The Bold Type é uma série do
canal Freeform que estreou em 2017 e mistura drama com um pouco de comédia pelo
meio, sendo constituída por 5 temporadas e atualmente esta pode ser vista na
plataforma da Netflix. É uma história criada por Sarah Watson que é inspirada
na vida de Joanna Coles que foi editora chefe da revista Cosmopolitan.
O elenco é constituído por Katie
Stevens (Jane Sloan), Aisha Dee (Kat Edison), Meghann Fahy (Sutton Brady), Sam
Page (Richard Hunter), Matt Ward (Alex Crawford), Melora Hardin (Jacqueline
Carlyle), Nikohl Boosheri (Adena El-Amin) e Stephen Conrad Moore (Oliver
Grayson).
Numa revista feminina em Nova
Iorque, três jovens mulheres conciliam as suas carreiras com o romance, a
amizade e a vida na grande cidade, enquanto descobrem a sua voz.
Esta produção conta a história de
três amigas com personalidades fortes que trabalham em funções diferentes na
revista global Scarlet, uma das revistas femininas mais conceituadas no
mercado e irá acompanhar todos os sonhos, peripécias e obstáculos que vão tendo
e que não serão fáceis de ultrapassar. São vários os temas que serão
desenvolvidos da maneira certa e vão dar que falar, criando uma discussão importante
nesta narrativa, como por exemplo, o feminismo, a discriminação, a sexualidade,
o racismo, o preconceito, a desigualdade entre géneros, o assédio, a homossexualidade
ou o papel que as mulheres podem ter na sociedade.
Jane Sloan, Kat Edison
e Sutton Brady são mulheres determinadas que trabalham juntas no mesmo
local e lutam constantemente para conquistarem os seus sonhos e construírem uma
carreira de sucesso naquilo que mais amam fazer, por mais adversidades e
desilusões que possam vir a ocorrer, sendo que ao mesmo tempo, elas procuram
pelo amor verdadeiro. Por isto e muito mais, estas são personagens que acabam
por se tornar numa grande inspiração para tantas mulheres de diferentes faixas
etárias que estão à procura da sua identidade e a descobrirem a sua própria voz.
Jane Sloan é uma jovem sensata
que foi promovida a redatora da Scarlet Magazine, o trabalho dos seus
sonhos. Gosta muito dquilo que faz, mas por vezes, ela hesita e nem sempre
confia nas suas capacidades de escrita. Esta jornalista vem de uma cidade
pequena e está disposta a provar aquilo que vale quando chega à revista Scarlet,
ao mesmo tempo que lida com o medo de ter cancro que fez com que perdesse a sua
mãe, devido à doença quando ela era mais nova.
Já Kat Edison é o membro
mais destemido e ousado do grupo com convicções próprias e luta por aquilo em
que mais acredita. É a responsável pelas redes sociais da Scarlet e
promete revolucionar a empresa, abordando assuntos mais polémicos que nem todos
estão preparados para ouvir. É uma jovem apaixonada por aquilo que faz, mas ao
longo da história, ela vai explorando a sua sexualidade e conhecendo melhor a
sua identidade, tornando-se num exemplo e numa referência para muitos jovens.
Um dos pontos altos da sua história é o relacionamento complicado com Adena
El-Amin, uma fotógrafa que faz um trabalho fantástico e tem as suas
próprias ideias e formas de ver a vida, fazendo com que esta dupla passe por
altos e baixos, ao mesmo tempo que vão aprendendo muito uma com a outra.
Depois temos a Sutton Brady
que está a ocupar uma função de assistente no departamento de moda da Scarlet
que implica ter horas e horas de muito trabalho que parecem nunca terminar,
tendo como chefe, Oliver que é muito exigente, mas tem um bom coração.
Ela é uma mulher doce, resiliente e que tem um talento nato como estilista,
sendo esse o seu maior sonho. Porém Sutton esconde um segredo, ou seja,
tem um relacionamento amoroso e proibido com Richard, um membro do
conselho que é diretor da Scarlet e advogado do grupo editorial da
revista. Será que esta relação vai resultar por muito mais tempo?
Por fim, é relevante falar de uma
das mulheres mais poderosas da série que inspira qualquer pessoa, tem uma
sabedoria única, é uma líder eficaz e dá boas lições de vida. Falamos da Jacqueline
que é a editora chefe que lidera a revista Scarlet, sendo a responsável
pela magia e a determinação que existe nesta empresa e é um tipo de mentora
para os seus funcionários, principalmente para Jane.
Estas são três amigas divertidas com
os seus defeitos que passaram por muito para encontrarem o seu próprio caminho
e atingirem os seus objetivos, sendo que cada uma teve de enfrentar os seus
medos, inseguranças, traumas e dificuldades para que pudessem crescer e lidarem
com os dramas da vida que nem sempre foram fáceis de encarar, mas são
essenciais para que tenham um bom amadurecimento. Juntas, esta tripla mostra
como funciona a verdadeira amizade, a cumplicidade que têm entre si e como
estão constantemente presentes na vida de cada uma, seja para o bem ou para o
mal, ajudando no que for preciso.
O público consegue identificar-se
com muitas das situações que são vividas pelas protagonistas, torcendo por elas
e colocando-se no lugar das mesmas, sendo que a história prende a atenção desde
o início até ao fim com a sua criatividade, mostrando como devemos tratar as
pessoas ao nosso redor e o quanto é importante, a compreensão e a comunicação
uns com os outros e como a pessoa deve aceitar-se a si própria, sem qualquer
tipo de receios.
Esta é uma série relevante,
envolvente e com autenticidade que acompanha o mundo exuberante da moda e de
uma certa forma é revigorante, especial e marcante para quem está a acompanhar
e com a qual nos conseguimos identificar facilmente com a vida da Jane, Kat
e Sutton, mulheres que confiam totalmente na amizade que têm entre si,
enquanto navegam numa jornada longa pelas complexidades deste mundo moderno para
se tornarem nas pessoas que estão destinadas a ser. Além disso, tem uma boa
representatividade e a capacidade de provocar conversas significativas sobre assuntos
mais delicados ou até polémicos que são retratados com todo o respeito e são
importantes na sociedade, mas que por vezes continuam a ser tabus. Ainda
são mostradas as dificuldades que existem para as jovens mulheres vencerem no
mercado de trabalho.
The Bold Type tem uma história
leve, divertida, intrigante, ousada, apaixonante e interessante que consegue
ser perfeita à sua maneira, apresentando o poder feminino e sendo repleta de
surpresas e constituída por personagens carismáticas com um vestuário
fantástico. É desenvolvida de um modo inteligente e diferente e desenrola-se
num ambiente humano e familiar para o espetador, onde não vai faltar a
demonstração de poder, momentos desafiantes, liderança, escolhas difíceis, festas, escândalos, conflitos, lutas diárias e reviravoltas, mas sem deixar de lado, a
amizade, a resiliência, o amor, o romance, o humor, a coragem, a liberdade, a
esperança, a compaixão e a força de vontade que é fundamental existir na nossa
vida.
Esta série imperdível, envolvente
e viciante tem uma perspetiva bem real, cuidadosa e inovadora que faz com que
tenhamos uma reflexão mais profunda sobre temas pertinentes e atuais para a
comunidade e também tem histórias que fazem parte da realidade de muitas
pessoas. É um tipo de aprendizagem significativa, emocionante e dinâmica que vamos
tendo não só como mulheres, mas também como seres humanos e nos deixa evoluir e
a pensar sobre o que é realmente mais importante para cada um de nós, quais são
as nossas prioridades, como devemos lidar com os nossos problemas, sejam eles
pessoais ou profissionais e dar valor ao que importa, o que significa ser um
líder e muito mais.
Apesar de estar na lista das minhas séries favoritas, The Bold Type é daquelas histórias contagiantes que retrata maioritariamente o feminismo e conseguiu fazê-lo bem, criando um impacto positivo e uma empatia imediata, em que vale mesmo a pena verem e até tirarem as vossas próprias conclusões. Uma coisa é certa! Jane, Kat e Sutton já deixam muitas saudades e as lições que aprendemos com elas não vão ser esquecidas, mesmo que elas não tenham sempre tomado as melhores decisões, em determinadas situações!
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