O
Teorema de Marguerite
é um drama francês realizado por Anna Novion que foi a Seleção Oficial na
edição de 2024 do Festival de Cannes. No elenco temos Ella Rumpf, Jean-Pierre
Darroussin, Clotilde Courau e Julien Frison. Com esta obra, Elle Rumpf venceu
um prémio César na categoria de Revelação Feminina, enquanto Julien Frison foi
nomeado para Revelação Masculina.
Marguerite (Elle Rumpf) é uma brilhante
estudante de matemática e a única mulher do curso. No mesmo dia em que tem de
apresentar a sua tese, fruto de vários anos de trabalho, perante uma comissão
de investigadores, um colega de Marguerite descobre um erro no cálculo
que abala todas as certezas e leva a aluna a desistir e a recomeçar uma vida
nova. Um drama que aborda a obsessão pela perfeição no mundo dominado por homens.
A
história de uma jovem intelectual que, graças a uma crise, emerge do seu casulo
institucional para enfrentar a “vida real” e os seus sentimentos mais
profundos.
Já
imaginaram como seria ter uma vida toda delineada, quando um simples erro num
cálculo de matemática pode abalar o próprio mundo de alguém que dedicou toda a
sua vida a comprovar algo e de seguida, acaba por deitar tudo a perder? Foi isso
que aconteceu com esta protagonista que após uma defesa da sua tese ter corrido
mal, abandona a faculdade, recomeça uma nova vida e novos labirintos surgem no
caminho. Uma atitude drástica que iria fazer toda a diferença na próxima etapa
da vida desta jovem!
Divulgação: Pris Audiovisuais
O
Teorema de Marguerite
é uma produção científica inteligente e pensada fora da caixa que nos apresenta
como a matemática pode tornar-se em algo fascinante e até interessante quando
vemos por uma outra perspetiva. Ao mesmo tempo, ficamos surpreendidos em como
uma equação tão complexa pode levar por inúmeros caminhos, transformando-se por
vezes num autêntico labirinto. Contudo, é uma ferramenta útil cheia de certezas
que pode ajudar um ser a reencontrar a lógica da sua existência.
Além
disso, também é constituído pelos seus momentos mais emocionantes e desesperantes
que são fulcrais para se chegar a um método novo que pode vir a tornar-se inovador,
espetacular e gratificante. Esta é daquelas protagonistas que o espetador vai criando
alguma empatia, apesar do seu mau feitio e falta de jeito para relacionamentos
sociais. E o público chega a um ponto que está a torcer para que ela consiga
alcançar o seu objetivo.
Também
nos dá uma lição valiosa sobre a importância do trabalho em equipa e que
existem alturas, em que nós temos de dar um passo atrás para termos uma visão mais
refrescante. É com o erro que nós evoluímos. E assim, são colocadas novas
ideias em prática e são experimentadas novas abordagens para resolver este
cálculo de matemática complexo, que estava há muito tempo à espera para que
fosse finalmente solucionado. Por vezes, basta experimentar uma estratégia
diferente que até pode ser algo tão inesperado como um simples jogo de Mahjong
para melhorar o raciocínio e ver com outros olhos, o que está mesmo à nossa frente.
Divulgação: Pris Audiovisuais
A
matemática é sem dúvida, uma linguagem muito complexa, mas valiosa que faz todo
o sentido e que nos leva para inúmeras possibilidades que nem imaginaríamos que
seriam possíveis!
O Teorema de Marguerite consegue produzir uma narrativa diversificada e organizada que surpreende pela positiva e apresenta um resultado satisfatório e curioso. E ainda, aborda temas que na atualidade são raros de serem debatidos, enquanto cria uma ligação própria com o público que está a assistir. No entanto, é pena que não tivessem sido mostradas mais cenas divertidas relacionadas com o jogo de Mahjong. Também mostra o quanto a obsessão em alguma coisa pode vir a tornar-se perigoso. Por isso, o essencial é manter os pés assentes na terra, não apressar a resolução do problema, mas sim, ir ao seu ritmo e na companhia de quem realmente importa.
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