Finalmente chegou a altura pela
qual temos esperado muito tempo, ou seja, o filme a solo de uma das heroínas
mais populares do universo da Marvel. Black Widow (A Viúva Negra,
em português) é o primeiro filme da Fase 4 do Universo Cinematográfico da
Marvel que é baseado na personagem da Marvel Comics que pode ser visto nos
cinemas portugueses e sexta-feira no Disney+ com acesso premium a um custo
adicional.
Este filme de espionagem com
thriller e ação é produzido por Kevin Feige através da Marvel Studios com
argumento de Eric Pearson, a partir da história de Jac Shaeffer e Ned Benson e tem
a realização de Cate Shortland. O elenco é constituído por Scarlett Johansson
(Natasha Romanoff/Viúva Negra), Florence Pugh (Yelena Belova), David Harbour
(Alexei Shostakov/Guardião Vermelho), O-T Fagbenle (Rick Mason) e Rachel Weisz
(Melina Vostokoff).
Os acontecimentos desta história
desenrolam-se entre o filme do Capitão América: Guerra Civil e o do Vingadores:
Guerra Infinita. Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), também
conhecida como a Viúva Negra, terá de confrontar as partes mais sombrias
da sua história, principalmente quando surge uma conspiração perigosa que está
ligada ao seu passado. Natasha vai sendo perseguida constantemente por
uma força que não vai parar enquanto não a destruir e assim, ela vai ter de
lidar com o seu passado como espiã e com as relações que deixou para trás muito
antes de fazer parte da equipa dos Vingadores. Será que ela vai conseguir
lidar com os seus traumas e impedir que o seu inimigo concretize os seus planos?
Divulgação: Marvel Studios
Ao longo das participações da Viúva
Negra no universo da Marvel, nós fomos aprendendo mais sobre esta
personagem e com algumas revelações pelo meio, mas com este filme mais recente,
finalmente vamos saber exatamente as respostas às nossas perguntas sobre a
origem desta mulher enigmática e os motivos para ela se ter tornado na pessoa
que conhecemos atualmente. Mas ao mesmo tempo, vão ser apresentadas novas
personagens que vão ser relevantes para o futuro da MCU e que irão criar uma
ligação não só com as próximas produções desta saga, mas também com anteriores
filmes da Marvel Studios que foi tão bom de recordar já que a história está
repleta de easter-eggs e referências tão únicas que às vezes cria uma
mistura de emoções para quem está a ver o filme.
A Viúva Negra dá a
oportunidade de conhecer melhor as raízes desta personagem, explorando a
história de vida, as aventuras e a jornada que esta espiã teve de percorrer que
deu para perceber que não foi um caminho nada fácil. Ela pode não ter
super-poderes, mas tem habilidades de luta extraordinárias que não é para qualquer
um e também não desiste, mesmo que tenha de enfrentar o pior dos seus pesadelos.
Assim, ao longo deste filme, vamos desvendar mistérios sobre a sua identidade e
uma conspiração que está relacionada com o passado de Natasha Romanoff
que ela terá de enfrentar depois de ter passado muito tempo a evitá-lo.
Pode conter Spoilers!
Divulgação: Marvel Studios
Natasha Romanoff é uma agente e assassina profissional cheia de capacidades específicas e eficaz a cumprir as
suas missões, ou seja, é um tipo de máquina mortal criada pela espionagem russa
em que ela seguia ordens sem questionar. Ela teve um treino bem intensivo
através de um projeto secreto, sendo que foi programada para ser implacável,
letal e não ter misericórdia dos seus alvos. Atualmente, ela faz parte da
equipa original dos Vingadores depois de se ter livrado da influência
dos russos e existe na MCU, desde o filme do Homem de Ferro 2 (2010) e já
apareceu em diferentes filmes deste mundo, fazendo com que seja das personagens
mais famosas e acarinhadas do mesmo.
Já considerada como uma Vingadora,
em 2016, Natasha é uma fugitiva, pois ela violou os Acordos de
Sokovia e tenta esconder-se do General Thaddeus Ross (William Hurt).
Para que não seja detetada, ela conta com a ajuda do amigo Mason que lhe
fornece tudo o que ela precisa que pode incluir identidades falsas, equipamentos,
um local remoto na Noruega e muito mais.
Divulgação: Marvel Studios
Afinal como e porque é que a Natasha
Romanoff se tornou no que é hoje? Porque é conhecida como a Viúva Negra?
O que move esta personagem a sacrificar-se pelos outros? Qual é a origem da sua
essência? Estas são algumas das perguntas que vão sendo esclarecidos ao mesmo
tempo em que são apresentados as vulnerabilidades de Natasha e o modo
como ela enfrenta os seus medos e dores e lida com conflitos e dilemas. Natasha
passou por diversos traumas desde a sua infância, mas ela sofre
maioritariamente de culpa, arrependendo-se de alguns dos seus atos e por vezes
até acredita que está melhor sozinha, sendo que acabamos por conhecer um lado
mais humano desta mulher que mesmo que possa estar à procura de vingança,
também quer viver em paz e defendendo o que ela acredita que seja correto.
Este é um filme que dá a conhecer
melhor a identidade de Natasha e explora o lado mais emocional dela,
sendo que tudo é retratado de um modo mais profundo, sem deixar de abordar
temas como a família, o abuso e o sequestro de mulheres a nível internacional,
a lavagem cerebral, a manipulação e tortura psicológica, a falta de liberdade de
escolhas, a influência que o programa
secreto da Red Room (Sala Vermelha, em português) tem na formação
de Viúvas Negras que são treinadas para se tornarem assassinas e todo o
conteúdo que esteja relacionado com o mesmo, sendo que explicações irão ser
dadas.
Divulgação: Marvel Studios
Através de um flashback, a
história em si inicia-se em 1995 e numa casa em Ohio, nos EUA, onde uma jovem Natasha
e a sua irmã mais nova, Yelena Belova vivem juntamente com os seus pais,
Alexei e Melina que na realidade eram espiões russos que estavam infiltrados
com uma missão específica que tinham de fazer para a União Soviética. Será que os
momentos passados por esta família disfarçada como americana foram reais para
cada um dos seus membros? Uma coisa é certa, esta família é uma das
responsáveis pela pessoa que Natasha é hoje!
Infelizmente chegou a atura em
que esta dupla de irmãs fosse separada dos pais e vão para a Sala Vermelha,
onde o General Dreykov (Ray Winstone) tinha os seus próprios planos a
concretizar e criava as Viúvas Negras. Será que Natasha e Yelena
vão alguma vez escapar deste antagonista? Ficamos a saber que Natasha
acabou mais tarde com as operações da Sala Vermelha e separou-se da sua
irmã, mas será que foi mesmo isso que aconteceu?
No presente, Natasha
pensava que estava completamente isolada do mundo. No entanto, ela é atacada de
surpresa por um mercenário misterioso, mas tudo isto ocorre por um motivo bem
maior do que ela pensava que implica uma conspiração que envolve o seu passado
e o da sua família que já não via há muitos anos, fazendo com que ela
reencontre a sua irmã Yelena que lhe pede ajuda numa missão extremamente
perigosa. Será que estas irmãs vão voltar a estar reunidas com Melina e Alexei,
o desajeitado, atrapalhado, mas tão divertido ex-super-soldado russo Red
Guardian (Guardião Vermelho, em português) que é um tipo de Capitão
América, porém tem um humor próprio com um sotaque característico que é
hilariante?
Divulgação: Marvel Studios
Um dos principais focos do filme
é na relação entre Natasha e Yelena Belova, em que esta última
vai seguir com o legado da Viúva Negra no MCU. No tempo atual já vemos
uma Yelena Belova lutadora, motivada, competente, divertida, sarcástica
e um pouco arrogante que está cheia de ressentimentos pelo abandono que sofreu da
sua irmã. É com a sua irmã que Natasha mostra realmente quem é e revela
mistérios bem curiosos para o púbico, como o que aconteceu em Budapeste. Tanto Natasha
como Yelena têm uma boa dinâmica e química entre si, fazendo assim, uma
boa dupla e muito é devido à performance brilhante de Scarlett Johansson e Florence
Pugh (uma boa surpresa), principalmente nas cenas que são partilhadas entre
estas duas atrizes.
O filme tem uma história sólida
que encaixou muito bem num filme a solo e tem referências bem claras ao mundo
dos espiões, como por exemplo, James Bond ou Missão Impossível. Tudo é contado de um modo interessante, cuidado,
delicado e com alguma sensibilidade, mas infelizmente alguns detalhes da vida
de Natasha como espiã não são devidamente mostrados e houve partes que
continuaram a ser um mistério, sendo que a pessoa acaba por imaginar como teria
sido essa fase da sua vida. Para além disso, não foi desenvolvido como deve ser
o seu treinamento para se tornar na Viúva Negra que já tínhamos visto em
flashbacks mais curtos e rápidos de um outro filme da MCU e na minha
opinião, essa etapa da vida de Natasha seria muito cativante de se acompanhar.
Assim, existem partes que poderiam ter sido aproveitadas e exploradas de outra
forma.
Divulgação: Marvel Studios
A produção é bem construída e
organizada e feita com uma intensidade e qualidade suficiente para criar um bom
resultado final sobre um passado de uma personagem que ainda não tinha sido
explorado como deve ser, sendo constituída por sequências de luta bem
coreografadas, feitas a diferentes níveis e que prendem a atenção, filmagens em
ângulos pertinentes e pouco usuais que mostram vistas lindíssimas de Cuba, Marrocos
e Budapeste e com imagens panorâmicas a complementar e uma banda sonora que foi
fazendo uma boa combinação ao longo do filme. Não vão faltar cenas de ação
cheias de destruição, adrenalina, perseguições, tiroteios, explosões, lutas em
queda livre e muito mais.
A Viúva Negra é um autêntico
e espetacular filme de espionagem internacional com uma conspiração à mistura,
mas com a identidade da MCU que tem ação, aventura, ficção científica e também alguma
carga emocional e dramática e dá informações valiosas sobre uma parte da vida
de Natasha que ainda não tínhamos conhecimento. Não vão faltar a abordagem de
temas mais pesados, a apresentação de cenas tensas e momentos mais leves e
descontraídos, protagonizados maioritariamente por David Harbour e Florence
Pugh.
Divulgação: Marvel Studios
Finalmente chegou a altura certa
para se contar a história da Viúva Negra que é um dos filmes mais
aguardados deste ano que surpreende pela positiva e honra o legado que Natasha
Romanoff deixou após sacrificar a sua vida para salvar o mundo e finalmente
percebemos os seus comportamentos e decisões. Esta é uma personagem incrível
que teve um destaque merecido, brilhando à sua maneira e com a sensação de
missão cumprida que mostra a verdadeira força e resiliência da Viúva Negra.
Foi tão bom vê-la em ação, sendo que foi uma boa despedida desta espiã
carismática e o desempenho fantástico de Scarlett Johansson não desiludiu e foi
mesmo de acordo com as expetativas, sendo que valeu a pena o longo tempo de
espera para a sua produção e sem dúvida que compensou, porém eu sinto que
faltou algo para que criasse ainda mais impacto.
Esta é sem dúvida, uma história equilibrada, misteriosa e emocionante com reviravoltas e repleta de referências ao universo da MCU com pistas do que podemos esperar nos próximos filmes da Marvel que se desenrola num ambiente mais sombrio que introduz novas personagens a este mundo que são boas adições, tendo também uma cena pós-créditos. Para além disso, esta entrega a mensagem que era precisa para que fosse feita uma homenagem e despedida digna e adequada desta personagem complexa e determinada em condições e nos seus próprios termos, criando assim no público, ainda mais empatia e uma ligação mais profunda pela personalidade de Natasha Romanoff que nunca irá ser esquecida e que vai deixar saudades.
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