domingo, 18 de abril de 2021

Crítica ao filme "Love and Monsters" disponível na Netflix e protagonizado por Dylan O'Brien - uma aventura divertida que se desenrola num mundo apocalíptico

 

Love and Monsters é um filme de 2020 com a duração de 1 hora e 49 minutos que tem uma mistura de aventura com ação e um pouco de comédia pelo meio, sendo que foi lançado recentemente pela plataforma de streaming da Netflix, com realização de Michael Matthews e argumento de Brian Duffield e Matthew Robinson. Para além disso, esta produção está nomeada para um Óscar na edição de 2021 na categoria de Melhores Efeitos Visuais.

A história acompanha a aventura que Joel Dawson (Dylan O’Brien) vai fazer após ter sobrevivido sete anos ao apocalipse dos monstros, cujo objetivo é encontrar a sua ex namorada, Aimee (Jessica Henwick). Mesmo estando a viver num bunker subterrâneo com um grupo de sobreviventes que até é confortável para o mundo em que vivem, Joel prefere abandonar o mesmo e se deslocar até à colónia de Aimee que está a 130 km de distância. Será que ele vai conseguir cuidar de si mesmo e enfrentar todos os perigos que irão surgir no seu caminho?

O elenco é constituído por Dylan O’Brien (Joel Dawson), Jessica Henwick (Aimee), Dan Ewing (Capitão), Ariana Greenblatt (Minnow) e Michael Rooker (Clyde Dutton).

Este filme inicia-se com a narração de Joel Dawson em que conta a origem do fim do mundo, através da apresentação de uma sequência de animações bem introduzidas que mostram como animais inofensivos acabaram por se tornarem em monstros enormes. Quando está a contar o que aconteceu, ele consegue criar um impacto e interesse para o espetador que está a ouvir ao mesmo tempo que vê as imagens que vão sendo mostradas sobre o apocalipse.

Agatha 616 foi um asteroide que entrou numa rota de colisão com o Planeta Terra. Com o objetivo de destruir Agatha, a humanidade lançou foguetes na sua direção, mas não teve o melhor dos resultados, fazendo com que tudo mudasse para pior. Esta explosão acabou por criar uma chuva tóxica que continha químicos, causando mutações em diversos animais, sendo que eles sofreram mudanças significativas e se transformaram em algo inesperado e assustador como criaturas gigantes que atacavam e comiam a humanidade e acabaram assim, por dominar toda a superfície terrestre. Será que todos os monstros são perigosos ou existem aqueles que até são amigáveis?

Este é mundo onde são os monstros que controlam e depois de 95% da população humana ter morrido num ano, aqueles que sobreviveram esconderam-se onde era possível, desde bunkers, cavernas a salas de pânico espalhados por todo o mundo que também eram definidas como pequenas comunidades designadas por colónias, onde os monstros supostamente não conseguem cheguem. Por isso, estas pessoas viviam isoladas do mundo exterior e têm medo de se deslocarem à superfície e assim, evitavam a todo o custo, saírem para o mesmo, mas estes eram esconderijos que podiam ser invadidos a qualquer momento.

 

Joel Dawson faz parte de uma destas comunidades, sendo que vive num bunker subterrâneo com o seu grupo. Já passaram sete anos, desde que ele viu o exterior, pois tinha 16 anos quando tudo aconteceu e ele não sabe nada sobre sobrevivência neste novo mundo, mas isso tudo está prestes a mudar. Será que ele conseguia sobreviver lá fora?

Esta é uma pessoa com 24 anos que é caracterizado por ser amoroso, inábil, desajeitado, mas um pouco atrapalhado, principalmente quando fica com medo, tendo a tendência de ficar paralisado e colocando assim, a sua vida em risco. Ele sente-se sozinho por ser o único solteiro da sua comunidade e nunca achou que fosse muito útil para a mesma, pois a única coisa que fazia era arranjar o rádio e ser um chef que cozinha minestrone.

Um dia, Joel consegue entrar em contacto com Aimee via rádio, apesar de existirem por vezes algumas interferências que fazem com que o mesmo vá abaixo. Em Fairfield na Califórnia, Aimee era a sua namorada antes de acontecer o apocalipse que vive numa colónia que está localizada a 130 km de distância da sua e por isso, Joel faz o impensável e o improvável. Será que este rapaz vai correr um grande risco com a sua nova decisão?

Ele sempre quis pertencer a algum lado e já não se sentia bem a viver no bunker e observar todos os relacionamentos amorosos que ali existiam. Joel achou que lhe faltava algo que acabava por ser o amor que estava longe dele, mas havia a possibilidade dele o puder alcançar. Porém ele não tinha as capacidades necessárias para sobreviver neste mundo apocalíptico, mas vai mostrar à sua comunidade que é capaz de se desenrascar lá fora e sozinho, sem precisar da ajuda destes.

Então, Joel decide ir à procura da sua amada, abandonando assim, o seu refúgio, sendo que ele está motivado e disposto a ir ter com Aimee, mesmo que possa não ter qualquer tipo de instinto de sobrevivência e não se consiga defender sozinho. Assim ele arrisca em ir numa viagem cheia de aventuras, tomando as medidas essenciais para conseguir encontrá-la e também vai enfrentar os seus medos e todo o tipo de perigos que irão surgir no seu caminho que podem incluir monstros assustadores, mesmo que ele não esteja preparado para tal.

Será que ele vai ser o corajoso o suficiente e vai conseguir cuidar de si mesmo? E será que ele consegue vencer os seus medos e enfrentar os monstros que sempre lhe aterrorizaram? Estas são algumas das perguntas que ao longo do filme vão sendo respondidas.  

Enquanto enfrenta o desconhecido por amor e percorre o seu caminho, Joel vai-se cruzar com companheiros de viagem que vão fazer toda a diferença na sua jornada de Joel para que ele consiga sobreviver e chegar são e salvo quem sabe, ao seu destino que é a colónia de Aimee. Para além disso, são estes que protagonizam as melhores partes do filme, criando curiosidade e prendem atenção ao público.

Comecemos por Boy, um cão que lhe salva a vida mais do que uma vez em que ambos criam uma ligação incrível, especial, próxima e leal entre si, sendo que o companheirismo desta dupla é simplesmente adorável e engraçada e dá para perceber ao longo do filme, toda a cumplicidade que vão tendo um com o outro e as aventuras que vão passar juntos.

Depois, Joel conhece Clyde e Minnow, uma criança que perdeu os seus pais. Esta é uma dupla de sobreviventes que já tiveram uma boa adaptação a este novo mundo e são especialistas a sobreviver na superfície que se destacaram desde o primeiro instante em que apareceram. Eles vão ensinar tudo ao Joel ou seja, o que ele precisa de saber para que consiga sobreviver e informações úteis sobre os monstros que estão atualmente presentes neste mundo. Clyde ensina-lhe lições bem importantes para que possa viver neste fim do mundo e a importância que é confiar nos seus próprios instintos. Depois disso, Joel e os seus novos amigos seguem rumos diferentes.

Durante a sua viagem de 7 dias pela superfície que vai tendo as suas dificuldades, Joel vai ter de tomar decisões cruciais para sobreviver e utilizando aquilo que aprendeu e os seus próprios instintos ao mesmo tempo que vai sendo perseguido por monstros, mas não deixa de passar por momentos entusiasmantes, tais como falar com um robô funcional designado por MAVIS. O que será que irá acontecer quando e se Joel conseguir chegar à colónia de Aimee? Será que vai tudo correr tal como Joel planeou?

Joel é uma personagem carismática que nos conquista, fazendo com que possamos torcer que ele aprenda e que consiga sobreviver com todas as técnicas e ferramentas que lhe foram ensinando. Ele até resolve criar desde os seus tempos no bunker, um género de um livro que tem um guia de sobrevivência com desenhos feitos por ele, onde contém as características e informações de cada monstro, os seus pontos fortes e fracos e muito mais e que até podem vir a ser úteis no futuro e vão sendo adicionados mais dados, graças à ajuda dos seus novos amigos. Para além existem momentos que a personagem do Joel faz-me lembrar ligeiramente alguns traços da personalidade de Stiles da série Teen Wolf. Será que Dylan O’Brien utilizou um pouco de Stiles durante a construção de Joel? Até que fiquei com saudades do Stiles que Dylan desempenhou há uns anos atrás.  

Temos a oportunidade de conhecer Joel, desde a sua maneira de ser até ao desenvolvimento que vai tendo ao longo da sua viagem, passando por acompanhar o período de aprendizagem de Joel e o seu crescimento pessoal enquanto está no exterior e o modo como vai lidando com o que vai surgindo no seu caminho, sendo que vai sendo feito a um ritmo adequado e sem grandes pressas. Esta é uma jornada de descoberta em que Joel acaba por aprender muita coisa sobre si próprio e também através das lições valiosas dos seus amigos que lhe foram ensinadas, tendo assim, um bom amadurecimento e vai chegar uma altura em que Joe tem de colocar em prática todas as suas aprendizagens.

Love and Monsters é um filme que rendeu uma nomeação ao Óscar devido à sua qualidade nos efeitos visuais que são bem implementados e utilizados com inteligência e com um CGI muito bem trabalhado que sem dúvida, convencem. Os monstros são bem produzidos de tal forma que pode assustar qualquer um, principalmente com o seu grande tamanho criando a credibilidade necessária para os perigos que o protagonista enfrenta. Também aproveitam para criar expressões no olhar de cada uma destas criaturas que o público consegue perceber se são amigáveis ou não.

O argumento tem uma história simples, leve, prática e fácil de se compreender que é cuidadoso nas partes mais importantes, mostrando que apesar das personagens estarem vivas num mundo repleto de destruição que se tornou perigoso, ainda existe esperança para melhorar o mesmo e que devemos acreditar e lutar por um futuro melhor.

O filme tem uma boa cena de abertura que mostra de um modo simples tudo o que aconteceu com o mundo no início do apocalipse para que assim estejamos bem informados sobre a origem da história.

Esperava mais momentos que surpreendessem mas mesmo assim não desiludiu o desenvolvimento da história, apesar de terem partes que até foram bem previsíveis de vir a acontecer e apesar de a superfície ter tido um ambiente hostil e perigoso com zonas sinistras, esta não foi assim tão assustadora como imaginava. O argumento teve falhas? Sim teve, mas não tirou o destaque de terem feito um bom trabalho, tornando-se assim, numa boa fonte de entretenimento de 109 minutos que diverte desde o início até ao fim e que funcionou corretamente.

Este é um exemplo de quando uma história simples é o suficiente para criar um bom resultado final e entreter o público, sendo que tanto as personagens como os respetivos monstros conseguiram brilhar, cada um à sua maneira. É um filme bem produzido que mostra o lado mais positivo das coisas, mesmo que tenha acontecido um apocalipse pelo meio que fazem com que o espetador acabe por refletir sobre temas pertinentes. Sejam eles, relacionamentos entre pessoas, o significado de ter uma família e um lar e como pessoas desconhecidas acabam por se tornar parte de uma família que não precisa de ser de sangue

Love and Monsters é uma aventura para toda a família que ajuda a pessoa a descontrair e bem mais divertida do que eu esperava, com um bom nível de humor e momentos genuínos que transmite uma mensagem positiva e nos deixa a pensar quando terminamos de a ver. Faz-nos acreditar que ainda existem boas pessoas com valor que estão dispostas a fazer o necessário para melhorarem o mundo, mesmo que não de existir aquelas que continuam a ser más e egoístas. Para mim, seria uma boa ideia se este universo fosse mais explorado numa oportunidade futura, principalmente com a participação de Joel, Clyde, Minnow e o companheiro de quatro patas, Boy.


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