Um dos maiores vilões da cultura pop está de regresso para a sua aguardada
sequela com Joker Loucura a Dois (Joker: Folie à Deux, como
título original) que tem a realização de Todd Philips. Para recordar, Joker
estreou a 4 de outubro de 2019, sendo que foi realizado por Todd Philips e protagonizado
pelo surpreendente Joaquin Phoenix que mais tarde, foi premiado com o Óscar® de
Melhor Ator e o BAFTA de Cinema de Melhor Ator. Já a produção em si, recebeu um
Leão de Ouro para Melhor Filme.
Considerado como um filme muito antecipado para este ano, temos Joaquin
Phoenix de volta a representar Arthur Fleck e ainda, com a introdução de
Lady Gaga na pele de Harley.
Neste emocionante filme, Arthur Fleck está institucionalizado em Arkham,
aguardando julgamento pelos seus crimes como Joker. Enquanto luta contra
a sua dupla personalidade, Arthur não só encontra o amor verdadeiro, mas
também descobre a música que sempre esteve dentro dele.
Divulgação: Warner Bros. Pictures Portugal e Cinemundo
Pois é, o espetáculo começou e desta vez Joker não está sozinho! E
isso sucede, devido à Harley, que de uma maneira peculiar acaba por ter
um papel marcante no desenvolvimento da narrativa de Arthur Fleck. Esta
é uma abordagem diferente em como é retratada a nova relação de Arthur Fleck
com Lee Quinzel, uma versão de Harley Quinn enquanto vai sendo
acrescentada uma vertente mais musical, tanto às personagens como à própria
história.
Inicialmente, temos um vislumbre de como a música encaixa na vida de Arthur
e na sua mente fantasiosa e vai sendo implementada, de acordo com as
circunstâncias em que o protagonista se encontra. Muitas vezes, conseguia proporcionar
momentos divertidos para o espetador, mas infelizmente houve alturas em que
podia tornar-se mais cansativo ou desnecessário, principalmente para quem não
gosta do género de musicais. Contudo, é algo que não faz grande diferença para
a generalidade daquilo que estava a ser contado.
Divulgação: Warner Bros. Pictures e Cinemundo
Apesar de maioritariamente, a história ocorrer numa sala de um tribunal, um
dos maiores focos retratados neste argumento dá para perceber que é a saúde
mental e as proporções que pode vir a ter, caso não se tenha o acompanhamento correto.
Aprofunda o caos da saúde mental, como a falta de compaixão pelo outro e o modo
como a sociedade olha com a mínima indiferença e sem qualquer tipo de empatia
para pessoas que tenham um distúrbio mental. E ainda, mostra que muitas vezes a
dor envolvida no inferno destas pessoas mais vulneráveis é causada pelo
comportamento da própria sociedade. Mesmo assim, este tema poderia ter sido
abordado num modo mais equilibrado e interessante.
Desta vez, ao contrário do que aconteceu no primeiro, a narrativa estava
uma autêntica confusão, onde perdemos a conta da quantidade de problemas que
possui. Apesar de por vezes, estarmos inseridos na mente confusa de um lunático,
isso não quer dizer que tenha de se transformar em algo que não tem nenhum
sentido.
Além disso, a pessoa contava que houvesse muito mais caos e acompanhado
pelo riso contagiante desta personagem emblemática que é o Joker. Também
não foi tão intimidante quanto se esperava e na forma como foi o seu
antecessor.
Existe algo que é referido pelas personagens de Lady Gaga e Joaquin Phoenix
que foi: “vamos dar às pessoas aquilo que elas querem!”. Na realidade, eles
acabaram por proporcionar o oposto. Uma história imprevisível com reviravoltas que
inverte de uma forma tão drástica e descontrolada que a pessoa não consegue criar
interesse naquilo que está a ser apresentado.
Divulgação: Warner Bros. Pictures e Cinemundo
Joker Loucura a Dois é daqueles filmes com a sua dose de loucura que perdeu
o seu brilho e leva o espetador a demorar mais tempo a processar aquilo que
acabou de assistir. E ainda, perdeu o seu foco e ultrapassou os limites em como
uma boa história cheia de potencial deveria ter sido contada. Visualmente, não
desilude, sendo que a banda sonora foi bem implementada. Também é certo que
foram assumidos riscos que não chegaram ao resultado pretendido, pois faltou
muita coisa para impactar. Porém, o destaque vai para a continuação da
interpretação fantástica de Joaquin Phoenix que apresenta a mente fragmentada
de alguém plenamente perturbado e louco, enquanto vai combinando duas
personalidades completamente distintas.
No entanto, isso não foi suficiente para cativar e se tornar num resultado que valha a pena ver. E por isso, não foi mesmo de acordo com as expetativas. Existem alturas em que não é necessário que seja produzida uma sequela depois do sucesso do seu original. E Joker Loucura a Dois é um desses casos que contém um final que vai sem dúvida, dividir opiniões.
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