quarta-feira, 10 de março de 2021

Minissérie "WandaVision" da Disney +, protagonizada por Elizabeth Olsen e Paul Bettany - uma visão completamente inesperada e divertida da vida deste casal num formato bem diferente

WandaVision é uma minissérie de 9 episódios que estreou em 15 de Janeiro de 2021 com episódios semanais pela criação de Jac Schaeffer, em exclusivo para a plataforma da Disney+, sendo que existem mais projetos a estrear no futuro que vão ser dedicados às personagens que se foram destacando durante a longa jornada que tem sido o Universo Cinemático da Marvel (MCU), mas também a outras que ainda não foram representadas no mesmo. Neste caso, esta é uma produção da Marvel Studios, cujo Kevin Feige é o diretor dos estúdios e com Matt Shakman na realização, em que a história é baseada nas personagens, Wanda Maximoff ou Scarlet Witch e Vision da Marvel Comics que já apareceram anteriormente em filmes, nos quais criou curiosidade ao público, desde o início, pois as expetativas eram sem dúvida, muito elevadas depois da excelente qualidade que os filmes da MCU têm trazido, nos últimos anos e assim, começa a fase 4 deste universo e todas as suas ligações com produções futuras.

 

Divulgação: Marvel Studios e Disney +

A verdadeira aventura começa quando Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Vision (Paul Bettany) passaram a viver uma vida minimamente perfeita nos subúrbios na cidade de Westview, em New Jersey, depois de se casarem, ao mesmo tempo que tentam esconder as suas habilidades e as suas identidades. Tudo começa a correr relativamente bem, até que as coisas não são realmente aquilo que parecem e cada vez mais são as desconfianças que decorrem na forma como cada um dos moradores deste local se vai comportando perante a presença deste casal e diversas mudanças vão surgindo de maneiras bem estranhas no ambiente em si. Será que estes dois super-heróis vão conseguir descobrir a verdade sobre o que está a acontecer ou é algo mais complexo do que imaginavam?

Esta minissérie tem uma visão completamente inesperada e divertida da vida a dois de Wanda com Vision por Westview, sendo que é apresentada de um modo muito peculiar, através de homenagens a clássicos de comédias norte-americanas que foram exibidas desde a década de 1950, em que a maior parte dos episódios são feitos num formato de sitcom que é transmitido na televisão designado por WandaVision, com filmagens a preto e branco e outras a cores, sem nunca deixar de ter os seus momentos mais misteriosos e emocionais quando o programa estava em pausa, porém nem tudo é o que parece.

Pode conter spoilers!

 

Divulgação: Marvel Studios e Disney +

Wanda Maximoff é uma mulher com uma personalidade complexa e com poderes extraordinários que aprende facilmente a usar, cujas habilidades podem ser a prática de magia, telecinesia, alterar a realidade ao seu gosto e muito mais. Com um sotaque tão característico, ela faz parte do grupo dos Avengers (Vingadores, em português), juntamente com Vision e durante estes episódios, nós temos a oportunidade de saber a origem do nome que ela é maioritariamente conhecida, ou seja, a Scarlet Witch e como foi o desenvolvimento desta até se tornar nessa figura.

Depois de muitas tragédias e perdas, Wanda ficou muito frágil a nível emocional e com uma sanidade mental que pode quebrar a qualquer momento e esta história mostra o que aconteceu com ela, depois dos eventos do filme Avengers: Endgame (Vingadores: Ultimato, em português). O que pode ocorrer à mente de alguém que já passou por muito e não tem noção do quanto poderosa é e que isso pode colocar toda a gente em risco, caso não se consiga controlar? Dá para perceber que Wanda está em fase de negação, como se tivesse uma parede gigante a protegê-la das suas memórias traumáticas, mas vai chegar a altura em que ela vai ter de se relembrar dos seus traumas que inclui a morte dos seus pais, a sua jornada com HYDRA, entre outros que vão ajudá-la a saber mais sobre si e também acerca da origem dos seus poderes. Será que alguma vez, a Wanda vai aceitar a verdade e conseguir seguir em frente com a sua vida?

 

Divulgação: Marvel Studios e Disney +

Neste caso vemos o mundo perfeito de Wanda e como ela poderia imaginar sentir-se feliz num ambiente acolhedor e com uma família, mas também aborda explicitamente o luto e o sofrimento de Wanda com a perda da sua família e do amor da sua vida em que a fantasia e a realidade se vão misturando e assim, vamos acompanhando a sua vulnerabilidade e diferentes lados da sua personalidade, de acordo com as circunstâncias e sem ter noção da intensidade das suas habilidades.

 

Divulgação: Marvel Studios e Disney +

Vision é um androide que foi criado a partir da Jóia da Mente e de uma inteligência artificial designada por J.A.R.V.I.S, mas a sua participação é inédita, pois segundo os acontecimentos dos últimos filmes da MCU, ele já tinha falecido, mas nesta situação não estava, por isso fica a questão, afinal Vision está morto ou existe uma explicação plausível para esta mudança? Em Westview, Vision trabalha na Computational Services Inc, enquanto Wanda está em casa a tempo inteiro e vai chegar a um pouco que ele vai ficar desconfiado com algumas coisas estranhas que vão ocorrendo nesta cidade.

Tanto Elizabeth Olsen como Paul Bettany brilham à sua maneira, mas sem dúvida, que a primeira destaca-se de um modo que vai surpreendendo, em que conseguimos ver registos diferentes desta, seja a nível de humor como a nível de cenas mais emocionais, captando a atenção de quem está a ver e torcendo para que tudo corra bem. Finalmente temos a oportunidade de saber mais sobre estas personagens, mas ainda não tinham sido exploradas o suficiente, pois sempre foram mais secundárias nos filmes do MCU, apesar de terem uma ligação especial com o mesmo e por isso, foi excelente vê-las de volta e aprendermos mais sobre elas, sendo que têm uma química muito natural entre si.

 

Divulgação: Marvel Studios e Disney +

Do universo do MCU, temos o regresso de Jimmy Woo (Randall Park), um agente do FBI e o oficial de liberdade condicional de Scott Lang (Paul Rudd) e a Dra. Darcy Lewis (Kat Dennings), uma astrofísica que trabalhou ao lado de Jane Foster (Natalie Portman), a mulher da vida de Thor (Chris Hemsworth), mas também conhecemos a Monica Rambeau (Teyonah Parris) que juntam-se para estudar todos os fenómenos estranhos, descobrir e investigar tudo o que está a acontecer em Westwiew, utilizando a colaboração de uma agência secreta designada por S.W.O.R.D (Sentient Weapon Observation Response Division), cujo diretor é Tyler Hayward (Josh Stamberg) que tem os seus próprios planos para colocar em prática.

Westview parece ser uma cidade acolhedora e relativamente simples, como muitas, mas tem uma diferença significativa que é o facto de ao seu redor existir um tipo de campo forte de energia em que nada nem ninguém consegue atravessar esta barreira mágica e caso aconteça alguém consiga entrar, esta sofre com determinadas mudanças, entre elas, tornando-se numa pessoa completamente diferente que não se lembra da sua verdadeira identidade. Enquanto se tenta investigar o que está a acontecer de estranho neste local, no interior desta anomalia Maximoff ou Hex, que é chamado mais tarde, Wanda e Vision protagonizam uma sitcom chamada WandaVision com a recriação de seis décadas de televisão distintas começando nos anos 50, cujos moradores de Westview não têm noção do que estão a fazer ou a dizer e cada um deles tem a sua personagem definida. Para além disso, este programa de entretenimento tem pelo meio, anúncios com easter eggs que tem pistas e referências a acontecimentos que ocorreram em produções anteriores da MCU com ligações a Wanda que são uma boa ideia implementada para os fãs.

 

Divulgação: Marvel Studios e Disney +

Nem o espetador e nem as personagens sabem qual é a causa para determinados eventos estarem a ocorrer em Westview, mas acreditam que tem tudo a ver com Wanda. É interessante vermos que algumas personagens estão a descobrir o que se passa ao mesmo tempo que o público e que acabam por ter as mesmas dúvidas ou até as mesmas suposições e ao longo dos episódios vão surgindo várias questões relacionados com este mundo de Wanda e de Vision e as respostas vão sendo dadas de uma forma que o espetador acaba por criar as suas próprias teorias, umas mais complexas do que outras.

 

Divulgação: Marvel Studios e Disney +

Monica Rambeau é a filha de Maria Rambeau que é a responsável pela criação da S.W.O.R.D. e quando era criança, ela tinha uma grande admiração por Carol Danvers (Brie Larson), a Capitã Marvel, mas atualmente Monica é uma capitã e agente da S.W.O.R.D. que regressa depois de ter sido uma das vítimas do estalo de Thanos e percebe que muita coisa mudou na sua ausência, principalmente porque passou a ter missões muito mais simples, como é o caso de uma pessoa desaparecida numa cidade remota. Surpreendentemente, acabamos por ver Monica como uma das vizinhas de Wanda e Vision chamada de Geraldine. Monica é uma pessoa determinada e lutadora que não desiste, por maior que seja o desafio e após estar presente no interior de Westview, começa o início da transformação desta mulher, pois depois de ter atravessado aquele campo de energia foram feitas mudanças no seu DNA que fez com que viesse a ter os seus próprios poderes que aos poucos vai explorando os mesmos.

Este parecia ser um universo que parecia improvável de existir, mas que acabou por acontecer de um modo simples e caricato mesmo num formato de humor com boas homenagens a sitcoms tradicionais e antigas, em que a cenografia, guarda-roupa e maquilhagem foram sendo muito bem introduzidos, de acordo com a década que estava a ser explorada no momento, sendo que a sua evolução foi bem organizada, acompanhando assim, os cenários marcantes e o estilo utilizado para cada uma das décadas faladas e os créditos de abertura escolhidos, mas depois chega a um ponto que nem tudo parece fazer muito sentido nesta realidade e algo está errado. Afinal como surgiu tudo isto? Como é que Vision está vivo? Será que os filhos deste casal existem mesmo ou é fruto da imaginação de Wanda? Afinal o que é real e o que é fantasia?

 

Divulgação: Marvel Studios e Disney +

Wanda acabou por criar o Hex, um género de realidade alternativa, em que está confortável e tem uma vida feliz junto a Vision e com os seus filhos gémeos, Tommy (Jett Klyne) e Billy (Julian Hilliard), mas depois vai notando coisas estranhas a acontecer no seu mundo perfeito de comédias que não sabia como o tinha construído. Será que alguém está a controlá-la? Quais são as suas motivações? Ela tem medo de enfrentar a verdade e quis fugir da vida real, manipulando ao seu redor e por isso vai passar por um caminho intenso de auto-aprendizagem, lidando com o seu trauma e com a sua dor e luto, ao mesmo tempo que se vai conhecendo cada vez mais. Será que Wanda está consciente das suas ações ou não se lembra de nada por estar demasiado perturbada e com um nível de sofrimento e de loucura elevado, devido aos eventos que sucederam no seu passado? Quais serão as consequências dos seus atos? Será que ela é a vilã da sua história ou existe mais nesta narrativa do que se julgava? Por fim, será que Vision e os gémeos conseguem co-existir fora do Hex?

 

Divulgação: Marvel Studios e Disney +

O foco da história é praticamente apenas sobre a Wanda, o mundo que é controlado por ela, as suas origens, a sua aprendizagem perante os seus poderes, a forma como lida com a perda, a dor, o seu luto e a sua saúde mental e a revelação de quem é suposto ela vir a ser. Existe uma personagem que vai ser relevante para o seu desenvolvimento, cujo nome é Agnes (Kathryn Hahn) que era a sua vizinha disponível, carismática e indiscreta, durante a transmissão da comédia de ficção WandaVision, mas depois aos poucos vamos sabendo mais sobre a sua personalidade e os seus planos que podem deixar todos em perigo. Afinal, ela era a vilã e uma bruxa poderosa chamada Agatha Harkness que foi julgada em Salem por praticar magia negra, mas que consegue absorver o poder dos outros, tornando-se numa adversária perigosa para Wanda, pois quer saber como ela controla Westview, nem que acabe por dar umas lições simples de magia, já que Wanda não tem conhecimentos suficientes nesta arte, que pode vir a utilizar mais tarde, se estiver atenta, mas sem dúvida que Agatha é uma figura que podemos vir a ver, quem sabe, um dia no futuro deste universo. Por fim, também temos o aparecimento do seu suposto irmão morto que é misterioso, mas com uma cara completamente diferente que foi uma enorme surpresa e uma delícia para os fãs.

 

Divulgação: Marvel Studios e Disney +

Toda esta história estranha com uma fotografia fantástica está repleta de amor, comédia, fantasia, ficção científica, mistério, romance, suspense e drama, mas também com ocasiões em que os protagonistas podem colocar em prática os seus dons, sendo constituída por reviravoltas e peripécias que vão criando o seu impacto e por uma jornada de certa forma memorável e com os seus momentos mais emocionantes, empolgantes, divertidos e engraçados, criando curiosidade constante no público, em que o espetador fica com vontade de investigar e ver qualquer tipo de pormenor que pudesse ser apresentado e se tornasse numa pista vital para completar este puzzle tão viciante. Por vezes, pode ter os seus altos e baixos ou o ritmo ser mais lento do que se esperava e até a pessoa pode sentir-se um pouco perdida com algumas cenas, mas aos poucos eles vão-nos fornecer as respostas que são o suficiente para manter o interesse nos próximos acontecimentos. Para além disso, também esperava a participação especial de mais algumas personagens do MCU que faziam todo o sentido e um pouco mais de ação, principalmente da parte de Wanda revelando o seu potencial que era muito maior do que ela pensava, mas as cenas de luta existentes foram bem coreografadas.

 

Divulgação: Marvel Studios e Disney +

Nesta minissérie com mistérios para serem desvendados em que tudo se vai encaixando a seu tempo e com boas interpretações do seu elenco, temos a oportunidade de acompanhar como seria a vida em conjunto de Wanda e Vision num conforto de um lar e com a constituição de uma família com episódios tão curtos que passam tão depressa, fazendo com que a pessoa tenha vontade de querer ver mais e o modo como uma comédia pode fazer alguém escapar da realidade. A banda sonora é adequada a cada uma das épocas referidas com músicas que ficam no ouvido, a cinematografia e qualidade técnica é magnífica, principalmente os efeitos visuais e o argumento foi escrito de uma maneira inteligente, com detalhes bem introduzidos e com uma criatividade impressionante que incluíram decisões arriscadas e nunca antes pensadas para serem colocadas em prática, mas que deu origem a um resultado imperdível e que cumpriu com o que prometeu, com um orçamento elevado que foi muito bem aproveitado.

A mensagem de WandaVision é simples, única, clara e poderosa e como as circunstâncias podem moldar uma pessoa, sendo que mostram o lado mais negro da história num final que pode dividir opiniões ou não corresponder ao que muitas pessoas esperavam, mesmo com as cenas durante os créditos e após os créditos, mas sem dúvida que foi uma produção ambiciosa que surpreendeu, desde o início até ao fim com as suas ideias arriscadas. Nem todos vão gostar, principalmente da parte inicial, pois acaba por ser algo inovador para a MCU que o público não está habituado a ver e até pode ter sido atribulado em algumas partes, mas que resultou em algo fascinante e com boas surpresas que criaram uma mistura de emoções para quem foi acompanhando.  

O elenco é constituído por Elizabeth Olsen (Wanda Maximoff/Scarlet Witch), Paul Bettany (Vision), Teyonah Parris (Monica Rambeau/Geraldine), Kat Dennings (Dra. Darcy Lewis), Randall Park (Jimmy Woo) e Kathryn Hahn (Agnes/Agatha Harkness), porém ainda tem a participação de Josh Stamberg (Tyler Hayward), David Lengel (Phil Jones), Debra Jo Rupp (Sra. Hart), Amos Glick (Dennis), Evan Peters (Pietro/Ralph Bonner), Jett Klyne (Tommy Maximoff), Julian Hilliard (Billy Maximoff), Asif Ali (Norm), entre outros.

 


Divulgação: Marvel Studios e Disney +

WandaVision traz o regresso destas duas personagens que já tinham conquistado o público e conseguiram identificar-se ainda mais com estas do que eu achava que seria possível com o poder que a sua história de amor tem para ambos, em que os filmes ainda não tinham dado a oportunidade de conhecer mais especificamente este casal e conseguiram arriscar e fazer algo completamente oposto ao que se esperava, mas foi de acordo com as expetativas e em certas alturas até chegou a superar as mesmas. Este é um bom entretenimento à sua maneira para descontrair quem está a ver, com cenas de luta bem coreografadas e confrontos finais bem cativantes e empolgantes de se experienciar e que surpreenderam, tendo um final surpreendente, nomeadamente os fãs da série Agents of S.H.I.E.L.D que vai influenciar os próximos filmes da MCU, principalmente se quiserem aproveitar a Wanda e os seus dons poderosos que eu acredito que vai marcar este universo, seja ela vilã ou não. A curiosidade para acompanhar as próximas produções da Marvel aumentou consideravelmente e este estúdio continua a ter a sua magia e a prender a atenção, seja qual for o seu próximo projeto que dão ótimas formas de contar novas histórias de personagens que ainda não tiveram o destaque merecido e para além disso, o caminho que esta minissérie deixa em aberto para o futuro da Marvel Studios e da sua 4ª fase que só agora começou. Por isso, é agora aguardar pelo filme do Doctor Strange in the Multiverse of Madness (Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, em português) para sabermos as próximas aventuras de Wanda Maximoff, a Scarlet Witch.

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