domingo, 13 de setembro de 2020

Crítica ao filme "Max Reload and the Nether Blasters" - uma aventura divertida pelo mundo do gaming, que cria uma certa nostalgia para os admiradores deste universo

 

Recentemente estreou em exclusivo no evento digital, Comic Con Portugal Celebration, o filme Max Reload and the Nether Blasters, apesar de já ter sido lançado nos EUA. Scott Conditt é um dos produtores, argumentistas e realizadores desta história de ficção científica de cerca de 1 hora e 40 minutos, sendo uma boa homenagem aos admiradores de gaming, especificamente os jogos retro, em que Greg Grunberg também é um dos seus produtores juntamente com Jeremy Tremp, como parte da equipa de criação e realização.

 

Este filme conta a história de Max Jenkins (Tom Plumley), um jovem que tem talentos para a programação, mas é um grande especialista de jogos, sendo que trabalha numa loja de videogames. Um dia, Max descobre um jogo tão raro, mas ao mesmo tempo, muito perigoso para qualquer participante do mesmo que faz parte da versão emblemática e perdida do jogo, Nether Game. Ele nunca imaginara que jogar algo que queria há muito tempo iria desbloquear um perigo plenamente letal, como um tipo de força do mal que pode colocar em risco, a sua própria cidade. Para combater este inimigo, Max terá de confiar na sua equipa de aliados chamados Liz (Hassie Harrison), Reggie (Joey Morgan) e também num dos criadores originais do jogo, Eugene Wylder (Greg Grunberg), sendo assim, ele terá de vencer o jogo, seguindo as suas próprias regras e sem ter nenhuma segunda oportunidade para corrigir possíveis erros.

 


O elenco é constituído por Tom Plumley (Max Jenkins), Hassie Harrison (Liz), Joey Morgan (Reggie), Greg Grunberg (Eugene Wylder), Joseph D. Reitman (Barton Grabowski), Kevin Smith (Chuck), Lin Shaye (Sra. Wylder), Matin Kove (Avô Jenkins), Jesse Kove (Steve), Lukas Gage (Seth), Will Wheaton (narrador do Arcade Heroes), entre outros.

 


A história é dividida por diversos géneros, tais como, ficção científica, aventura, ação e comédia, incluindo um humor bem inteligente, em que também são introduzidas referências a filmes muito conhecidos do público, dando assim, origem a uma certa nostalgia que é sempre bom de recordar.

 



Max é um miúdo caraterizado por um nerd com determinados talentos para a programação que vive com o seu avô, numa casa muito simples, onde ele passa a maior parte do seu tempo a jogar e trabalha na loja, Fallout Games. Ele não tem ambição, em que por vezes acaba por ser um pouco arrogante, e nem sempre Max vive no mundo real, pois acaba por estar constantemente a jogar mais num tipo de mundo virtual e nem se importa em comparecer pontualmente ao seu trabalho, devido a perder a noção do tempo e infelizmente não dá a valorização suficiente aos seus dois melhores amigos, Liz e Reggie com quem joga em conjunto e trabalha no mesmo sítio.

 



Este é um grupo de jovens com gostos específicos, considerando-se assim como nerds, que têm uma paixão por videogames, sendo que estão a trabalhar numa loja dedicada a este tema. A loja onde trabalham é gerida por Chuck, que é uma pessoa contagiante, amigável e divertida na forma como ele representa, um amante deste universo, em que gosta de ter experiências inovadoras, mesmo que tenha de estar em realidade virtual durante várias horas ou quem sabe, dias.

 




Enquanto Max estava a limpar a casa de banho como castigo de ter chegado mais uma vez ao trabalho, um homem misterioso deixa na loja, uma caixa e no seu interior encontrava-se uma cópia exclusiva e acredita-se que seja a única existente de um jogo do Nether Dungeon. Assim que chega a casa, resolve ir buscar uma televisão bem antiga para conectar o jogo para assim o jogar ao mesmo tempo que transmitia em direto na internet a sua prestação, mas não imaginava que vencer com facilidade o mesmo poderia vir a libertar um mal para todos ao seu redor e assim, infectá-los de um modo peculiar e com olhos vermelhos a brilhar.




Esta é uma história que inclui demónios e pessoas possuídas, devido a um jogo contendo uma magia mais negra, em que aqueles que jogam não dão conta da sua influência e poder perante eles e mostrando o quanto a dimensão real e virtual podem estar mais próximas do que se imaginava ser possível. Para além disso, também é constituída por algum suspense em que a banda sonora vai acompanhando o mesmo de forma bem eficaz, deixando a pessoa mais curiosa com o que vai suceder a seguir.



 

Para além da amizade, confiança e suporte, este filme mostra o quanto é essencial e vital o trabalho em equipa que pode levar a resultados surpreendentes. Infelizmente, Max nunca trabalha com a sua equipa quando estão a jogar em conjunto, fazendo com que a respetiva prestação não seja a melhor e assim, ele vai compreender a importância que é ter uma equipa do seu lado que estará presente para ajudar no que for necessário antes que todas as pessoas da sua cidade sejam completamente influenciadas por este mal. Por isso, Max conta com os seus dois melhores amigos, Liz e Reggie e com Eugene nesta missão que é salvar o mundo do mal.




Eugene é um hacker e criador original deste jogo, sendo que tem andado desaparecido por vários anos mas quando volta, ele conduz um DeLorean, referenciando assim, o filme em que é utilizado este carro e ainda constrói armas para destruir os demónios que já tinham possuído pessoas. Estas armas são construídas com uma boa imaginação e com um nível de poder suficiente para parar estas criaturas, apesar de por vezes terem alguns problemas técnicos, mas será suficiente para combater este mal?

 



Liz não é aquela rapariga típica que estamos habituados a ver, mas vemos a sua evolução a acontecer ao mesmo tempo que vemos uma pessoa corajosa que não tem medo de enfrentar o perigo e assim, ajudar os seus amigos a vencer esta batalha.  

 



Max Reload and the Nether Blasters é uma boa forma de recordar jogos antigos que eram tão utilizados na época, criando uma bela nostalgia, principalmente nos efeitos visuais, onde estes foram bem introduzidos, com limitações para o baixo orçamento que tinham disponível, mas mesmo assim, conseguiram aproveitar ao máximo e também colocando no intervalo entre cenas, animações bem engraçadas que fez recordar os jogos retro, trazendo boas memórias, quando jogava antigamente.

 



As partes que mais gostei do filme foram sem dúvida, as cenas de ação que incluíam disparar armas criativas e os momentos misteriosos e divertidos do mesmo que eram feitos de um modo bem peculiar em que a pessoa poderia imaginar diversos obstáculos e situações que podiam vir a acontecer com as personagens.

 

Esta história mostra como um jogo mágico consegue abrir o caminho entre o digital e o mundo real, criando perigos para as personagens. Tudo é feito de uma forma genuína e simples, tentando colocar as ideias em prática e levando a um bom resultado final. Para além disso, não é frequente ver as personagens a falarem uma linguagem que só quem realmente gosta deste tema é que percebe, relacionando também os seus gostos de gaming com outras áreas, como o cinema. Dá para perceber que os criadores deste filme percebem de gaming e a influência que pode ter para os seus admiradores, pois isto foi criado por geeks para um público-alvo que faz parte do mesmo mundo.

 



Existe uma parte da história que é contada a partir de um narrador quando se fica a saber a origem do jogo e respetivos criadores com o auxílio de animações. Também presenciamos situações em que as personagens estão a mandar piadas umas às outras que são bem inseridas no momento em questão. Para além de fazer uma homenagem aos admiradores de videojogos, também o fazem a filmes emblemáticos da história do cinema.

 

Este projeto é um bom entretenimento, principalmente para quem gosta de videogames constituída por uma história leve, mas bem indicada para os períodos em que vivemos hoje, mesmo que tenha tido um orçamento baixo, pois existem filmes com um maior orçamento que não são tão cativantes quanto este. Temos a oportunidade de ver um possível fim do mundo complementado com a luta entre o bem e o mal que faz parte de uma aventura divertida, em que a interpretação dos atores é boa na forma como vão desempenhando as respetivas personagens.


 


Mesmo não sendo uma grande conhecedora do tema de gaming, considero que este filme foi uma ideia ambiciosa que resultou muito bem e uma boa homenagem a todos os admiradores deste universo extenso, principalmente aos que gostam de jogos retro. Pessoalmente, eu considero que conseguiram criar algo bem interessante, cativando o público, mesmo com um orçamento baixo e surpreendendo pela positiva, tornando-se num filme que eu acredito que vai ficar na memória e que pode vir a ter uma continuação, pela forma como terminou. Será que terão oportunidade de continuar com a história? Por mim, sem dúvida que deveriam para assim darem um final a esta aventura que eu gostei muito de ver.



 

Pode não ser um filme que seja indicado para todos, pois tem um público bem específico, mas acredito que pessoas que até têm um gosto por este tema, mas nem costumam dar muita relevância pode ser uma sugestão interessante e quem sabe para matar as saudades deste tipo de jogos mais antigos e que nem sempre são muito falados atualmente.

 

Max Reload and the Nether Blasters é um filme que eu acho que não devem perder, principalmente se quiserem optar por algo divertido e também nostálgico, em que juntamos o antigo com o mais moderno no universo do gaming, principalmente a nível de tecnologia.




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