quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Filme "O Atentado de 5 de Setembro" - a operação terrorista que ocorreu nos Jogos Olímpicos de Munique de 1972

 

A Paramount Pictures apresenta O Atentado de 5 de Setembro, um thriller realizado por Tim Fehlbaum que aborda o “Setembro Negro”, ou seja, a operação terrorista que lançou o caos nos Jogos Olímpicos de 1972.

O elenco inclui Peter Sarsgaard, John Magaro, Ben Chaplin e Leonie Benesch.

Atualmente, este foi o maior atentado terrorista que ocorreu num evento desportivo. Neste caso, retrata o sequestro e assassinato de atletas israelitas, durante os Jogos Olímpicos de Munique, na perspetiva da equipa televisiva norte-americana da ABC Sports e da sua cobertura mediática.

Esta trama revela o momento decisivo que mudou para sempre a cobertura mediática e que continua a ter impacto nos noticiários em direto hoje em dia. Passado durante os Jogos Olímpicos de verão de Munique, em 1972, o filme segue uma equipa de transmissão desportiva americana que rapidamente se adaptou da reportagem desportiva à cobertura em direto dos atletas israelitas feitos reféns.

Através desta lente é oferecida uma nova perspetiva sobre transmissão em direto vista globalmente por um número estimado de mil milhões de pessoas na altura.

Divulgação: Paramount Pictures Portugal e NOS Audiovisuais

No centro da história está Geoff (John Magaro), um jovem e ambicioso produtor que se esforça por provar o seu valor ao seu patrão, o lendário executivo de televisão Roone Arledge (Peter Sarsgaard). Juntamente com a intérprete alemã Marianne (Leonie Benesch) e o seu mentor Marvin Bader (Ben Chaplin), Geoff assume inesperadamente o comando da cobertura em direto. À medida que as narrativas mudam, o tempo passa e rumores contraditórios se espalham, com a vida dos reféns em jogo, Geoff tem de tomar decisões difíceis enquanto confronta a sua própria moralidade.

A tecnologia utilizada nos anos 70 não era a mesma que é aplicada atualmente. Contudo, houve uma coisa que não mudou. Os meios de comunicação televisivos continuam a ser uma das fontes principais de partilhas de notícias e por isso, qualquer tipo de informação pode criar impacto para o próprio espetador.

Já imaginaram como seria estar calmamente a acompanhar no refúgio da sua casa mais uma edição dos Jogos Olímpicos e de repente, ocorre o inesperado. Uma situação catastrófica tira completamente a atenção deste evento desportivo, transformando-se em momentos de pura incerteza e caos. E ainda por cima, na década de 70, onde ainda não existia as tecnologias e respetivas ferramentas mais modernas que os países têm agora à sua disposição para fornecer segurança aos seus cidadãos e visitantes.

Para além disso, estamos a falar de uma época, onde a Alemanha ainda estava a sentir os efeitos da guerra liderada por Hitler e continuava muito vulnerável. Assim, não estava preparada para o que viria a acontecer numa aldeia olímpica, onde deveria ter existido um nível elevado de segurança. Pela falta disso, um atentado terrorista aconteceu e cujos alvos foram atletas israelitas.  

Divulgação: Paramount Pictures Portugal e NOS Audiovisuais

Uma das reviravoltas da altura foi tudo isto ter ocorrido relativamente perto dos estúdios da ABC, onde a equipa da ABC Sports era a responsável por estar no momento a cobrir os Jogos Olímpicos. Mas, será que esta equipa de transmissão desportiva americana estava realmente preparada para uma cobertura tão mediática quanto esta? Uma coisa é certa! Mesmo que não tenham qualquer experiência no assunto e aconteça o que acontecer, esta equipa vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para cobrir em direto, este ato terrorista. No entanto, há uma lição muito valiosa a reter neste filme que é a importância de verificar muito bem as fontes de informação antes de anunciá-las ao mundo, pois pode correr mal.

Para mim, um dos destaques é termos a chance de acompanhar os bastidores de uma transmissão televisiva e tudo aquilo que implica na mesma. Como é um trabalho bastante complexo e rigoroso e onde se tem de lidar constantemente com imprevistos. E neste caso, com a cobertura em direto aos atletas israelitas feitos reféns, e apesar de não serem as pessoas mais capazes para o fazer, simplesmente não desistiram e adaptaram-se às circunstâncias deste desafio, trazendo assim, uma perspetiva própria e conteúdo de qualidade. No entanto, aquilo que iriam de certa forma testemunhar acabaria por marcá-los para sempre.  

Foi mesmo interessante, assistir a todos os passos fulcrais que são realizados para que seja depois proporcionada, uma transmissão televisiva que realmente agarre o espetador ao ecrã. É essencial referir que a equipa por trás de qualquer programa televisivo têm o mesmo valor que aqueles que apresentam a informação e dão a cara.

Divulgação: Paramount Pictures Portugal e NOS Audiovisuais

O Atentado de 5 de Setembro é um thriller subtil cheio de tensão que mostra com inteligência, uma tragédia real que marcou os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. A história em si desenvolve muito bem esta situação dramática que foi envolvida em inúmeros erros, tanto da polícia alemã, como da equipa do ABC Sports que acabaram por serem cruciais para o que vinha de seguida. E que levaram a consequências devastadoras e ao próprio desfecho dos 11 atletas e treinadores sequestrados.

Não é de certeza fácil retratar este atentado, pois implica uma investigação mais profunda perante este evento. Porém, foi tudo executado com eficiência, cuidado e com uma boa qualidade, tendo sempre atenção aos detalhes que vão sendo representados da década de 70.

Este não costuma ser o meu género de filmes, mas conseguiu surpreender-me pela positiva por todo o trabalho técnico envolvido e por estar a contar uma história verídica relacionada com um acontecimento que infelizmente, envolveu um massacre e teve um final trágico.




terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Filme "Bridget Jones - Louca Por Ele" - é uma excelente forma de terminar esta jornada inesquecível

 

Preparados para o grande regresso da incomparável e legendária Bridget Jones?

A Universal Pictures apresenta Bridget Jones – Louca Por Ele (Bridget Jones: Mad About the Boy, como título original) que é realizado por Michael Morris e cujo argumento é de Helen Fielding, tendo sido baseado no seu romance que se tornou num fenómeno literário. Tudo começou com o Diário de Bridget Jones que foi um best-seller mundial e mais tarde, transformou-se num filme de grande sucesso.

O elenco é constituído por Renée Zellweger, Chiwetel Ejiofor, Leo Woodall e Hugh Grant.

Renée Zellweger regressa a este papel que estabeleceu uma heroína de comédia romântica para sempre. Esta é uma mulher cuja abordagem inimitável à vida e ao amor redefiniu todo um género cinematográfico. Quem não se lembra das suas aventuras românticas e da sua capacidade para triunfar apesar das adversidades?

Tudo isso levou-a a casar finalmente com o advogado Mark Darcy e a tornar-se mãe do seu filho. Por isso, a felicidade de Bridget chegou!

Divulgação: Universal Pictures Portugal e Cinemundo

Neste último capítulo apresentado, Bridget está novamente solteira, pois ficou viúva há quatro anos, quando Mark (Colin Firth) foi morto numa missão humanitária no Sudão. Agora é mãe solteira de Billy, de 9 anos, e Mabel, de 4, e está presa num estado de limbo emocional, criando os filhos com a ajuda dos seus amigos leais e até do seu antigo amante, Daniel Cleaver (Hugh Grant).

Pressionada pela sua “família urbana” – Shazzer, Jude e Tom, pela colega de trabalho Miranda, pela mãe e pela ginecologista Dra. Rawlings (Emma Thompson) – a forjar um novo caminho para a vida e para o amor, Bridget volta ao trabalho e até experimenta as aplicações de encontros, onde é rapidamente perseguida por um jovem sonhador e entusiasta (Leo Woodall).

Agora a fazer malabarismos entre o trabalho, a casa e o romance, Bridget enfrenta o julgamento das mães perfeitas da escola, preocupa-se com Billy, que luta contra a ausência do pai, e envolve-se numa série de interações embaraçosas com o professor de ciências do seu filho, que é racional e não tem culpa (Chiwetel Ejiofor).

Inicialmente, tudo estava a correr lindamente para Bridget que tinha criado uma família com o Mark. Porém, o inesperado acontece e ela torna-se numa viúva, passando a dedicar-se totalmente aos filhos. Será que ela consegue sobreviver quando as memórias são tudo aquilo que lhe resta de Mark?

Divulgação: Universal Pictures Portugal e Cinemundo

Os anos passaram e apesar de ainda estar a lidar com o luto pela perda de Mark e com a pressão das pessoas ao seu redor, Bridget arrisca e dá uma nova oportunidade ao amor, enquanto decide voltar ao trabalho. Já imaginaram como seria a Bridget numa aplicação de namoros, como o Tinder? Sim, aqui vamos ter uma pequena noção da sua experiência por lá e muito mais…

Com Bridget Jones – Louca Por Ele, nós vamos embarcar numa aventura completamente alucinante e hilariante repleta de magia e envolvida numa autêntica montanha-russa de emoções. Bridget está de volta para uma nova década cheia de momentos de pura alegria que nos vai encaminhar para uma nostalgia imediata e tirar de certeza as enormes saudades que tínhamos desta mulher tão peculiar e divertida.

Divulgação: Universal Pictures Portugal e Cinemundo

Por uns instantes, chega a ser estranho estarmos a assistir a novas personagens a tentarem conquistar o coração de Bridget. Isso até faz com que tenhamos mais saudades do charmoso Mark Darcy e teria sido uma mais-valia, se tivessem surgido mais cenas de flashbacks da vida familiar deles. Mesmo assim, deu para rever o insubstituível e carismático Daniel Cleaver que continua bastante engraçado e a dinâmica dele com a Bridget foi tão boa e bonita de se ver de novo. Mais cenas com ele, teria sido ainda mais divertido.  

A história em si é fluída, tocante e cativante, sendo que continua a possuir os elementos fundamentais que desde o início nos fez apaixonar por esta personagem. A banda sonora foi muito bem escolhida e encaixada perfeitamente nesta comédia romântica.

Além disso, a empatia por Bridget mantém-se, pois, a pessoa consegue identificar-se não só com a personalidade dela, mas também com tudo aquilo que vai acontecendo com ela. Renée Zellweger continua fantástica a desempenhar esta mulher desajeitada que continua a conquistar gerações. Por mais anos que possam vir a passar, os filmes de Bridget Jones continuarão a deixar a sua marca especial no universo cinematográfico.

Divulgação: Universal Pictures Portugal e Cinemundo

Bridget Jones – Louca Por Ele foi uma excelente forma de terminar este capítulo e uma homenagem merecida a esta jornada inesquecível. É praticamente garantido que ao longo da história se pode ficar com uma lágrima no canto do olho, sendo que deu para se perceber desde o início, o carinho e o amor que foi colocado neste projeto. Mas, uma coisa é certa! As aventuras de Bridget Jones e companhia irão para sempre fazer parte da vida dos admiradores desta saga tão mágica e única!

Por fim, há que referir as mensagens pertinentes e caricatas que foram sendo transmitidas nos seus diferentes filmes e onde nos fizeram refletir imediatamente e de um modo mais profundo. E mais tarde, acabando por se transformarem em lições valiosas para a nossa evolução enquanto seres humanos. Uma frase que se destaca neste último filme é sem dúvida, “Bridget Jones, está na hora de viveres”! E isso pode ser muito bem considerado como um ótimo conselho para todos nós e assim, aproveitarmos a vida da melhor maneira.

Por isso, não percam duas horas de um romance maravilhoso combinado com drama e comédia, onde não vai faltar paixão, maluqueiras, gargalhadas, reviravoltas, diversão, piadas introduzidas no tempo certo e muito amor! Há recordações que nunca nos abandonam e Bridget Jones é uma delas que ficará com certeza no nosso coração!


domingo, 9 de fevereiro de 2025

Filme "Sing Sing" - o impacto que um programa de reabilitação pelas artes pode ter em prisioneiros

Sing Sing é um filme premiado de Greg Kweda, tendo sido inspirado no programa de Reabilitação Através das Artes, implementado na Prisão de Sing Sing (Nova Iorque). Além das nomeações aos Óscares (Melhor Ator, Melhor Argumento Adaptado e Melhor Canção Original), esta obra cinematográfica recebeu nomeações aos BAFTA, aos Critics Choice Awards, aos Film Independent Spirit Awards e aos Satellite Awards, tendo já vencido 3 Gotham Awards e 1 Satellite Award, entre outros.

Já a nível de protagonistas, temos Colman Domingo e Paul Raci, sendo que também encontramos um elenco maioritariamente constituído por ex-presidiários participantes do programa (RTA), entre os quais Clarence Maclin (mais conhecido por Divine Eye). Clarence foi condenado por roubo e desde a sua libertação tem trabalhado como conselheiro de jovens, especialista em artes criativas.

Tudo se desenrola na Prisão de Sing Sing e conta-nos uma história emocionante de redenção e esperança sobre um grupo de prisioneiros em diferentes fases no processo judicial. Além disso, revela a complexidade das emoções humanas, num contexto de privação de liberdade.

Divulgação: NOS Audiovisuais

Divine G (Colman Domingo), preso em Sing Sing por um crime que não cometeu, encontra um propósito ao atual num grupo de teatro ao lado de outros homens encarcerados, incluindo o desconfiado recém-chegado (Clarence Maclin), nesta comovente história verdadeira de resistência, de humanidade e do poder transformador da arte, com um elenco que inclui um conjunto inesquecível de atores ex-presidiários.

Este recuso condenado injustamente acaba por encontrar na expressão e na arte, uma ferramenta de transformação pessoal e comunitária. Juntamente com outros homens encarcerados, Divine G forma um grupo teatral que desafia os limites impostos pelo sistema prisional, iluminando histórias de vida que são raramente exploradas no cinema.

Esta é uma das interpretações mais poderosas de Colman Domingo que lhe valeu uma nomeação, como Melhor Ator aos Óscares, ao Globo de Ouro (Melhor Ator – Drama), aos BAFTA e aos SAG Awards, entre outros. Neste papel, ele faz de John Divine G Whitfield, um recluso real que participou neste programa. A performance em si foi magnética e brilhou em cada uma das cenas que foi surgindo. E também fomos acompanhando diversos traços da personalidade deste homem, onde um programa específico foi vital na sua evolução enquanto ser humano.

Divulgação: NOS Audiovisuais

Sing Sing é uma obra intrigante e repleta de resiliência que tem a capacidade única de apresentar um tema que é muito raro que seja retratado e onde a experiência real destes homens acrescenta muito ao próprio filme. Aqui temos uma nova forma de olhar para os reclusos, de olhar para eles como indivíduos com a sua história e percurso. E ainda, transmite uma mensagem importante e pertinente, levando a uma reflexão mais profunda em relação à empatia e à forma como tratamos os seres humanos.  

Esta é uma história poderosa que de um modo autêntico mostra a aptidão do espírito humano e como a arte pode ser um meio para a pessoa se libertar, regenerar e onde possa sentir-se mais vulnerável. Foi muito inteligente e interessante o facto de ter sido baseado num programa de reabilitação de prisioneiros nos Estados Unidos, onde no elenco continha pessoas que realmente fizeram parte do programa. E tudo isto desenrolar-se num dos estabelecimentos mais conhecidos e temidos dos Estados Unidos, também acrescentou muito mais valor.

Divulgação: NOS Audiovisuais

É impressionante o impacto que um programa de reabilitação pelas artes tem não só nas prisões norte-americanas, como nos reclusos. Como lhes pode proporcionar novas formas de viver e de estar no mundo, sendo que é criado para ajudar as pessoas a lidarem melhor com as suas emoções e a conseguirem uma verdadeira reabilitação, enquanto existe uma luta constante pelo preconceito, os valores morais e qualquer outro tipo de tabus. Ainda, como um simples programa de teatro se pode tornar em algo maravilhoso e situado num lugar onde se pode estar presente sem filtros. E onde estes homens encarcerados podem encontrar esperança e redenção.

Sing Sing é inovador e tem os seus momentos mais tocantes, onde expõe uma sensibilidade mais humana ao abordar as histórias de homens encarcerados. Estamos a falar da realidade dura e crua de quem está preso e as respetivas lutas que têm de enfrentar para sobreviver, principalmente em termos de saúde mental. E como a força que um escape à realidade dura de cada um, pode realmente fazer toda a diferença na reabilitação de alguém.

Este é um filme com uma complexidade própria que vale muito a pena assistir e que consegue ser um tipo de fonte de inspiração e uma luz de esperança, em relação a este tema! 


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Filme "Love Hurts" proporciona momentos de boa disposição que irá entreter o público

 

A Universal Pictures apresenta Love Hurts (O Amor Dói, como título original), que tem a realização de Jonathan Eusebio.

O elenco é constituído por Ke Huy Quan, Ariana DeBose, Daniel Wu, Sean Astin, Mustafa Shakir, Lio Tipton, Rhys Darby, Marshawn Lynch, André Eriksen, Cam Gigandet, Steven Seagal, Ian Bliss e Jessica Henwick.

Nesta narrativa, um agente imobiliário é puxado de volta para a vida que deixou para trás depois do seu antigo parceiro de crime reaparecer com uma mensagem sinistra. Com o seu irmão, que é um senhor do crime, também no seu encalço, ele tem de confrontar o seu passado e a história que nunca enterrou totalmente.

Para o protagonista Marvin (Ke Huy Quan), existe sempre uma oportunidade para se mudar de vida, no qual, ele fala por experiência própria. Porém, também refere que não se pode esconder quem a pessoa realmente é e também, nunca se deve fugir do passado. Será que foi isso que aconteceu no caso de Marvin? Estaria ele preparado para enfrentar as consequências das suas escolhas?

Marvin pensou que tinha deixado a vida de assassino para trás, pois ele tinha a intenção de que nunca mais queria magoar um ser humano. Finalmente, ele tinha encontrado algo que realmente gostava de fazer num lar onde era feliz e reconhecido pela comunidade. No entanto, a vida pregou-lhe uma partida para que ele fosse enfrentar o seu passado, fosse qual fosse o custo que tivesse de vir a pagar. Será que Marvin pode fugir? Uma coisa é garantida! Tanto o seu irmão, líder de um grupo criminoso, como a sua ex-parceira no crime tinham outros planos!

Já imaginaram um agente imobiliário bem-sucedido de dia que só queria vender casas de sonho. E de seguida, também é assassino à noite? Algo que podia ser impensável de se considerar, mas que até teve a sua piada em se assistir.

Divulgação: Universal Pictures Portugal e Cinemundo

Love Hurts é uma comédia bastante engraçada que é repleta de ação e de momentos de boa disposição, sendo uma aposta perfeita para entreter o público, principalmente na época de São Valentim. Um dos maiores destaques vai para as cenas de luta que estão excecionalmente muito bem coreografadas e também são criativas e empolgantes. E isso faz com que cative imediatamente quem está a ver, maioritariamente quem vibra com artes marciais. Considero que foi um trabalho excelente a nível de qualidade e de execução.

A história em si é leve e fluída, tendo sido desenvolvida a um ritmo certo e onde não vão faltar reviravoltas, perseguições, tiros, pontapés, sarilhos e uma camada de amor envolvida. Mas, não nos vamos esquecer da escolha bem acertada na banda sonora que trouxe uma boa combinação para o que estava a ser contado. Já os ângulos de filmagem escolhidos foram pertinentes, impactantes e inteligentes, sobretudo nas cenas de ação que englobam as de luta.

Relativamente ao desempenho de Ke Huy Quan, ele está de parabéns, pois deu vida a uma personagem carismática e bem-disposta com quem nos identificamos e criamos uma empatia imediata. E já não era sem tempo ter aqui mais um lutador cheio de habilidades, com garra e que fosse naturalmente divertido.

Além disso, podia ter havido mais tempo de ecrã para o irmão do protagonista que foi interpretado pelo Daniel Wu. Como admiradora do seu trabalho, onde se destacou de um modo incrível como protagonista na série, Into the Badlands (2015-2019) e brilhou nas suas inúmeras cenas de luta. Na minha opinião, teria sido muito interessante acompanhar mais este novo registo dele como antagonista que é diferente e não aquele que estava mais habituada a ver. Assim, podíamos ter visto mais deste amor de irmãos que por vezes, dói como tudo e sem dúvida, que ele poderia ter trazido ainda mais entusiasmo à própria trama.

Este é daqueles filmes com a sua realidade que eu acredito que irá ser revisto muitas vezes, porque proporciona uma experiência descontraída e com um humor no ponto certo. E ainda, transmite mensagens simples e úteis, e também apresenta vários momentos de ação que encaixam muito bem no tipo de conteúdo que querem mostrar. Por isso, venham de mente aberta e aproveitem a magia que tanto o amor, como uma boa piada ou até um valente pontapé podem trazer para vocês!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Filme "A Presença" arrisca nos seus ângulos de filmagem, mas será que conseguiu inovar de alguma forma?

A Presença (Presence, como título original) é o próximo projeto realizado por Steven Soferbergh, cuja escrita fica à responsabilidade de David Koepp.

No elenco, estão presentes Lucy Liu, Chris Sullivan, Callina Liang, Eddy Maday e Julia Fox.

Neste caso, uma família apercebe-se de que não está sozinha depois de se mudar para a sua nova casa nos subúrbios.

Falamos de uma família disfuncional, a Payne composta por mãe, pai e dois filhos, onde cada um está a lidar com os seus próprios problemas. Porém, quando se mudam para uma nova habitação, apercebem-se que este lugar tem muito mais do que aquilo que aparenta.

Já imaginaram como se sentiriam se soubessem que estão a ser constantemente observados por uma entidade invisível? Ou se simplesmente estivessem a sentir a presença de algo desconhecido?

Primeiramente, uma das coisas que me interessou bastante foi o facto desta história com o seu lado sobrenatural ter sido filmada inteiramente pela perspetiva de um espírito. O que não faltam são obras relacionadas com fantasmas, assombrações e outros temas do paranormal, chegando a um ponto que é difícil proporcionarem algo de novo para o espetador. Por isso, quando começamos a ter a noção que desta vez, vamos ter a chance de acompanhar tudo pela visão de um espírito que está a assombrar um determinado lar, então a curiosidade suscita imediatamente.

A Presença é mais definido por ser um drama psicológico envolvido num mistério que possui elementos do sobrenatural, mas poucos a nível de terror. Esperava-se uma história muito mais desenvolvida e cativante, porque acredito que tinha potencial para tal. Ainda assim, pelo trailer prometeu muito, mas num geral entregou um conteúdo com alguma perda de equilíbrio e de sentido. E no final, a interpretação e a explicação da narrativa fica na ótica do público. Assim, cada um fica com a sua teoria em relação ao desenrolar deste thriller, tenha ou não lógica.

No entanto, um dos principais destaques vai sem dúvida, para o trabalho executado pela câmara que proporciona uma experiência impactante para quem está a ver, fazendo com que a pessoa se sinta a fazer parte do próprio filme. Através dos ângulos de filmagem foi visualmente arriscado, sendo que teve um resultado eficiente e perspicaz para o espetador. E foi pertinente e original, o modo como foram apresentados cada um dos detalhes presentes em cada uma das divisões da casa. Além disso, houve alturas em que devido à velocidade das cenas apresentadas, parecia que estávamos a ficar com a cabeça à roda e isso foi totalmente inesperado. E tudo graças ao trabalho técnico com um estilo próprio que teve um bom desempenho.  

Ao longo de 85 minutos, A Presença também apresenta um rumo ligeiramente sombrio, perturbador e cheio de suspense e alguma tensão, enquanto vai testando o psicológico das personagens. Contudo, o que realmente criou um maior impacto foi a intensidade pelo qual acompanhámos inteiramente a visão específica de um espírito, onde podíamos observar as suas reações e atitudes invisíveis, dependendo das situações que iam ocorrendo.

Por isso, à sua maneira conseguiu inovar um pouco um assunto que já foi muito retratado, em que até trouxe algo diferente daquilo que já conhecíamos e acrescentou um toque mais emocional. Mesmo assim, este filme acabou por não corresponder às expetativas iniciais, nomeadamente quando se aborda a nível do argumento.