O
filme The Invisible Man (O Homem Invisível, em português) com a duração de 2 horas
e 04 minutos que tem o argumento, realização e produção executiva de Leigh
Whannell estreou recentemente em exclusivo no canal TVCine Top e esteve disponível
nos cinemas portugueses no início de 2020. Com a produção de Jason Blum da
Blumhouse Productions, este conto moderno de obsessão é baseado no romance de
1897 com o mesmo nome de H.G. Wells, sendo protagonizado por Elisabeth Moss,
mas dividiu e muito as opiniões de quem já assistiu, principalmente para os
amantes de terror.
Este
retrata o quanto aterrorizador pode tornar-se um relacionamento em que uma das
partes é completamente obsessiva pela outra. Cecilia Kass (Elisabeth Moss) está
presa numa relação violenta e controladora com um cientista chamado Adrian
Griffin (Oliver Jackson-Cohen) que é rico e muito inteligente na sua área de
atuação, mas um dia, ela resolve fugir discretamente durante a noite da casa
onde vivia e para isso pede ajuda à sua irmã, Emily (Harriet Dyer) e ao seu
amigo de infância, James (Aldis Hodge). O que ela não esperava é que o seu
abusivo ex-marido cometesse suicídio, deixando-lhe uma grande herança que foi
referida no testamento respetivo, mas será que ela está completamente livre
dele ou ainda há muito por contar?
O
elenco é constituído por Elisabeth Moss (Cecilia Kass), Oliver Jackson-Cohen
(Adrian Griffin), Aldis Hodge (Detetive James Lanier), Storm Reid (Sydney
Lanier), Harriet Dyer (Emily Kass), Michael Dorman (Tom Griffin), Benedict Hardie
(Marc), Amali Golden (Annie) e Sam Smith (Detetive Reckley).
Cecilia
sempre sentiu-se controlada e perseguida pelo seu ex-marido durante o
relacionamento que partilharam e mesmo após o suicídio misterioso dele, ela não
consegue livrar-se desse sentimento de está a sentir-se observada, pondo em
causa, a sua própria sanidade mental, pois ela não acredita que ele morreu, mas
sim que foi um plano organizado por ele para continuar a aterroriza-la, pois
ele sempre foi um especialista em tecnologia, mas será que isso é verdade ou é
simplesmente uma invenção da sua mente?
Como
o próprio título do filme indica, este é o vilão principal da história em que a
pessoa cria diferentes teorias para conseguir explicar o que poderá ser o homem
invisível. Será que é o espírito do seu ex-marido que veio assombrá-la até ao fim
dos seus dias ou é apenas tudo invenção de Cecilia e na realidade ela está
louca e vê coisas que não estão lá ou ainda é algo que poderá ser praticamente
impossível, mas afinal a ciência ajuda a que não seja? Isto mostra o quanto uma
relação pode afetar o estado psicológico de alguém depois de longos períodos de
abuso e controle.
Cecilia
está a ser vítima de algo ou de alguém que não consegue ver enquanto tenta
construir uma vida nova após ter recebido a fortuna de Adrian, mas ela está
convencida que continua relacionado com o seu ex-marido brilhante e controlador
que sempre foi obcecado por ela e nunca lhe deu a liberdade que ela merecia e
assim, é um tipo de vingança que foi planeada devido a ela ter conseguido fugir
de uma casa maravilhosa à beira mar, mas que para ela era uma autêntica prisão.
Por isso, ela não descansa enquanto não conseguir provar que não está louca e
para isso acontecer, ela terá de sobreviver dos ataques que está a ser alvo, mas
será que ela vai ter ajuda para comprovar a verdade ou simplesmente ninguém vai
acreditar nela?
De
acordo com o seu ponto de vista, esta é uma mulher torturada que está sempre em
alerta, passando por situações inexplicáveis misturadas com demasiadas
coincidências que põe em causa, a morte de Adrian, chegando a um ponto que
sente-se desesperada, sem saber o que fazer, pois mais cedo ou mais tarde, ela
vai ter de enfrentar um inimigo invisível que está constantemente a atormentá-la
que acredita que seja Adrian o responsável pelo seu tormento.
Esta
história também mostra o quanto o poder da invisibilidade pode ter em qualquer
um, sendo algo que ninguém ainda está preparado para compreender, quanto mais
para enfrentar. Da forma como a ciência tem evoluído, a pessoa até pensa que é
possível alguém tornar-se invisível e observar tudo o que outros estão a fazer
sem existir qualquer tipo de limites para com a respetiva privacidade, sendo
que até pode culpar por crimes que não cometeram, mas não têm provas do
contrário e isso acaba por tornar-se num pensamento bem assustador que não pode
mesmo acontecer.
O
desempenho de Elisabeth Moss é muito bom, completamente adequado ao tipo de
personagem que é Cecilia Kass, pois mostra a sua visão e vulnerabilidade perante
os acontecimentos que lhe vão sucedendo, fazendo com que tenha as suas emoções
acima do limite, sendo que as suas expressões faciais e a sua linguagem
corporal são o foco e representam exatamente como é uma pessoa traumatizada que
foi vítima destes tipos de abusos violentos e o medo que foi acumulando ao
longo do tempo, tendo assim, muitas dificuldades em ultrapassar tudo aquilo de que
foi alvo.
A
história apresenta os ingredientes necessários de que alguém está a perseguir a
protagonista, criando a sua tensão, mesmo que inicialmente não se saiba o que é,
mostrando como a manipulação pode chegar a níveis extremos, caso não se consiga
impedir a tempo. Esta acaba por criar um debate sobre este tipo de abuso e
violência que muitas pessoas são vítimas em relacionamentos tóxicos e a
importância que é falar sobre o assunto sem que chegue a consequências
devastadoras.
O
filme é um terror psicológico simples, com suspense e com uma mistura de ficção
científica, sendo constituída por bons efeitos visuais, uma escolha de
fotografia mais escura em momentos vitais, com bons ângulos de filmagem e uma
boa banda sonora de Benjamin Wallfisch indicada para um thriller deste tipo,
criando um resultado final para que o espetador fique cativado e interessado
naquilo que está a ver ao mesmo tempo que cria teorias sobre o que pode vir a
acontecer no desenrolar da história. Pode dividir opiniões, mas não deixa de
ter falhas, em que algumas coisas simplesmente não encaixam, mas continua a ser
um bom entretenimento que prende a atenção do público, com reviravoltas
interessantes e quem sabe inesperadas para alguns. Assim, tudo foi retratado de
um modo inteligente e mesmo que não seja muito assustador, surpreendeu e teve
as expetativas que eu esperava, mesmo que não seja dos melhores filmes
existentes deste tipo.
Um bom filme de suspense, gostei!
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