A National Geographic apresenta mais
uma vez a sua série de antologia, Genius que conta as histórias bem fascinantes
de algumas das mais brilhantes mentes mundiais e os seus extraordinários
feitos, ao mesmo tempo que são abordadas as suas relações pessoais, com toda a
sua volatilidade, paixão e complexidade. Disponível na plataforma da Disney +, a
terceira temporada é dedicada à aclamada Rainha do Soul, Aretha Franklin que
teve uma carreira extraordinária e influenciou o mundo da música e da cultura
em todo o mundo e destacando-se até aos dias de hoje.
Em Genius: Aretha que
contém oito episódios e é criado por Susan-Lori Parks temos a oportunidade de
conhecer melhor esta mulher que teve um grande impacto na vida das pessoas,
tendo sido considerada de forma unânime como a maior cantora dos últimos 50
anos que recebeu várias distinções e vendeu globalmente mais de 75 milhões de
discos ao longo da sua carreira e foi não só um prodígio do gospel, mas também
uma clara defensora dos direitos civis.
Mesmo sem saber ler música,
Aretha aprendeu a tocar piano sozinha e quando chegou aos seus 12 anos começou
a gravar músicas e a cantar nas digressões de gospel que fazia com o seu pai.
Aos 18 anos, ela assinou o seu primeiro contrato com a Columbia Records. Porém
em 1966, Aretha mudou-se para a Atlantic Records, onde acabou por gravar muitos
dos seus temas mais icónicos. Por fim, em 1979, ela iniciou uma amizade e
parceria de 40 anos com Clive Davis, produtor de inúmeros sucessos musicais,
incluindo a canção que teve mais sucesso e foi mais vendida da sua carreira
designada por “I Knew You Were Waiting (For Me)”, um dueto com George Michael.
O elenco é constituído por
Cynthia Erivo (Aretha Franklin), Courtney B. Vance (CL Franklin), Malcolm
Barrett (Ted White), David Cross (Jerry Wexler), Patrice Covington (Erma Franklin),
Rebecca Naomi Jones (Carolyn Franklin), Steven Norfleet (Cecil Franklin),
Pauletta Washington (Rachel), Omar J. Dorsey (James Cleveland), Marque
Richardson (King Curtis), Kimberly Hébert Gregory (Ruth Bowen) e Shaian Jordan
(Little Re, a Aretha Franklin em criança).
Ao longo dos episódios estão
presentes muitos dos grandes sucessos musicais de Aretha Franklin, tais como “I
Never Loved a Man (The Way I Love You)”, “Chain of Fools”, #Don’t Play That
Song” e “Save Me”. Também fazem parte da série as atuações desta cantora lendária
de “I Knew You Were Waiting for Me”, “Freeway of Love” e “Sisters Are Doin’ It
for Themselves”. Para além disso são apresentadas personalidades bem conhecidas
que se cruzaram no caminho de Aretha, como por exemplo, Dinah Washington, King
Curtis, Clara Ward, Art Tatum, Reverend James Cleveland, Sydney Pollack, Angela
David, Martin Luther King Jr, Curtis Mayfield e George Michael.
A vida de Aretha Franklin nem
sempre foi fácil, mesmo fazendo parte de uma família com talentos,
principalmente na relação complicada que sempre teve com o seu pai, o reverendo
CL Franklin que não tem os melhores comportamentos, os relacionamentos que teve
com diferentes pessoas que passaram pelo seu caminho, o facto de ter sido mãe
cedo, a pressão constante que foi sentindo ao longo dos anos, o lado mau da
fama e muito mais.
Até ter sido coroada a Rainha do Soul em 1967 na cidade de Chicago, Aretha passou por uma jornada de aprendizagens que foi adquirindo e dificuldades que foram surgindo, mesmo que tenham surgido algumas dúvidas pelo meio. Assim, a história vai percorrendo os anos da sua vida, utilizando diversos flashbacks do seu passado que vão mostrando como ela chegou a se tornar num ícone da música.
Desde muito nova que Aretha
Louise ou Re, como era maioritariamente tratada pelos seus familiares tinha o
desejo de se tornar em cantora. Ela era uma jovem de Detroit que era insegura
com a sua voz que queria encontrar o seu caminho, mas que quando cantava tinha um
grande impacto na audiência, sendo que chegou a cantar com coro e a participar
em digressões num circuito gospel, juntamente com CL Franklin, o seu pai
protetor que tinha um talento para os discursos e considerado como um ativista
para os direitos civis e uma referência para a comunidade.
Um dos desafios de Aretha foi o seu relacionamento com Ted White, o seu primeiro marido e gestor de empresas, sendo que se conheceram na casa do pai dela. Ele não era uma pessoa com muita paciência e não tinha um bom temperamento, chegando a um ponto que chegou a prejudicá-la na sua carreira e a tornar-se mais violento. Será que Aretha vai tomar uma posição perante Ted? É isso que vão ter de esperar para ver!
Na história também vai sendo
abordada a dinâmica com altos e baixos que Aretha foi tendo com a sua família e
a importância da religião e a respetiva fé. Para além do pai, temos Cecil, o
irmão mais velho que até chegou a ser agente da Aretha, as irmãs Erma e Carolyn
Franklin que eram cantoras e pertenciam ao coro dela, tendo sido sempre pessoas
que a apoiaram e a ajudaram quando ela precisasse e aconteça o que acontecer, eles
iriam permanecer como irmãos unidos.
Relativamente à sua carreira, Aretha
assinou o seu primeiro contrato com a Columbia Records, mas quando se mudou
para a Atlantic Records que queria ajudar a encontrar a sua voz, ela passa a
trabalhar com Jerry Wexler, um produtor musical bem lendário que a orientou e
ajudou-a a desenvolver-se para mais tarde se tornar numa boa cantora e num
sucesso comercial.
Aretha Franklin era uma pessoa
que gostava de cozinhar, cantar e de tocar piano, tal como a sua mãe. Ela era
uma artista diferente enquanto tocava e cantava que acreditava que ia criar um
sucesso e encontrar o seu ritmo e som, seja sozinha ou com a sua banda. Nem
sempre tudo corria bem à Aretha ou ela tomava as melhores decisões, chegando a
um ponto que colocou uma pausa na sua carreira, mas para ela cantar sempre foi
o seu anjo da guarda que fazia com que se sentisse segura. Uma coisa é certa!
Aretha é um prodígio que arrasa por onde passa, nasceu para se destacar no ramo
da música e para estar no palco!
Podia não ter sido uma mulher
fácil de se lidar, mesmo com as suas vulnerabilidades, mas ela aprendeu muito
com as experiências que teve e com as pessoas ao seu redor, sendo que tinha uma
voz poderosa e intensa que não deixava ninguém indiferente e só cantava coisas
que conseguia sentir.
A história também retrata a comunidade
negra, os momentos mais divertidos da mesma que inclui muita dança, música, canto
e diversão, mas também todas as dificuldades pelas quais passam, seja com atos
de racismo, injustiça e preconceito, o modo como os brancos diferenciavam
aquilo que estas pessoas podiam utilizar ou não e o comportamento dos polícias
perante este povo em diferentes situações.
Aretha acreditava nos direitos
dos negros e na respetiva liberdade tal como Martin Luther King Jr com quem se
encontrava, sendo que ela era generosa, de tal forma que lutava pela sua
comunidade e assim, utilizando o seu poder para fazer algo de bom. Ela queria
ser útil e alcançar mais pessoas, sendo que fazia o que fosse preciso para
arranjar formas de se permanecer fiel a si mesma, pois ela luta por aquilo que
acredita e consegue atrair e unir as pessoas. As suas músicas têm a capacidade
de tocar as pessoas e de fluir pela alma de cada um, enquanto outras são mais
divertidas e fazem mexer quem está a ouvir ao ponto de terem vontade de dançar.
Assim com tumultos a ocorrerem em
locais como Detroit que iam sendo repletos de violência e destruição, Aretha
quis fazer a diferença e criar um álbum para trazer justiça e liberdade para a
sua comunidade contendo músicas relacionadas com protestos e muito mais. Será
que ela vai ter sucesso com este álbum?
Nesta terceira temporada de oito
episódios temos a oportunidade de ver a Aretha a ser ela própria e com as suas
mudanças de visual. Existiu uma montagem e sequência de imagens dela a cantar
que foram bem espetaculares e inovadoras, sendo que a série também era
constituída por um genérico animado, com requinte e cheio de energia que
mostrava imagens das personagens enquanto eram apresentados os seus atores. Os
figurinos foram bem trabalhados e adequados a cada época representada, a
história foi fluída e bem desenvolvida e detalhada, apesar do espetador ficar
com curiosidade em saber mais sobre a vida desta lenda. Na minha opinião podiam
ter sido introduzidas mais atuações de músicas emblemáticas de Aretha, tais
como, “I Say a Little Prayer for You”, uma das minhas músicas favoritas que me
deu vontade de ver a atriz Cynthia Erivo a interpretar mais temas da minha
cantora preferida já que também tem uma voz fantástica e ela desempenhou com
consistência esta personagem bem desafiante.
Genius: Aretha é daquelas
produções que vale mesmo a pena ver, principalmente para quem é fã desta
artista que foi baseada na história da sua vida e que também teve imagens reais
como um tipo de homenagem à brilhante Aretha Franklin, cujos sucessos continuam
a marcar gerações e a ser considerada como uma figura que nunca será esquecida!
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