Jupiter’s Legacy (O
Legado de Júpiter, em português) é a mais recente série original da Netflix
com oito episódios e desta vez focada em super-heróis. Esta é criada por Steven
S. DeKnight que é um dos produtores executivos, juntamente com Lorenzo di
Bonaventura e Dan McDermott e foi baseada na banda desenhada com o mesmo nome
de Mark Millar e Frank Quitely.
O elenco é constituído por Josh Duhamel (Sheldon Sampson/The
Utopian), Ben Daniels (Walter Sampson/Brainwave), Leslie Bibb (Grace
Kennedy-Sampson/Lady Liberty), Elena Kampouris (Chloe Sampson), Andrew Horton
(Brandon Sampson/The Paragon), Mike Wade (Fitz Smare/The Flare) e Matt Lanter (George
Hutchence/Skyfox).
Esta história retrata a primeira geração de super-heróis que recebeu
poderes e conseguiu proteger o mundo nas últimas décadas, sem deixar a raiva
dominar. Depois chega o momento, em que os seus filhos devem continuar com o
seu legado, sem nunca se esquecerem do que é realmente importante. Será que
esta próxima geração vai ser diferente da anterior e ter o que for necessário
para seguir com o código que sempre representou a equipa dos seus antecessores?
Divulgação: Netflix
The Union (A
União, em português) representa os seis membros originais de super-heróis
que tiveram de passar pelo pior para obterem as suas habilidades extraordinárias
e depois passaram muito tempo a fazerem sacrifícios, a lutarem em batalhas e a
impedirem todo o tipo de inimigos, fazendo a diferença, criando um impacto para
os outros e tornando-se assim, numa união da justiça com os seus uniformes
atraentes que dá o exemplo e também num símbolo que muitos querem seguir.
Durante quase um século depois a manter a humanidade segura,
eles sempre viveram de acordo com um código que institucionalizou uma forma do
indivíduo ser bom em que implica que eles não matem, não liderem, mas sim que
inspirem os outros. Isso tem acontecido nos últimos tempos já que os seus
descendentes acabam por fazer parte da equipa e em breve vão continuar com o
trabalho de serviço, compaixão e misericórdia ao mesmo tempo que devem
respeitar o seu código que é a coisa mais importante do mundo. Mas infelizmente
no presente, o mundo mudou, os seis elementos criadores da União já não se sentam juntos há muito tempo e os supervilões
mudaram as regras e já não são o que eram, fazendo com que se crie conflitos e
dúvidas para esta nova geração, relativamente às situações em que são difíceis
de seguir com o código. Se não matam, como vão conseguir proteger a humanidade
de supervilões? Será que o código tem significado suficiente para que estes
super-heróis possam vencer os seus adversários?
A história é dividida em duas linhas de tempo diferentes,
entre o presente que apresenta as dinâmicas entre a equipa original da União e os seus sucessores e o passado
de Sheldon Sampson que conta os
acontecimentos que tiveram de suceder para que ele e os restantes elementos
originais da União recebessem os seus poderes, apresentando assim, este
universo.
Divulgação: Netflix
Sheldon Sampson é o The Utopian e líder desta equipa da União que tem os seus poderes
peculiares. No presente, ele está casado há 60 anos com Grace que também tem as suas habilidades e eles têm dois filhos, Brandon e Chloe, com os seus respetivos dons.
O episódio inicial desenrola-se em 1929 em Chicago, contando
a história de um Sheldon mais novo e
dando a conhecer o relacionamento conturbado que ele teve com o seu irmão Walt e o seu pai, Chestor Sampson (Richard Blackburn) que esconde segredos. Quando
acontece uma queda na bolsa, Sheldon
sofre uma tragédia familiar e vai ter de lidar com os efeitos que isso vai ter
na sua vida, acabando assim, por entrar numa aventura nos anos 1930 com um
grupo de pessoas que será um caminho cheio de obstáculos com visões à mistura, atravessando
um oceano em que sucedem coisas estranhas, colocando a vida de cada um em
risco, mas que precisam de enfrentar para assim, chegarem a uma ilha misteriosa
que pode ter as respostas que eles procuram. No final, nós sabemos que irá
valer a pena, pois já nos foi dado a entender nos eventos do presente.
Sheldon tem uma personalidade complexa, em
que nada é suficiente para ele, chegando a um ponto que se sente em conflito
com o mundo todo e é considerado como uma pessoa demasiado exigente,
principalmente para com o seu filho, Brandon
que quer continuar com o seu legado. Será que alguém vai estar à altura do
grande Utopian?
Divulgação: Netflix
Brandon Sampson é conhecido por ser um dos super-heróis da nova geração, o Paragon que cresceu para se tornar no sucessor do seu pai, mas que é um rapaz emocional, teimoso e parecido com a sua figura paternal em que está disposto a fazer todo o tipo de sacrifícios. Ele tem muito potencial e utiliza os seus dons para ajudar o mundo a ser um lugar melhor, mas não é fácil ser o filho do Sheldon que não esteve muito presente na sua infância, pois Brandon faz o que for preciso para corresponder às expetativas do seu pai e tenta impressioná-lo, porém Sheldon não acredita que ele esteja pronto para assumir o legado.
Neste caso, o código é fundamental para guiar o Brandon na pessoa que ele precisa de ser
para substituir o seu pai que poderá vir a ser mais forte do que qualquer um.
Por mais dificuldades que o Brandon
possa enfrentar, será que ele vai ser considerado como um sucessor digno para
se tornar no próximo Utopian?
Divulgação: Netflix
Depois temos Chloe,
a filha rebelde que é modelo, mas que é uma autêntica viciada em drogas, que se
cruza no caminho de Hutch (Ian
Quinlan), um rapaz com os seus planos secretos e com a sua ferramenta bem útil
para colocá-los em prática. Ela é uma pessoa mal-educada e revoltada, devido
aos problemas que tem com o seu pai, não querendo seguir com o legado da
família que considera como um fardo para si e fazendo com que a dinâmica
familiar não seja a melhor. Podem existir momentos que ela possa vir a ser um
perigo para ela própria, pois Chloe é
poderosa, tem comportamentos impulsivos e nem sempre se consegue controlar,
apesar de mostrar um lado mais vulnerável. Será que as suas ações vão ter
consequências?
Divulgação: Netflix
As convicções de muitos destes super-heróis acabam por mudar
quando enfrentam um supervilão muito poderoso chamado de Blackstar (Tyler Mane) que fugiu da Supermax, uma prisão de alta segurança e luta tanto contra os
membros originais da União, como
contra a sua nova geração. Esta será uma batalha bem intensa com surpresas à
mistura que vai questionar o código que estas duas gerações seguem e trazer
consequências devastadoras para algumas destas personagens. Para os mais
antigos, o código tem de se manter, custe o que custar. Será que o código é
adequado para os tempos atuais? O que será que irá acontecer com a União e o
seu futuro? Quem será o
verdadeiro responsável pelos eventos do presente?
Divulgação: Netflix
George Hutchence ou Skyfox é daquelas personagens que merecia ter sido mais bem
explorada, pois foi das poucas que conseguiu criar algum interesse por parte do
espetador. Este é o melhor amigo de Sheldon
que o apoiou nas suas ideias mais malucas, tendo sido fundamental para a viagem
deste, mas ficamos a saber que nos dias atuais, ele voltou-se contra a equipa
depois de ter quebrado o código, tornando-se no maior inimigo da União e está misteriosamente
desaparecido. O que será que aconteceu, depois de George ter ganho os seus poderes?
A história cria discussão e aborda temas relacionados com o
legado, política, traição, luto, capitalismo, família, poder, lealdade, conflitos,
discriminação, lealdade e muito mais. Não vai faltar um conflito que vai
existindo ao longo dos episódios entre os primeiros heróis e os seus
sucessores, sendo que por vezes esta geração mais nova sente-se deslocada e tem
ideias e pensamentos diferentes dos seus antecessores, sendo que estes jovens
acreditam que determinadas regras já não se podem aplicar mais no presente,
criando assim, uma tensão e uma incerteza para com o funcionamento do código ao
mesmo tempo que tentam provar o seu valor para com os mais velhos. Como é que é
possível lidar com um mundo mais violento que coloca o código em causa?
Divulgação: Netflix
Neste drama familiar que vai intercalando os eventos do
passado com os dos dias atuais vão sendo apresentadas discussões sobre o que é
certo e o que é errado e vai ser retratado os valores e as responsabilidades
que um super-herói deve ter para com os outros e a importância das regras que
têm de seguir, sejam quais forem as circunstâncias, pois é importante que todos
os membros tenham um comportamento ético quando estão a combater o crime e a
proteger a Terra, de qualquer tipo de ameaças e devem pedir sempre reforços
para os ajudar ao longo das suas patrulhas.
As partes que criaram mais curiosidade em continuar a
acompanhar os acontecimentos desta série de super-heróis foram sem dúvida, os
seus efeitos visuais nas lutas que foram surgindo que foram suficientes para
captar a atenção do espetador e a jornada com desafios que Sheldon e companhia teve de fazer para conseguirem ganhar os seus
poderes que iriam se tornar vitais para terem as capacidades necessárias para
proteger o mundo de ameaças inevitáveis.
Divulgação: Netflix
Jupiter’s Legacy é uma série de drama, ação,
fantasia, ficção científica e aventura que tinha muito potencial, mas que
infelizmente não foi bem aproveitada, sendo que não desenvolveram correctamente
as suas personagens, fazendo com que o público pudesse ter tido pouca empatia
com as mesmas. Esta foi uma história que não foi equilibrada, principalmente a
nível de ritmo e de flashbacks, em
que a pessoa fica com a sensação de que falta algo para ter o que é necessário
para se tornar numa ótima fonte de entretenimento, como acontece em séries tais
como The Boys, Daredevil, The Umbrella
Academy, entre outras.
Esta produção não foi de acordo com aquilo que foi apresentado no trailer e nem tudo se encaixa da melhor forma, sendo constituído por momentos que podem confundir o público e por isso é essencial que o espetador esteja atento a tudo o que vai sendo apresentado para não se perder. Também poderia ter sido mais dinâmica, mas até teve uma ligeira melhoria, principalmente nos últimos episódios que faz com que a pessoa tenha curiosidade em acompanhar os próximos acontecimentos, muito devido ao final em aberto que ainda vai dar que falar. Na minha opinião deveria ter havido um melhor equilíbrio entre o drama e a ação e para além disso, teria sido interessante que nos tivessem mostrado como estes super-heróis veteranos chegaram até aos dias atuais, depois de terem conseguido os seus poderes.
O melhor é mesmo esperar, para ver se teremos oportunidade de ver mais episódios desta produção original da Netflix.
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