domingo, 29 de novembro de 2020

Crítica ao filme "The Invisible Man", protagonizado por Elisabeth Moss - um terror psicológico causado por um relacionamento tóxico que parece não ter fim

 

O filme The Invisible Man (O Homem Invisível, em português) com a duração de 2 horas e 04 minutos que tem o argumento, realização e produção executiva de Leigh Whannell estreou recentemente em exclusivo no canal TVCine Top e esteve disponível nos cinemas portugueses no início de 2020. Com a produção de Jason Blum da Blumhouse Productions, este conto moderno de obsessão é baseado no romance de 1897 com o mesmo nome de H.G. Wells, sendo protagonizado por Elisabeth Moss, mas dividiu e muito as opiniões de quem já assistiu, principalmente para os amantes de terror.

 




Este retrata o quanto aterrorizador pode tornar-se um relacionamento em que uma das partes é completamente obsessiva pela outra. Cecilia Kass (Elisabeth Moss) está presa numa relação violenta e controladora com um cientista chamado Adrian Griffin (Oliver Jackson-Cohen) que é rico e muito inteligente na sua área de atuação, mas um dia, ela resolve fugir discretamente durante a noite da casa onde vivia e para isso pede ajuda à sua irmã, Emily (Harriet Dyer) e ao seu amigo de infância, James (Aldis Hodge). O que ela não esperava é que o seu abusivo ex-marido cometesse suicídio, deixando-lhe uma grande herança que foi referida no testamento respetivo, mas será que ela está completamente livre dele ou ainda há muito por contar?

 

O elenco é constituído por Elisabeth Moss (Cecilia Kass), Oliver Jackson-Cohen (Adrian Griffin), Aldis Hodge (Detetive James Lanier), Storm Reid (Sydney Lanier), Harriet Dyer (Emily Kass), Michael Dorman (Tom Griffin), Benedict Hardie (Marc), Amali Golden (Annie) e Sam Smith (Detetive Reckley).


 

Cecilia sempre sentiu-se controlada e perseguida pelo seu ex-marido durante o relacionamento que partilharam e mesmo após o suicídio misterioso dele, ela não consegue livrar-se desse sentimento de está a sentir-se observada, pondo em causa, a sua própria sanidade mental, pois ela não acredita que ele morreu, mas sim que foi um plano organizado por ele para continuar a aterroriza-la, pois ele sempre foi um especialista em tecnologia, mas será que isso é verdade ou é simplesmente uma invenção da sua mente?


 

Como o próprio título do filme indica, este é o vilão principal da história em que a pessoa cria diferentes teorias para conseguir explicar o que poderá ser o homem invisível. Será que é o espírito do seu ex-marido que veio assombrá-la até ao fim dos seus dias ou é apenas tudo invenção de Cecilia e na realidade ela está louca e vê coisas que não estão lá ou ainda é algo que poderá ser praticamente impossível, mas afinal a ciência ajuda a que não seja? Isto mostra o quanto uma relação pode afetar o estado psicológico de alguém depois de longos períodos de abuso e controle.

 




Cecilia está a ser vítima de algo ou de alguém que não consegue ver enquanto tenta construir uma vida nova após ter recebido a fortuna de Adrian, mas ela está convencida que continua relacionado com o seu ex-marido brilhante e controlador que sempre foi obcecado por ela e nunca lhe deu a liberdade que ela merecia e assim, é um tipo de vingança que foi planeada devido a ela ter conseguido fugir de uma casa maravilhosa à beira mar, mas que para ela era uma autêntica prisão. Por isso, ela não descansa enquanto não conseguir provar que não está louca e para isso acontecer, ela terá de sobreviver dos ataques que está a ser alvo, mas será que ela vai ter ajuda para comprovar a verdade ou simplesmente ninguém vai acreditar nela?

 

De acordo com o seu ponto de vista, esta é uma mulher torturada que está sempre em alerta, passando por situações inexplicáveis misturadas com demasiadas coincidências que põe em causa, a morte de Adrian, chegando a um ponto que sente-se desesperada, sem saber o que fazer, pois mais cedo ou mais tarde, ela vai ter de enfrentar um inimigo invisível que está constantemente a atormentá-la que acredita que seja Adrian o responsável pelo seu tormento.



 

Esta história também mostra o quanto o poder da invisibilidade pode ter em qualquer um, sendo algo que ninguém ainda está preparado para compreender, quanto mais para enfrentar. Da forma como a ciência tem evoluído, a pessoa até pensa que é possível alguém tornar-se invisível e observar tudo o que outros estão a fazer sem existir qualquer tipo de limites para com a respetiva privacidade, sendo que até pode culpar por crimes que não cometeram, mas não têm provas do contrário e isso acaba por tornar-se num pensamento bem assustador que não pode mesmo acontecer.




 

O desempenho de Elisabeth Moss é muito bom, completamente adequado ao tipo de personagem que é Cecilia Kass, pois mostra a sua visão e vulnerabilidade perante os acontecimentos que lhe vão sucedendo, fazendo com que tenha as suas emoções acima do limite, sendo que as suas expressões faciais e a sua linguagem corporal são o foco e representam exatamente como é uma pessoa traumatizada que foi vítima destes tipos de abusos violentos e o medo que foi acumulando ao longo do tempo, tendo assim, muitas dificuldades em ultrapassar tudo aquilo de que foi alvo.   

 

A história apresenta os ingredientes necessários de que alguém está a perseguir a protagonista, criando a sua tensão, mesmo que inicialmente não se saiba o que é, mostrando como a manipulação pode chegar a níveis extremos, caso não se consiga impedir a tempo. Esta acaba por criar um debate sobre este tipo de abuso e violência que muitas pessoas são vítimas em relacionamentos tóxicos e a importância que é falar sobre o assunto sem que chegue a consequências devastadoras.




 

O filme é um terror psicológico simples, com suspense e com uma mistura de ficção científica, sendo constituída por bons efeitos visuais, uma escolha de fotografia mais escura em momentos vitais, com bons ângulos de filmagem e uma boa banda sonora de Benjamin Wallfisch indicada para um thriller deste tipo, criando um resultado final para que o espetador fique cativado e interessado naquilo que está a ver ao mesmo tempo que cria teorias sobre o que pode vir a acontecer no desenrolar da história. Pode dividir opiniões, mas não deixa de ter falhas, em que algumas coisas simplesmente não encaixam, mas continua a ser um bom entretenimento que prende a atenção do público, com reviravoltas interessantes e quem sabe inesperadas para alguns. Assim, tudo foi retratado de um modo inteligente e mesmo que não seja muito assustador, surpreendeu e teve as expetativas que eu esperava, mesmo que não seja dos melhores filmes existentes deste tipo.

 


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