domingo, 22 de agosto de 2021

Crítica ao filme "Free Guy", protagonizado por Ryan Reynolds - um dos filmes mais divertidos e hilariantes do ano que estávamos todos a precisar de ver

 

Free Guy (Free Guy: Herói Improvável, como título em português) é o novo filme de comédia com uma mistura de aventura, ação e ficção científica da 20th Century Studios que estreou esta semana nos cinemas portugueses. É realizado por Shawn Levy, a partir de uma história de Matt Lieberman e argumento de Lieberman e Zak Penn, tendo sido produzido por Ryan Reynolds p.g.a., Shawn Levy, p.g.a., Sarah Schechter, Greg Berlanti e Adam Kolbrenner que inclui Mary McLaglen, Josh McLaglen, George Dewey, Dan Levine e Michael Riley McGrath como produtores executivos e Christophe Beck como o responsável da banda sonora.

Atualmente, o filme pode ser visto na plataforma da Disney+.

O protagonista da história é Guy (Ryan Reynolds), um caixa de um banco que descobre que na realidade é um mero figurante num videojogo, e decide assim, tornar-se no herói da sua própria narrativa. Agora que está a viver num mundo onde não há limites, ele está determinado a ser o gajo que salva o seu mundo à sua maneira, antes que seja tarde demais.

Esta é uma produção protagonizada por Ryan Reynolds (Guy), cujo elenco também é constituído por Jodie Comer (Millie/MolotovGirl), Joe Keery (Keys), Lil Rel Howery (Buddy), Utkarsh Ambudkar (Mouser) e Taika Waititi (Antwan). Algumas das figuras mais influentes do mundo na área dos videojogos têm participações bem especiais neste filme, tais como, “Pokimane” Anys, Lannan “LazarBeam” Eacott, Seán William “Jacksepticeye” McLoughlin, Tyler “Ninja” Blevins e Daniel “DanTDM” Middleton.

Já viram o que seria ter exatamente a mesma rotina todos os dias e sem ter qualquer tipo de controlo da sua própria vida? É isso que acontece com Guy!

Guy até é uma criatura de hábitos, sendo que acorda, cumprimenta o seu peixe de estimação, escolhe a mesma peça de vestuário que é uma camisa azul, toma o pequeno-almoço e no caminho para o trabalho passa para ir buscar o seu café e faz o seu horário como caixa de um banco que tem constantemente um assalto a ocorrer. Porém, ele diz sempre a mesma coisa, principalmente a sua frase mais emblemática que fica na memória de qualquer um que é: Não tenha um bom dia! Tenha um ótimo dia!

Pode conter spoilers!

Divulgação: 20th Century Studios

Ele é uma pessoa carismática, ingénua, genuína, humilde, alegre, divertida, extrovertida e bem-disposta que nunca fez nada que tivesse impacto até que um dia tudo muda quando ele descobre que é um figurante num videojogo designado por Free City e só existe neste jogo. Por isso, ele vai ter de lidar e de aceitar a sua realidade para que assim, comece a se tornar independente, fazendo as suas próprias escolhas e tomando a decisão de se tornar no herói da sua própria história que ele mesmo reescreve, cativando todos aqueles ao seu redor e sem ter medo de arriscar.  

Guy é um NPC (Non-Player Character, em inglês) que é uma personagem nos jogos que funciona como um figurante que segue um guião específico e está programado para fazer e dizer constantemente as mesmas coisas, sendo que interage sempre com as mesmas pessoas e tem uma vida que passa despercebida.

Inicialmente, ele está satisfeito com a sua vida bem repetitiva e monótona em que nada de novo acontece. Mas um dia, ele começa a criar consciência e vai-se desviando da sua programação habitual, de tal forma que vai criando mudanças tanto no mundo de Free City como nos seus moradores, influenciando o jogo em si e respetivos jogadores e onde um novo herói começa a surgir. Depois de descobrir a verdade, Guy mostra quem ele realmente é, criando assim, o seu caminho e uma empatia imediata com o público, chegando a um ponto que todos estamos literalmente a torcer por ele.  

Ele é sem dúvida, o coração e alma do filme com um sorriso contagiante que tem as suas aspirações e desejos que quer concretizar como encontrar o amor e é engraçado ver como Guy reage quando coloca os óculos escuros pela primeira vez e começa a conhecer este mundo pelos seus olhos e o quanto é curioso com tudo o que esteja relacionado com o sítio onde vive. Dá para perceber o quanto Ryan Reynolds se divertiu a desempenhar Guy, utilizando a sua versatilidade e com um humor bem natural e próprio na sua construção e desenvolvimento que foi muito bem trabalhado.

Divulgação: 20th Century Studios

Dia após dia, nada de novo acontece e é sempre tudo igual até que a vida de Guy está prestes a mudar e segue outro rumo, devido a cruzar-se com Millie Rusk que vai ajudá-lo mais tarde a salvar este mundo virtual. Millie é uma designer e uma programadora de videojogos bem reservada e sensível, mas brilhante e cujo avatar no videojogo Free City é uma motociclista britânica misteriosa e corajosa que tem botas de couro até aos joelhos que se chama Molotov Girl. Mesmo sendo uma das jogadoras de Free City, ela não suporta a Soonami Studios, a empresa que é responsável pelo jogo, sendo que ela acredita que lhe roubaram o seu trabalho e resolveu colocar um processo contra Antwan, o CEO da Soonami Studios, acusando que ele utilizou o código dela e de Keys para benefício próprio. Assim, Millie acha que a prova está no interior do jogo Free City e por isso, ela fará o que for necessário para procurar pelo código original do jogo e conseguir alcançar o seu objetivo. Será que Millie vai conseguir encontrar as suas respostas?

Depois temos o modesto Walter “Keys” McKeys que trabalha para os Soonami Studios, onde programa Free City. Ele é um génio na programação que tem muito talento nesta área, sendo considerado como um millennial na casa dos 20 anos que também criou um videojogo com Millie, uma amiga pela qual tem sentimentos muito especiais. Este foi um projeto que mais tarde foi adquirido pela Soonami, mas que nunca foi aproveitado da forma que os dois pensavam. Mesmo assim, Millie pede ajuda a Keys, porque ela acredita que a empresa está a esconder alguma coisa relacionada com aquilo que os dois criaram e que até pode estar a utilizar os códigos deles no Free City. Afinal o que aconteceu com o videojogo de Millie e Keys?

Divulgação: 20th Century Studios

Keys trabalha com Mouser que têm uma personalidade bem diferente. Mouser também é um programador que é engraçado, rabugento e cheio de ideias para introduzir na Free City de Soonami, onde o seu avatar é um musculado coelho cor-de-rosa sedento de sangue. Ele é completamente leal ao criador do jogo, Antwan e irá fazer o que for preciso para provar o seu valor, em que chega a ter atitudes que não serão as mais corretas.

O vilão da história acaba por ser Antwan que é um empresário bem ganancioso, narcisista, desagradável e que diz o que pensa sem filtros, mas que está por trás de Free City que foi-se tornando num produto muito lucrativo para a Soonami e num sucesso de vendas que é jogado por milhões de utilizadores. Por isso, ele prepara-se para o lançamento de Free City 2 que irá ter mudanças bem significativas para a comunidade do jogo original.

Neste mundo virtual, quem participa neste jogo está identificado com óculos escuros que são designados por Heroes que podem fazer aquilo que lhes bem apetece, criando o caos, sem sofrerem as consequências e por isso, acabam por não ter os melhores comportamentos para com as personagens do Free City que são os NPCs que são vítimas de eventos de violência. Esta é uma cidade que sofre explosões, tiroteios e onde as suas ruas estão repletas de perseguições de carros a alta velocidade e com ladrões que estão constantemente a assaltar estabelecimentos.

Divulgação: 20th Century Studios

Para além de Guy, em Free City, a maior parte das personagens são figurantes neste jogo e ninguém desta comunidade sabe que vive numa realidade virtual, como por exemplo, Buddy. Buddy é o melhor amigo de Guy que é um simples segurança no mesmo banco, onde trabalha o protagonista. Porém, ele gosta da vida que tem, por mais monótona que seja e não quer sair da sua zona de conforto, nem se sente à vontade com essa possibilidade. Será que Guy vai convencê-lo a ver a sua vida com outros olhos?

Free Guy é um filme leve, dinâmico, hilariante e épico realizado a um bom ritmo, sendo inspirado num videojogo que teve um timing perfeito para estrear, tendo sido constituído por uma história bem criativa com alguns exageros pelo meio que vai sendo desenrolada, tanto no mundo virtual como no mundo real que conseguiu nos captar a atenção e nos transportar para um universo, onde tudo é possível. É uma diversão garantida e empolgante repleta de amor, esperança, humor, magia e otimismo que irá animar qualquer um, criando assim, um mundo único em que a pessoa se imagina a viver no seu interior e transmitindo uma mensagem pertinente, uma reflexão e uma autêntica lição de vida para o público.   

Divulgação: 20th Century Studios

Esta é uma boa forma de abordar a comunidade e a cultura do gaming e todos os aspetos que fazem parte da mesma como os comportamentos que têm quando estão a jogar ou os bugs e glitches que vão surgindo, em que é interessante ver quem está por trás do avatar que por vezes pode vir a surpreender. Deu para perceber que existiu uma liberdade criativa e um cuidado no modo como tudo foi sendo desenvolvido, onde teve uma atenção aos pormenores que podem ocorrer neste universo e também explica como funciona a comunidade deste mundo, de um modo simples e esclarecedor. Também é um filme que aborda o tema da inteligência artificial de um modo bem único, os perigos da tecnologia, a amizade e o quanto as rotinas influenciam a vida de cada um, mas a importância que é viver de acordo com as suas convicções e escolhas e descobrir o seu propósito, onde o bem pode fazer toda a diferença no mundo.  

Divulgação: 20th Century Studios

Free Guy é uma fonte de entretenimento imperdível, interessante e cativante que consegue com êxito fazer com que a pessoa se sinta que está dentro de um jogo e arrasa desde o início até ao fim com boas surpresas e reviravoltas que faz referências a muitos clássicos, não só do universo dos videojogos, mas também do cinema e televisão nos quais surgem cameos e easter eggs que deixam qualquer um satisfeito. É uma boa experiência e é perfeito não só para os amantes da cultura pop, mas para quem precise de se distrair depois de um dia mais complicado, sendo que existem cenas que dão mesmo vontade de rir e momentos que parece que a pessoa está mesmo presente no jogo e pode interagir com as suas personagens.

Na minha opinião, Free Guy tem um impacto positivo para quem está a acompanhar, sendo que é um dos filmes mais divertidos do ano que se destaca à sua maneira e que estávamos todos a precisar de ver e por isso, não podem mesmo perder! Toda a história desenrola-se num mundo cheio de possibilidades, onde não há limites daquilo que pode vir a acontecer e onde se pode colocar a imaginação à prova. Também merece o seu reconhecimento pela banda sonora inserida e pelo elenco que consegue brilhar de um modo próprio, efeitos visuais fantásticos, fotografia, cenografia, montagem, cenas e sequências de ação muito bem realizadas e que prendem o espetador ao ecrã, trazendo assim, as emoções certas para o público.



1 comentário:

  1. Oie ! Vi ontem o trailer, fiquei com muita vontade de assistir, o ryan é ótimo ♡

    www.blogresenhando.travel.blog

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