sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Documentário da Netflix "David Attenborough: A Life on Our Planet" - uma história imperdível sobre a importância que é viver em equilíbrio com a Natureza

 

David Attenborough: A Life on Our Planet (David Attenborough: Uma Vida no Nosso Planeta, em português) é o mais recente documentário original da Netflix com uma duração de 1h23 minutos deste naturalista britânico que dedicou toda a sua vida a conhecer as espécies selvagens, filmando todas as suas aventuras, partilhando e transmitindo a todos os amantes da natureza, a importância que é a preservação do Planeta Terra.

 

Com uma produção da Silverback Films e da organização ambiental global WWF e realização de Alastair Fothergill, Jonnie Hughes e Keith Scholey, David Attenborough representa o seu testemunho perante tudo aquilo que foi observando nas suas viagens pelo mundo em mais de 60 anos de carreira e como podemos lidar com os problemas que o planeta tem estado a sofrer. Todos os seus alertas sobre aquilo que tem estado a acontecer com o planeta têm sido feitos através dos seus livros, filmes, séries e programas de rádio que este tem participado, sendo que estes são problemas reais que podem trazer consequências devastadoras para o nosso futuro.


 

Este é daqueles documentários que conta a história da vida no nosso planeta de uma forma que nem damos conta do tempo a passar, pois representa não só a beleza do mesmo, mas também o perigo que corre, caso não sejam tomadas medidas que podem fazer toda a diferença para a conservação, tanto do planeta como das suas espécies.

 

David Attenborough nasceu em 8 de maio de 1926, em Isleworth, na cidade de Londres. Com 94 anos, ele tem dois irmãos, nos quais o seu irmão mais velho era o ator e diretor Richard Attenborough que interpretou o papel de um bilionário excêntrico no filme de Jurassic Park em 1993 e também ganhou o óscar de melhor diretor pelo filme, Ghandi, em 1983, enquanto o seu irmão mais novo, John trabalhava como executivo na indústria automóvel e trabalhando também como consultor financeiro. Desde criança que David tem sido um colecionador de tudo o que é relacionado com a vida natural, como por exemplo, fósseis e mais tarde resolveu licenciar-se em Ciências Naturais na Universidade de Cambridge e por fim, entrou na BBC em 1952, mas ao longo da sua carreira já recebeu muitos prémios e títulos.


 

Com vários documentários transmitidos a nível internacional nas últimas quatro décadas e séries de televisão sobre a vida selvagem, tais como, Life on Earth que foi filmada em 39 países e transmitida com sucesso na BBC na década de 1970, a série Blue Planet filmado na década de 1990 ou mesmo Frozen Planet que foi exibido em 2011, este grande comunicador é a pessoa mais indicada para nos contar todas as aventuras que viveu, explorando e documentando os lugares selvagens do nosso planeta, espalhados pelos diversos continentes e mostrando o papel que a natureza tem na nossa sobrevivência. Para além disso, ele vai narrando a história da evolução do planeta, onde pelo caminho vão sucedendo alterações negativas, como a perda de habitats selvagens, ao mesmo tempo que propõe uma visão para o futuro.

 

O Planeta Terra é constituído por uma beleza incrível e por milhares de milhões de indivíduos de milhões de tipos de plantas e animais, mas depende da sua biodiversidade para funcionar corretamente, sendo que o mundo vivo que nos rodeia tem sido essencial para a sua estabilidade e devido às alterações constantes que têm sucedido, nós vamos percebendo que é cada vez mais difícil manter um equilíbrio e chegando assim à conclusão que nós temos o poder de ameaçar a própria existência da natureza selvagem. 

 

Infelizmente tem decorrido um nível elevado de perda, tanto dos locais selvagens do nosso planeta como da sua biodiversidade, levando a que o mundo natural esteja a desaparecer cada vez mais e que venha a tornar-se no futuro, num lugar onde não podemos viver, pois somos dependentes do seu bom funcionamento. Para além disso, a perda da biodiversidade também tem sido causada pela destruição dos ecossistemas, levando assim, à extinção de diversas espécies de animais selvagens.

 


A cada 100 milhões de anos acontece algo catastrófico, como um evento de extinção em massa em que uma grande percentagem das espécies são eliminadas, sendo que até agora já ocorreram 5 extinções em massa nos quatro mil milhões de anos da história da vida, sendo que a última vez aconteceu no tempo dos dinossauros, dos quais 75% das espécies foram exterminadas e assim durante 65 milhões de anos houve o processo de reconstrução do mundo vivo. Infelizmente, um sexto evento de extinção em massa está a caminho, mas o modo de como nos comportamos daqui para a frente pode ter muita influência em acelerar ou não o mesmo.

 

Eu acho que foi bem interessante incluírem neste documentário como tem sido a evolução ao longo do tempo, tanto do valor numérico da população existente no mundo em determinada década, como da quantidade de carbono que é constantemente libertado para a atmosfera ou mesmo a percentagem da natureza selvagem restante no planeta. Inicialmente, foi mostrado que em 1937 existiam cerca de 2,3 biliões de pessoas, com a natureza selvagem restante ser de 66%, mas em 2020, os valores já eram completamente diferentes, sendo que estavam presentes cerca de 7,7 mil milhões da população mundial, com cada vez mais carbono na atmosfera e com apenas 35% de natureza selvagem restante. Assim, com a perda dos lugares selvagens do planeta e respetiva biodiversidade, nós chegamos a uma conclusão bem devastadora, pois ainda haveria mesmo muito por fazer para que estes valores tivessem alterações significativas no futuro.

 

A biodiversidade do Holoceno ajudou a trazer estabilidade e todo o mundo vivo foi-se adaptando a um ritmo suave e fiável, sendo assim, considerado como um tipo de jardim de éden, onde podemos beneficiar da energia do sol e dos minerais da terra e para além disso, o seu ritmo de estações do ano era tão fiável que deu à nossa própria espécie, uma oportunidade única de pertencer a este planeta. Se não tomarmos atenção e continuarmos a tratar mal o nosso planeta, a segurança e a estabilidade do holoceno perder-se-á, levando a eventos trágicos, tais como, o desaparecimento de habitats inteiros ou mesmo ao colapso da civilização.


 

As florestas húmidas são habitats particularmente preciosos, onde mais de metade das espécies terrestres vivem, mas para estas existirem é crucial que exista uma diversidade de árvores. Infelizmente já foram cortadas cerca de 3 biliões de árvores em todo o mundo, das quais são cerca de 15 mil milhões de árvores por ano e metade das florestas húmidas do mundo já foram mortas, muito devido à própria desflorestação.

 

As florestas são um componente fundamental na recuperação do planeta pois são a melhor arma que a natureza tem para bloquear o carbono e são centros de biodiversidade. Assim, quanto mais selvagens e diversificadas forem as florestas, mais eficazes são a absorver o carbono da atmosfera e por isso, é essencial que se pare com a desflorestação, evitando uma perda catastrófica de espécies ou mesmo o tipo de destruição semelhante ao que tem ocorrido na Amazónia.

 

O planeta aquece por queimarmos combustíveis fósseis e libertarmos dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa para a atmosfera que podem trazer mudanças irreversíveis, se não fizermos nada. Atualmente devido às nossas atividades, já ocorreu um aumento da temperatura na atmosfera, piorando a evolução do aquecimento global e tornando o tempo cada vez mais imprevisível.



Durante a nossa história, já perseguimos animais até à extinção, sendo algo completamente inaceitável, como por exemplo, as baleias que eram massacradas na década de 1970 que acabou por vir a ser crime mais tarde, mas salvar espécies individuais ou até grupos de espécies não é suficiente para que isto pare, mas sim criar soluções sustentáveis que não prejudique mais o mundo vivo.

 

A Terra vai perdendo o seu equilíbrio, devido às alterações climáticas e ao aquecimento global que são cada vez mais evidentes. Tanto as alterações climáticas, como o aquecimento global são das maiores ameaças existentes que coloca em risco não só a sobrevivência do planeta, mas também da humanidade e por isso são assuntos que devem mesmo ser levados a sério, tornando-se numa luta que é necessária de acontecer.



 

Um dos seus melhores exemplos é o que está a acontecer no Ártico que é considerado como o habitat mais remoto de todos que está localizado nos extremos norte e sul do planeta. Com o aquecimento da atmosfera e dos verões do Ártico, o gelo vai desaparecendo, tanto no Polo Norte, como no Polo Sul, fazendo com que seja refletida menos energia solar para o espaço e acelerando o próprio aquecimento global.

 

Quando se visita esta zona espera-se encontrar extensões de gelo marinho e não é isso que acontece, sendo que já se consegue chegar a sítios que inicialmente não eram possíveis por estarem permanentemente presas no gelo, onde este já diminuiu consideravelmente nos últimos 40 anos, ou seja, cerca de 40%. Assim, chegamos à conclusão que o nosso planeta está a perder o seu gelo, pois poderá chegar a um ponto que deixa de haver gelo no verão no Polo Norte, fazendo com que muito mais tarde possam vir a ocorrer uma maior libertação de quantidades elevadas de metano, um gás com um efeito de estufa muito mais potente do que o dióxido de carbono e consequentemente, acelerando o ritmo das alterações climáticas, do aquecimento global e outros tipos de eventos catastróficos de forma drástica.


 

Nenhum ecossistema está a salvo, principalmente o oceano. O oceano é um bom aliado na nossa batalha para reduzir o carbono que está na atmosfera, mas infelizmente, este já não tem a capacidade suficiente de absorver todo o excesso de calor causado pelas nossas atividades e como resultado, a temperatura global média torna-se mais quente, tendo já ter aumentado cerca de 1º C. No interior deste local mágico estão inseridos os recifes de coral coloridos que tratam de diferentes espécies de peixes, mas quanto mais o oceano aquece, as populações de peixes são cada vez menores e maior é a probabilidade destes recifes morrerem.

 

As pessoas até que ficam vulneráveis e preocupadas quando olham para as imagens do impacto que a atividade humana tem tido no planeta e as possíveis consequências daquilo que tem estado a acontecer com o mesmo, mas é fundamental que sejam tomadas ações para que haja esperança para as gerações futuras. Estas são imagens que até chegam a chocar, mas ajuda numa forma pertinente para chamar a atenção do problema gravíssimo pelo qual o planeta está a enfrentar e caso não sejam tomadas medidas podem surgir situações a nível apocalíptico.

 

Isto é um tipo de alerta para todos, mas principalmente para o público com faixa etária mais jovem que pode ter um papel fundamental na luta contra as mudanças climáticas. Por isso, é importante consciencializar as pessoas ao nosso redor sobre este tema e não continuarmos a consumir a terra até ela esgotar-se por completo.

 

Temos de ter noção de que o mundo está mesmo em perigo e que vivemos num declínio global que foi sucedendo devido ao mau planeamento e erro humano, levando a consequências devastadoras, tais como as cidades tornarem-se inabitáveis, como aconteceu após o evento do Chernobyl.


O impacto da humanidade na natureza é cada vez mais evidente, sendo cada vez mais responsável pela sua destruição e chegará a um ponto que terão impactos irreversíveis, tais como, a produção global de alimentos entrar em crise e aí já é tarde para fazermos algo, pois quanto mais danificarmos o planeta, maior será o prejuízo para nós próprios. Aquilo que fazemos tem implicações reais no futuro da humanidade, sendo fundamental que as pessoas comecem a agir para salvar o planeta, já que esta foi maioritariamente responsável por tudo o que está a acontecer atualmente.


 

Segundo David Attenborough é muito simples o que devemos fazer para salvar o nosso planeta que inclui a renaturalização do mesmo. Comecemos pela recuperação de florestas para assim conseguirem ajudar a equilibrar e a bloquear o carbono que é lançado para a atmosfera e também arranjarmos formas de explorar florestas, mas de um modo sustentável. Temos o exemplo da Costa Rica, que há cerca de 100 anos era coberta por dois terços de floresta, mas acabou por ser reduzida a 25% na década de 1980, mas o Governo teve a solução para este problema que foi apoiar e criar subsídios para os proprietários replantarem a floresta e isso fez com que esta aumentasse para cerca de 50%.

 

A recuperação da biodiversidade através da renaturalização que coloca o ecossistema em equilíbrio e melhora a estabilidade e funcionamento do planeta. A restrição das práticas de pesca também pode ser uma medida, pois quanto mais saudável estiver o habitat marinho mais peixe estará disponível para consumirmos. A própria agricultura urbana já é utilizada em algumas cidades e pode ser uma forma de devolver à natureza, terras férteis que podem ser essenciais para a melhoria da biodiversidade do planeta, ou seja, é possível produzir muito mais comida sem precisar de utilizar uma grande quantidade de terra e apenas através de tecnologia. Sendo assim, podemos diminuir as áreas que usamos para cultivar e criar mais espaço para o regresso da natureza selvagem.


 

O mundo vivo move-se essencialmente a energia solar, mas se eliminássemos os combustíveis fósseis e movêssemos também o mundo, utilizando as energias eternas da natureza solar, eólica, hidráulica e geotérmica já conseguíamos fazer mudanças significativas para o futuro. A energia renovável não se esgota e quem sabe possa vir a tornar-se na principal fonte de energia do mundo, sem que seja necessário a utilização de combustíveis fósseis, pois podemos fazer um reaproveitamento dos recursos disponíveis e assim, vivermos uma vida mais sustentável.

 

O nosso tempo neste planeta é limitado e aquilo que é essencial é vivermos de um modo sustentável, aliando a tudo aquilo que a natureza nos fornece de bom. Devemos sentirmo-nos gratos por termos a oportunidade de viver num sítio com uma beleza extraordinária que está constantemente a dar-nos lições de vida e repletos de espécies vegetais e animais que estão a dividir o seu espaço com a humanidade.


 

Este mundo vivo deve ser tratado com carinho e cuidado, pois ele é o responsável não só pela nossa existência, mas também pela nossa sobrevivência. A natureza é o nosso maior aliado e devemos viver em equilíbrio com a mesma, pois se tomarmos bem conta dela, ela também fará o mesmo por nós e se trabalharmos contra em vez de ser em conjunto, nós vamos estar a prejudicar a forma como iremos viver no futuro.

 

O nosso planeta sofre um dos seus mais desafios desde a sua existência, mas ainda vamos a tempo da humanidade corrigir o seu maior erro para com este mundo, mas para isso acontecer, as mudanças têm de começar agora, mesmo que os resultados só iremos ter a possibilidade de conseguir ver daqui a muito tempo. É necessário que sejam tomadas medidas significativas que inclui a criação de soluções para salvar o planeta que sem dúvida, não serão uma tarefa fácil de se concretizar, mas se houver uma união global é possível fazer toda a diferença, sendo que utilizar maioritariamente energias renováveis e tomar atitudes sustentáveis já pode ajudar, mas quem sabe, que daqui a um século, o planeta pode voltar a ser um local selvagem, onde possamos viver em equilíbrio com a natureza.

 

O nosso mundo vai sem dúvida sobreviver da realidade que está a passar atualmente, mas será que a humanidade vai conseguir? Se não tomarmos medidas drásticas, eu acredito que seja muito difícil, levando a que o futuro dos seres humanos esteja cada vez mais num maior risco.

 


David Attenborough teve a oportunidade de ter uma vida extraordinária repleta de aventuras e conhecimentos que foi adquirindo nas suas visitas, onde explorou os locais selvagens do planeta e tendo viajado para todas as partes do globo e assim, testemunhando o mundo vivo. Ele mostra as maravilhas que existem no nosso planeta, desde a sua beleza até à sua variedade, incluindo muitas das espécies existentes, mas que infelizmente são um bom número daquelas que estão em vias de extinção devido às ações da humanidade. Por isso, ele partilha neste documentário, o seu testemunho e a sua visão para o futuro, de um modo bem intimista e interessante.

 

Este não é um simples documentário, mas sim uma bela lição de vida dada por este senhor que partilhou a sua oportunidade de ter uma vida cheia de aventuras num meio selvagem, mostrando não só o seu testemunho, mas também a sua perspetiva e visão para o futuro dedicado aos amantes da natureza, transmitindo assim, uma mensagem de esperança para todos nós.


 

Como referido anteriormente, David Attenborough dá as suas opiniões sobre quais são os problemas atuais que o mundo natural enfrenta que podem vir a trazer consequências devastadoras para o mesmo e também para a sobrevivência da humanidade, sendo que dá sugestões de como tudo poderá ser resolvido. A forma como ele narra este documentário sobre a vida selvagem é muito cativante, deixando o espetador atento desde o início até ao seu final.

 

Neste documentário temos a oportunidade de aprender mais sobre a natureza selvagem e o quanto ela é limitada e precisa de proteção, pois as populações de animais selvagens têm diminuído consideravelmente e a importância que é falar sobre as alterações climáticas que estão a ocorrer atualmente no nosso planeta. Assim, se continuarmos a fazer coisas insustentáveis, os danos acumulam-se e enfrentamos o colapso do mundo vivo, o mesmo que deu origem à civilização.


 

O espetador acaba por criar a sua própria reflexão perante este assunto, que está relacionado com a vida do nosso planeta, tornando-se num tema muito pertinente. O nosso mundo está repleto de desafios pelo caminho que por vezes está plenamente dependente da humanidade, por isso é importante que sejam apresentadas soluções que podem fazer toda a diferença na recuperação deste mundo que devíamos estimar muito mais, sendo que ainda não é tarde demais para que sejam tomadas atitudes.

 

Este é um documentário imperdível, relevante e cheio de qualidade testemunhado por David Attenborough que tem sido considerado como o ser humano que mais presenciou o mundo natural, a essência da natureza e o modo como as espécies selvagens têm vivido no seu habitat, onde vão tendo as suas dificuldades causadas por fatores externos, entre elas, os caçadores furtivos que causam cada vez mais o desaparecimento da natureza selvagem. Este é assunto muito sério que infelizmente nem sempre é levado muito a sério, principalmente quando o ser humano está mais habituado a tratar de um determinado problema em vez de preveni-lo, por isso é fundamental que vejam, pois é algo que vale mesmo muito a pena de acompanhar.

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