temporada e a 7ª e última temporada.
Na
4ª temporada em que a magia é envolvida, também é introduzida uma das
personagens mais esperadas que é o Ghost Rider (Motorista Fantasma em
português), os LMD (Life Model Decoy) e o Framework (um tipo de Matrix deste
universo), considerada como uma das melhores temporadas.
Inicialmente
Ghost Rider, LMD e Darkhold parecem não ter nada em comum, mas é interessante a
forma como fazem e desenvolvem a junção destes 3 temas que acabam por ser
fundamentais para a continuação da história.
Darkhold
é um livro muito perigoso que contém todos os segredos do universo que não pode
mesmo cair nas mãos erradas, sendo que já tinha sido referenciado no filme
Doctor Strange da MCU, misturado com um lado mais místico.
Comecemos
por abordar as inteligências artificiais, tais como, Aida (Mallory Jansen), uma androide LMD
criada por Fitz e outro cientista, com o objetivo de os ajudar, acabando pelos
planos não correrem da forma que estavam á espera, principalmente depois de ter
sido criado o Framework, através do Darkhold que irá trazer desafios para as
personagens restantes em que alguns destes passam por experiências traumáticas
e um tanto, perturbadoras ao mesmo tempo que estão a ser manipulados, sem darem
conta do que está a acontecer.
Framework
é uma realidade alternativa, sendo constituída e representada pela HYDRA que controla
o mundo, onde este é apresentado por um lado mais sombrio e cruel, em que as
personagens correm perigo de vida, mesmo estando localizados num mundo virtual.
Também
é apresentada a personagem de Robbie Reyes, em que este era um jovem mecânico
que trabalhava em Los Angeles. Cercado por gangues, ele e o irmão querem mudar
de vida, levando Robbie a participar numa corrida ilegal, com um carro que
estava possuído por um fantasma. Após ser perseguido e baleado, esse espírito
possui o corpo de Robbie transformando-o no Ghost Rider, um vigilante que sai
às ruas a conduzir o seu carro, que tem o objetivo de obter vingança contra
todos aqueles que cometem crimes. É constituído por efeitos especiais muito bem
implementados e convincentes, em que temos um desempenho fantástico de Gabriel
Luna que está de parabéns no modo como interpretou Robbie Reyes, o conhecido
Ghost Rider.
A
7ª e última temporada foi uma ótima homenagem às personagens mais marcantes da
série para todos os admiradores da mesma, principalmente aqueles que sempre a
acompanharam desde o seu início até ao último episódio. Acaba por haver uma
mistura de emoções nesta despedida que terminou em grande, nos quais muitas das
personagens favoritas da história tiveram o seu final feliz com um nível de
ficção científica excelente, quando é introduzido o tema da viagem no tempo.
Depois
do seu planeta natal ter sido destruído, um grupo de Chronicoms tem como
objetivo principal conquistar o planeta Terra e assim estabelecerem um novo
capítulo nesta colónia nova. Para isso acontecer, eles resolvem viajar para o
passado para impedirem a criação da S.H.I.E.L.D que têm conseguido
evitar com que os seus planos se tornem realidade. Assim vão tentar interferir
em eventos relevantes para a existência desta agência, eliminando alvos que são
para eles ameaças. Um tipo de missão final vai acontecer cheia de peripécias
pelo meio que leva a Zephyr numa viagem pelo tempo perseguindo os Chronicoms
tentando preservar a linha de tempo, apesar de nem sempre conseguirem ter
sucesso nisso.
Nesta
última temporada, tivemos a oportunidade de acompanhar as personagens em épocas
diferentes, tais como a década de 30, 50, 70 e 80, onde os figurinos de cada um
estavam bem escolhidos e adequados ao período de tempo que decorria cada
episódio, sendo tudo muito bem recriado e também eventos relevantes para a
altura eram referidos.
Esta
última temporada é realizada de uma forma muito fluída, em que tem um pouco de
tudo, desde episódios mais sérios até cenas mais divertidas, misturadas com
humor e ação em que terminou de uma forma épica, por isso pode até emocionar o
espetador. Também dá para ver um maior cuidado que tiveram na realização desta
temporada, com um ritmo muito mais equilibrado, que foi repleto de mistérios
pelo meio, em que houve momentos intrigantes, deixando a pessoa cada vez com
mais curiosidade em saber mais.
Houve
um episódio que gostei que foi realizado a preto e branco e fez lembrar como
antigamente eram feitos os filmes e outros que incluíam um argumento mais
aventureiro e divertido e assim aliviar as partes mais dramáticas de episódios
anteriores. Também foi interessante, o episódio de loop temporal que foi
mostrado nesta última temporada que podem ter tanto ação como alguma tensão,
colocando assim, as emoções à flor da pele.
A
série não seria a mesma se não fosse pelos seus vilões. Apesar de ter sido
constituído por um número elevado de vilões e nem sempre todos foram de grande
qualidade, existem alguns que fizeram na minha opinião, a diferença para que a
história fosse cativante.
Comecemos
por Grant Ward que é uma pessoa com um tipo de vida dupla e especialista em
combate e espionagem. É um agente especial na S.H.I.E.L.D com muitos segredos
pelo meio, entre elas, sendo um manipulador nato que pode ter uma falta de
misericórdia para com os outros, mas também tem um passado com a HYDRA, em que
é seduzido pelas palavras do seu mentor. Será que ele é um autêntico traidor,
que teve as suas próprias razões que justificassem infiltrar-se e trair os seus
colegas do S.H.I.E.L.D ou estará relacionado com o seu mentor da HYDRA?
Por
fim, resolvi falar sobre o lado mais obscuro e cruel de Leopold Fitz que conhecemos
na 4ª temporada, durante a história que envolvia o Framework. Como disse
anteriormente, as personagens que estiveram neste universo alternativo saíram de
lá afetados psicologicamente e com traumas por resolver, sendo que um dos
principais foi Fitz.
Durante
o Framework, Leopold Fitz continuava a ter os mesmos talentos para a
engenharia, mas utilizava as suas invenções para o mal, sem pensar nas
consequências e prejudicando a todo o custo, as restantes personagens, tendo
também, a colaboração de Aida que concordava com os seus planos. Mas será que
ele conseguirá alcançar os seus objetivos ou sofrerá pelas ações que cometeu? Mais
uma vez, o ator está de parabéns por ter conseguido interpretado lados tão
opostos desta personagem, em que considero que foi um vilão brilhante.
Devido
à decisão de quererem ressuscitar Phil Coulson, uma personagem que tornou-se
numa referência no universo cinematográfico e de super-heróis da Marvel, desde o
seu início, as expetativas para a continuação da sua história eram bem elevadas.
Inicialmente,
a história afastou algumas das pessoas na forma como tudo foi sendo estruturado
e contado após alguns episódios fracos, não conseguindo cativar sempre o
público, em que um dos seus problemas é que houve episódios que tiveram falta
de foco e de ritmo ou que por vezes estavam a decorrer de um modo muito rápido,
e onde demoraram muito tempo a responder a questões relevantes para o que
estava a suceder no momento. Felizmente, a sua qualidade melhorou
consideravelmente, conseguindo conquistar e alcançar o seu sucesso perante os
fãs da Marvel, depois de um ligeiro deslize no seu início.
Os
argumentistas tiveram liberdade total na forma como queriam contar esta
história e assim aproveitaram para utilizar o seu imaginário, dando origem a
cenas surpreendentes e fazendo com que o próprio público tentasse adivinhar o
que poderia ou não vir a acontecer, de seguida. Temas específicos tais como,
HYDRA, o povo Kree e os inumanos foram explorados de um modo bem peculiar e
interessante, caso se formos comparar ao universo cinematográfico da Marvel.
Num
geral, tem um argumento bem escrito com as suas falhas, mas que dá para ver que
os escritores aprenderam com os seus próprios erros e conseguimos ver uma
diferença relativamente rápida que vai sendo melhorada aos poucos.
A
série conseguiu explorar territórios que ainda tinham sido pouco abordados,
aproveitando para trabalhar bem e criando num geral, personagens cativantes. Há
temporadas que podem ser consideradas mais sombrias e obscuras, mas acabam por
ser uma boa oportunidade para explorar um lado do universo que nem sempre é
muito falado, mas tendo ação vai cativar o espetador.
Inicialmente
misturou vários ingredientes do MCU, mas depois resolveu criar o seu próprio
universo que até resultou muito bem, dando oportunidade aos espetadores de
criarem diversas teorias sobre cada episódio e a jornada respetiva das suas
personagens. Por vezes as personagens têm de lidar em território desconhecido
cheio de obstáculos e inimigos pelo meio, mas não há nada que eles não consigam
enfrentar e vencer.
As
personagens são sem dúvida muito carismáticas, com personalidades muito
peculiares e muito bem desenvolvidas e exploradas, mas que juntos formam uma
equipa excelente capaz de resolver qualquer caso, por mais difícil que possa
vir a ser. O público consegue identificar-se com cada uma destas personagens
que vão ter de enfrentar os seus próprios demónios e nem todos conseguem lidar
da melhor forma, tornando-se num autêntico desafio para cada um deles.
Para
além disso, existem momentos bem empolgantes, com referências ao universo
Marvel que podem incluir alguns easter eggs escondidos em determinadas cenas. Foram
várias as teorias que foram sendo criadas, de acordo com o desenrolar de cada
episódio, mas principalmente em determinados cliffhangers em que poderiam fazer
possíveis relações com os acontecimentos de alguns filmes da MCU.
A
composição da série é feita por Bear McCreary que é considerado como um mestre
no mundo das bandas sonoras, em que as músicas utilizadas na série, que são
introduzidas em alturas essenciais na história.
Uma
das partes mais interessantes desta série é também darem a oportunidade de
alguns dos seus atores, tais como Clark Gregg e Elizabeth Henstridge realizarem
um ou outro episódio e assim, também conseguimos ver e até mesmo avaliar um
trabalho diferente dos mesmos que sempre teve um resultado final muito bom.
Depois
de uma ligeira queda de qualidade, a série conseguiu recuperar de um modo
magnífico, sendo considerada como uma das melhores da Marvel e um tipo de
complemento para os seus filmes, em que vemos as aventuras e o trabalho em
equipa destes agentes, com um equilíbrio entre os seus momentos de ação, drama
e comédia, nos quais mistérios vão sendo desvendados, mas não vão faltar piadas
inteligentes pelo meio.
Esta
história está cheia de reviravoltas inesperadas e surpreendentes, mostrando
assim, a sua qualidade, mesmo que por vezes tenha falhado em alguns pontos e
nem todos os temas abordados na série são entusiasmantes. A forma como tudo foi
construído e estruturado até conseguiu ter um certo equilíbrio como a história
foi sendo contada, mesmo que tenha tido alguns deslizes e partes menos boas
pelo meio. Também é constituído por momentos mais descontraídos de humor,
inseridos na altura certa, mesmo que a história possa estar mais pesada. Mesmo
com um orçamento mais baixo do que aquele disponível nos filmes do MCU
conseguiu fazer um bom trabalho na forma como construíram toda esta história
com personagens novas que acabam por criar uma ligação especial com o
espetador.
As
coreografias e a forma como todas as cenas de luta são filmadas acabam por ser
espetaculares, cativando sem dúvida, o espetador desde o início até ao fim de
cada cena de ação. Algumas das lutas mais interessantes da série são
protagonizadas tanto por Daisy como por May, onde podemos ver coreografias
excelentes e bem implementadas.
Sendo
coreografias de luta muito bem realizadas e coordenados e com cenas de ação
fantásticas, a sua montagem também foi essencial, em que está muito bem
construída, onde a maior parte dos episódios estão muito bem filmados e
realizados, com fotografia e planos escolhidos de um modo bem inteligente, de
acordo com a história que está a decorrer. Para além disso, os efeitos visuais
são impressionantes, mesmo para o tipo de orçamento que tinham disponível, em
que foram apresentadas batalhas espaciais, habilidades extraordinárias que são
postas em prática, entre outros, tendo assim, CGI e efeitos especiais bons e
convincentes.
Esta
história foi a primeira produção televisiva da MCU que tem um pouco de tudo
desde ação, aventura, mistério, suspense e drama, em que as bandas desenhadas
são utilizadas como inspiração e onde tentou criar um universo à parte, de um
modo bem-sucedido. Para quem gosta tanto da banda desenhada como dos filmes da
Marvel, esta é uma opção excelente e quem sabe uma experiência bem
interessante, fazendo com que a pessoa fique na expetativa se algo vai
acontecer que esteja relacionado com as histórias e personagens respetivas
deste universo e assim, é uma série que tenta entreter tanto os fãs da Marvel
ou outros que queiram saber mais sobre este universo extenso.
Esta
é uma série que teve um grande crescimento e sem dúvida que aprendeu com as
suas falhas, cativando cada vez mais o espetador e fazendo com que fique
constantemente curioso com o desenrolar da história. As expetativas perante
esta produção televisiva sempre foram elevadas, mas num modo geral sem dúvida
que superaram as mesmas, tornando-se naquelas histórias que vão-nos deixar
muitas saudades. Dá para ver que nas últimas temporadas, os argumentistas
resolveram arriscar com uma intensidade que fez com que tivessem um resultado
final memorável e que não vamos esquecer tão cedo.
Agents
of S.H.I.E.L.D é uma série incrível cheia de segredos e mistérios prontos para
serem desvendados, com excelentes personagens e cliffhangers eficazes que terminou
de uma forma satisfatória sobre a agência de espionagem mais famosa da banda
desenhada. Na minha opinião conseguiu cumprir com a sua missão, em que houve
uma jornada longa de peripécias, reviravoltas, emoções, ação, mistérios e com
um crescimento longo, mas positivo de um modo geral, conseguindo construir
histórias de qualidade que sem dúvida, cativaram o público e dando no final,
uma sensação de nostalgia.
Em Maio de 2019, durante um evento de séries que decorreu na cidade de Roma em Itália, eu tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o ator Brett Dalton que desempenhou a personagem de Grant Ward e foi uma pessoa bem acessível e simpática.
Por fim, eu tive a oportunidade de conhecer pessoalmente um dos seus protagonistas, que foi o Clark Gregg que interpreta a personagem carismática que é o agente Phil Coulson e isto sucedeu durante a Comic Con Portugal, em que tive a oportunidade de lhe fazer algumas perguntas. Foi sem dúvida, das pessoas que mais gostei de conhecer, muito humilde e disponível para responder a todas as perguntas e o seu próprio painel foi muito interessante de acompanhar. Por isso partilho de seguida, as perguntas que lhe fiz, as suas respostas e as fotografias que tirei, tanto na sua conferência de imprensa como no seu painel deste evento.
1. Se existisse um spin-off do agente Phil Coulson, como seria a sua história? E quando irão os Avengers descobrir que afinal o Coulson está vivo?
Clark Gregg: Seria difícil, eu gosto muito da minha família, destes agentes da S.H.I.E.L.D e sinto-me muito sortudo da família que tenho e assim, não gostaria de me separar deles. Mas caso existisse uma missão específica que enviasse o agente Coulson numa missão sozinho, eu acho que gostaria de o ver entre a cidade de Lisboa e do Porto, talvez a apreciar comida deliciosa, em que podiam estar localizados alguns nazis da HYDRA que teria de combater, mas que poderia demorar.
Clark Gregg: Não sei se algum dia, os Avengers vão descobrir se estou vivo. Para mim é um elogio quando as pessoas me perguntam sobre isso. O que adoro neste universo extenso da Marvel e agora com as séries da Netflix que são espetaculares e para além disso, Agents of S.H.I.E.L.D, Runaways e com filmes a chegar, tais como Avengers e Infinity War, o que me deixa mais curioso é talvez o filme Captain Marvel com a Brie Larson. Eu acredito que tudo vai começar a relacionar-se em breve, através da introdução dos Kree na série, mas as pessoas responsáveis por essas decisões estão num nível superior ao Nick Fury.
2. Se tivesse a oportunidade de escolher o seu próximo papel, qual seria que pudesse ser um desafio para si e porquê?
Clark Gregg: Após terminarmos os Avengers, o Joss (Whedon) veio ter comigo e eu disse "Tu deves estar muito cansado..eu vi isso e foi mesmo muita coisa", pois ele nunca tinha feito um filme tão extenso e eu perguntei, "O que vais fazer de seguida? Tu vais ter agora um pouco de férias antes de começares a editar, como por exemplo, 10 dias?" e ele disse "Eu vou fazer um filme. O que achas sobre nada em minha casa, em 9 dias? Queres participar nele? Começa amanhã" e eu disse que sim, pois eu não recuso ao Joss. E também ter a oportunidade de ter feito Shakespeare foi maravilhoso, porque eu adorei fazer isso e foi muito divertido. Eu gostava de experimentar coisas desse tipo que são difíceis e ainda não fiz.
Eu gostaria de fazer um agradecimento à organização da Comic Con Portugal por ter trazido um dos protagonistas desta série em 2017, ao Clark Gregg por toda a sua disponibilidade e simpatia e ao Brett Dalton.
Que incrível conhecer um ator tão talentoso como ele, parabéns pela entrevista ficou ótimo!
ResponderEliminar