domingo, 23 de janeiro de 2022

Série "The Bold Type" - uma história leve, divertida e apaixonante desenrolada numa revista feminina conceituada que retrata temas relevantes para a sociedade

 

The Bold Type é uma série do canal Freeform que estreou em 2017 e mistura drama com um pouco de comédia pelo meio, sendo constituída por 5 temporadas e atualmente esta pode ser vista na plataforma da Netflix. É uma história criada por Sarah Watson que é inspirada na vida de Joanna Coles que foi editora chefe da revista Cosmopolitan.  

O elenco é constituído por Katie Stevens (Jane Sloan), Aisha Dee (Kat Edison), Meghann Fahy (Sutton Brady), Sam Page (Richard Hunter), Matt Ward (Alex Crawford), Melora Hardin (Jacqueline Carlyle), Nikohl Boosheri (Adena El-Amin) e Stephen Conrad Moore (Oliver Grayson).

Numa revista feminina em Nova Iorque, três jovens mulheres conciliam as suas carreiras com o romance, a amizade e a vida na grande cidade, enquanto descobrem a sua voz.

Esta produção conta a história de três amigas com personalidades fortes que trabalham em funções diferentes na revista global Scarlet, uma das revistas femininas mais conceituadas no mercado e irá acompanhar todos os sonhos, peripécias e obstáculos que vão tendo e que não serão fáceis de ultrapassar. São vários os temas que serão desenvolvidos da maneira certa e vão dar que falar, criando uma discussão importante nesta narrativa, como por exemplo, o feminismo, a discriminação, a sexualidade, o racismo, o preconceito, a desigualdade entre géneros, o assédio, a homossexualidade ou o papel que as mulheres podem ter na sociedade.

Jane Sloan, Kat Edison e Sutton Brady são mulheres determinadas que trabalham juntas no mesmo local e lutam constantemente para conquistarem os seus sonhos e construírem uma carreira de sucesso naquilo que mais amam fazer, por mais adversidades e desilusões que possam vir a ocorrer, sendo que ao mesmo tempo, elas procuram pelo amor verdadeiro. Por isto e muito mais, estas são personagens que acabam por se tornar numa grande inspiração para tantas mulheres de diferentes faixas etárias que estão à procura da sua identidade e a descobrirem a sua própria voz.

Jane Sloan é uma jovem sensata que foi promovida a redatora da Scarlet Magazine, o trabalho dos seus sonhos. Gosta muito dquilo que faz, mas por vezes, ela hesita e nem sempre confia nas suas capacidades de escrita. Esta jornalista vem de uma cidade pequena e está disposta a provar aquilo que vale quando chega à revista Scarlet, ao mesmo tempo que lida com o medo de ter cancro que fez com que perdesse a sua mãe, devido à doença quando ela era mais nova.

Kat Edison é o membro mais destemido e ousado do grupo com convicções próprias e luta por aquilo em que mais acredita. É a responsável pelas redes sociais da Scarlet e promete revolucionar a empresa, abordando assuntos mais polémicos que nem todos estão preparados para ouvir. É uma jovem apaixonada por aquilo que faz, mas ao longo da história, ela vai explorando a sua sexualidade e conhecendo melhor a sua identidade, tornando-se num exemplo e numa referência para muitos jovens. Um dos pontos altos da sua história é o relacionamento complicado com Adena El-Amin, uma fotógrafa que faz um trabalho fantástico e tem as suas próprias ideias e formas de ver a vida, fazendo com que esta dupla passe por altos e baixos, ao mesmo tempo que vão aprendendo muito uma com a outra.   

Depois temos a Sutton Brady que está a ocupar uma função de assistente no departamento de moda da Scarlet que implica ter horas e horas de muito trabalho que parecem nunca terminar, tendo como chefe, Oliver que é muito exigente, mas tem um bom coração. Ela é uma mulher doce, resiliente e que tem um talento nato como estilista, sendo esse o seu maior sonho. Porém Sutton esconde um segredo, ou seja, tem um relacionamento amoroso e proibido com Richard, um membro do conselho que é diretor da Scarlet e advogado do grupo editorial da revista. Será que esta relação vai resultar por muito mais tempo?

Por fim, é relevante falar de uma das mulheres mais poderosas da série que inspira qualquer pessoa, tem uma sabedoria única, é uma líder eficaz e dá boas lições de vida. Falamos da Jacqueline que é a editora chefe que lidera a revista Scarlet, sendo a responsável pela magia e a determinação que existe nesta empresa e é um tipo de mentora para os seus funcionários, principalmente para Jane.

Estas são três amigas divertidas com os seus defeitos que passaram por muito para encontrarem o seu próprio caminho e atingirem os seus objetivos, sendo que cada uma teve de enfrentar os seus medos, inseguranças, traumas e dificuldades para que pudessem crescer e lidarem com os dramas da vida que nem sempre foram fáceis de encarar, mas são essenciais para que tenham um bom amadurecimento. Juntas, esta tripla mostra como funciona a verdadeira amizade, a cumplicidade que têm entre si e como estão constantemente presentes na vida de cada uma, seja para o bem ou para o mal, ajudando no que for preciso.

O público consegue identificar-se com muitas das situações que são vividas pelas protagonistas, torcendo por elas e colocando-se no lugar das mesmas, sendo que a história prende a atenção desde o início até ao fim com a sua criatividade, mostrando como devemos tratar as pessoas ao nosso redor e o quanto é importante, a compreensão e a comunicação uns com os outros e como a pessoa deve aceitar-se a si própria, sem qualquer tipo de receios.

Esta é uma série relevante, envolvente e com autenticidade que acompanha o mundo exuberante da moda e de uma certa forma é revigorante, especial e marcante para quem está a acompanhar e com a qual nos conseguimos identificar facilmente com a vida da Jane, Kat e Sutton, mulheres que confiam totalmente na amizade que têm entre si, enquanto navegam numa jornada longa pelas complexidades deste mundo moderno para se tornarem nas pessoas que estão destinadas a ser. Além disso, tem uma boa representatividade e a capacidade de provocar conversas significativas sobre assuntos mais delicados ou até polémicos que são retratados com todo o respeito e são importantes na sociedade, mas que por vezes continuam a ser tabus. Ainda são mostradas as dificuldades que existem para as jovens mulheres vencerem no mercado de trabalho.

The Bold Type tem uma história leve, divertida, intrigante, ousada, apaixonante e interessante que consegue ser perfeita à sua maneira, apresentando o poder feminino e sendo repleta de surpresas e constituída por personagens carismáticas com um vestuário fantástico. É desenvolvida de um modo inteligente e diferente e desenrola-se num ambiente humano e familiar para o espetador, onde não vai faltar a demonstração de poder, momentos desafiantes, liderança, escolhas difíceis, festas, escândalos, conflitos, lutas diárias e reviravoltas, mas sem deixar de lado, a amizade, a resiliência, o amor, o romance, o humor, a coragem, a liberdade, a esperança, a compaixão e a força de vontade que é fundamental existir na nossa vida.

Esta série imperdível, envolvente e viciante tem uma perspetiva bem real, cuidadosa e inovadora que faz com que tenhamos uma reflexão mais profunda sobre temas pertinentes e atuais para a comunidade e também tem histórias que fazem parte da realidade de muitas pessoas. É um tipo de aprendizagem significativa, emocionante e dinâmica que vamos tendo não só como mulheres, mas também como seres humanos e nos deixa evoluir e a pensar sobre o que é realmente mais importante para cada um de nós, quais são as nossas prioridades, como devemos lidar com os nossos problemas, sejam eles pessoais ou profissionais e dar valor ao que importa, o que significa ser um líder e muito mais.

Apesar de estar na lista das minhas séries favoritas, The Bold Type é daquelas histórias contagiantes que retrata maioritariamente o feminismo e conseguiu fazê-lo bem, criando um impacto positivo e uma empatia imediata, em que vale mesmo a pena verem e até tirarem as vossas próprias conclusões. Uma coisa é certa! Jane, Kat e Sutton já deixam muitas saudades e as lições que aprendemos com elas não vão ser esquecidas, mesmo que elas não tenham sempre tomado as melhores decisões, em determinadas situações!


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