Depois
da sua estreia mundial na edição de 2025 do Festival de Cinema de Sundance, Together
realizado por Michael Shanks chega a Portugal.
Este
filme independente é protagonizado por Dave Franco e Alison Brie e promete
impressionar no género de filmes de terror, através de uma ousada e visceral
incursão no universo do body horror.
Nesta
narrativa, Tim e Millie (Dave Franco e Alison Brie) encontram-se
numa encruzilhada na sua relação quando se mudam para o campo, abandonando tudo
o que lhes é familiar, exceto um ao outro. Com as tensões já exacerbadas, um
encontro com uma força misteriosa e sobrenatural ameaça corromper as suas
vidas, o seu amor e os seus corpos.
Temos
aqui um casal que já está junto desde 2017 e que estão à procura de um
recomeço. Isolados no campo, longe de tudo o que conhecem, as personagens
enfrentam tensões crescentes e as fundações da sua relação começam a abalar,
devido a uma presença inexplicável. Assim, nesta perturbadora narrativa, a
química entre os protagonistas é levada ao limite, numa história onde o amor, o
isolamento e o horror se fundem de forma inquietante.
Automaticamente,
quando começamos a assistir à mudança de um casal para um local totalmente
remoto, significa que muito provavelmente, algo irá correr mal. De um certo
modo, acaba por tornar-se previsível, pois o que não falta são filmes a
iniciarem com esse tipo de premissa. Mas, no entanto, o desenvolvimento em si
já não é tão semelhante.
Cada
vez se torna mais difícil de criar filmes de terror que possam trazer algo de
novo, enquanto os fãs acabam por ser mais exigentes naquilo que têm interesse
em receber. Contudo, nesta produção independente não convencional deu para
entender desde o início que quiseram arriscar naquilo que queriam entregar.
Divulgação: NOS Audiovisuais
Together é uma aposta acertada no universo do
body horror que tem a capacidade de surpreender nas cenas que vão sendo
apresentadas, principalmente a nível de efeitos visuais. O desenvolvimento da
história prende a atenção de quem está a ver, pois a pessoa fica curiosa em
como será o desenrolar de cada uma das cenas, principalmente em relação à
criatividade que podem apresentar em termos de fusão do corpo humano.
Para
além disso, gostaria de ter visto mais destaque ao lado mais sobrenatural do
enredo, que pareceu-me ser uma lenda que ainda não tinha sido muito abordada em
produções do género. Em vez disso, o foco foi mais dedicado à tensão
constrangedora, toxicidade e dinâmica que faziam parte do relacionamento deste
casal e à dependência que ambos sentiam entre si. E a história em si também poderia
ter sido mais assustadora, não deixa de ter os seus erros e alguns dos seus diálogos
poderiam ter sido mais naturais.
Este
filme não é para todos, pois existem cenas mais intensas que podem fazer impressão
a alguns e até serem perturbadoras. Mas, mesmo assim, é entregue um conteúdo diferente
e mais inovador para este género que é acompanhado por uma boa escolha na banda
sonora, no qual torna-se interessante e por vezes, estimulante para o espetador
assistir.
Se estiverem à procura de um filme de body horror fora do comum, então Together poderá ser uma boa opção para ter uma experiência mais bizarra e emocional, mas que no final acaba por ser particularmente original e estranho no bom sentido.
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