terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Filme "A Presença" arrisca nos seus ângulos de filmagem, mas será que conseguiu inovar de alguma forma?

A Presença (Presence, como título original) é o próximo projeto realizado por Steven Soferbergh, cuja escrita fica à responsabilidade de David Koepp.

No elenco, estão presentes Lucy Liu, Chris Sullivan, Callina Liang, Eddy Maday e Julia Fox.

Neste caso, uma família apercebe-se de que não está sozinha depois de se mudar para a sua nova casa nos subúrbios.

Falamos de uma família disfuncional, a Payne composta por mãe, pai e dois filhos, onde cada um está a lidar com os seus próprios problemas. Porém, quando se mudam para uma nova habitação, apercebem-se que este lugar tem muito mais do que aquilo que aparenta.

Já imaginaram como se sentiriam se soubessem que estão a ser constantemente observados por uma entidade invisível? Ou se simplesmente estivessem a sentir a presença de algo desconhecido?

Primeiramente, uma das coisas que me interessou bastante foi o facto desta história com o seu lado sobrenatural ter sido filmada inteiramente pela perspetiva de um espírito. O que não faltam são obras relacionadas com fantasmas, assombrações e outros temas do paranormal, chegando a um ponto que é difícil proporcionarem algo de novo para o espetador. Por isso, quando começamos a ter a noção que desta vez, vamos ter a chance de acompanhar tudo pela visão de um espírito que está a assombrar um determinado lar, então a curiosidade suscita imediatamente.

A Presença é mais definido por ser um drama psicológico envolvido num mistério que possui elementos do sobrenatural, mas poucos a nível de terror. Esperava-se uma história muito mais desenvolvida e cativante, porque acredito que tinha potencial para tal. Ainda assim, pelo trailer prometeu muito, mas num geral entregou um conteúdo com alguma perda de equilíbrio e de sentido. E no final, a interpretação e a explicação da narrativa fica na ótica do público. Assim, cada um fica com a sua teoria em relação ao desenrolar deste thriller, tenha ou não lógica.

No entanto, um dos principais destaques vai sem dúvida, para o trabalho executado pela câmara que proporciona uma experiência impactante para quem está a ver, fazendo com que a pessoa se sinta a fazer parte do próprio filme. Através dos ângulos de filmagem foi visualmente arriscado, sendo que teve um resultado eficiente e perspicaz para o espetador. E foi pertinente e original, o modo como foram apresentados cada um dos detalhes presentes em cada uma das divisões da casa. Além disso, houve alturas em que devido à velocidade das cenas apresentadas, parecia que estávamos a ficar com a cabeça à roda e isso foi totalmente inesperado. E tudo graças ao trabalho técnico com um estilo próprio que teve um bom desempenho.  

Ao longo de 85 minutos, A Presença também apresenta um rumo ligeiramente sombrio, perturbador e cheio de suspense e alguma tensão, enquanto vai testando o psicológico das personagens. Contudo, o que realmente criou um maior impacto foi a intensidade pelo qual acompanhámos inteiramente a visão específica de um espírito, onde podíamos observar as suas reações e atitudes invisíveis, dependendo das situações que iam ocorrendo.

Por isso, à sua maneira conseguiu inovar um pouco um assunto que já foi muito retratado, em que até trouxe algo diferente daquilo que já conhecíamos e acrescentou um toque mais emocional. Mesmo assim, este filme acabou por não corresponder às expetativas iniciais, nomeadamente quando se aborda a nível do argumento.

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