sábado, 14 de agosto de 2021

Série "Genius: Aretha" - uma terceira temporada interessante dedicada à história da vida da aclamada Rainha do Soul, Aretha Franklin

 

A National Geographic apresenta mais uma vez a sua série de antologia, Genius que conta as histórias bem fascinantes de algumas das mais brilhantes mentes mundiais e os seus extraordinários feitos, ao mesmo tempo que são abordadas as suas relações pessoais, com toda a sua volatilidade, paixão e complexidade. Disponível na plataforma da Disney +, a terceira temporada é dedicada à aclamada Rainha do Soul, Aretha Franklin que teve uma carreira extraordinária e influenciou o mundo da música e da cultura em todo o mundo e destacando-se até aos dias de hoje.

Em Genius: Aretha que contém oito episódios e é criado por Susan-Lori Parks temos a oportunidade de conhecer melhor esta mulher que teve um grande impacto na vida das pessoas, tendo sido considerada de forma unânime como a maior cantora dos últimos 50 anos que recebeu várias distinções e vendeu globalmente mais de 75 milhões de discos ao longo da sua carreira e foi não só um prodígio do gospel, mas também uma clara defensora dos direitos civis.

Mesmo sem saber ler música, Aretha aprendeu a tocar piano sozinha e quando chegou aos seus 12 anos começou a gravar músicas e a cantar nas digressões de gospel que fazia com o seu pai. Aos 18 anos, ela assinou o seu primeiro contrato com a Columbia Records. Porém em 1966, Aretha mudou-se para a Atlantic Records, onde acabou por gravar muitos dos seus temas mais icónicos. Por fim, em 1979, ela iniciou uma amizade e parceria de 40 anos com Clive Davis, produtor de inúmeros sucessos musicais, incluindo a canção que teve mais sucesso e foi mais vendida da sua carreira designada por “I Knew You Were Waiting (For Me)”, um dueto com George Michael.

O elenco é constituído por Cynthia Erivo (Aretha Franklin), Courtney B. Vance (CL Franklin), Malcolm Barrett (Ted White), David Cross (Jerry Wexler), Patrice Covington (Erma Franklin), Rebecca Naomi Jones (Carolyn Franklin), Steven Norfleet (Cecil Franklin), Pauletta Washington (Rachel), Omar J. Dorsey (James Cleveland), Marque Richardson (King Curtis), Kimberly Hébert Gregory (Ruth Bowen) e Shaian Jordan (Little Re, a Aretha Franklin em criança).

Ao longo dos episódios estão presentes muitos dos grandes sucessos musicais de Aretha Franklin, tais como “I Never Loved a Man (The Way I Love You)”, “Chain of Fools”, #Don’t Play That Song” e “Save Me”. Também fazem parte da série as atuações desta cantora lendária de “I Knew You Were Waiting for Me”, “Freeway of Love” e “Sisters Are Doin’ It for Themselves”. Para além disso são apresentadas personalidades bem conhecidas que se cruzaram no caminho de Aretha, como por exemplo, Dinah Washington, King Curtis, Clara Ward, Art Tatum, Reverend James Cleveland, Sydney Pollack, Angela David, Martin Luther King Jr, Curtis Mayfield e George Michael.

A vida de Aretha Franklin nem sempre foi fácil, mesmo fazendo parte de uma família com talentos, principalmente na relação complicada que sempre teve com o seu pai, o reverendo CL Franklin que não tem os melhores comportamentos, os relacionamentos que teve com diferentes pessoas que passaram pelo seu caminho, o facto de ter sido mãe cedo, a pressão constante que foi sentindo ao longo dos anos, o lado mau da fama e muito mais.

Até ter sido coroada a Rainha do Soul em 1967 na cidade de Chicago, Aretha passou por uma jornada de aprendizagens que foi adquirindo e dificuldades que foram surgindo, mesmo que tenham surgido algumas dúvidas pelo meio. Assim, a história vai percorrendo os anos da sua vida, utilizando diversos flashbacks do seu passado que vão mostrando como ela chegou a se tornar num ícone da música.

Desde muito nova que Aretha Louise ou Re, como era maioritariamente tratada pelos seus familiares tinha o desejo de se tornar em cantora. Ela era uma jovem de Detroit que era insegura com a sua voz que queria encontrar o seu caminho, mas que quando cantava tinha um grande impacto na audiência, sendo que chegou a cantar com coro e a participar em digressões num circuito gospel, juntamente com CL Franklin, o seu pai protetor que tinha um talento para os discursos e considerado como um ativista para os direitos civis e uma referência para a comunidade.   

Um dos desafios de Aretha foi o seu relacionamento com Ted White, o seu primeiro marido e gestor de empresas, sendo que se conheceram na casa do pai dela. Ele não era uma pessoa com muita paciência e não tinha um bom temperamento, chegando a um ponto que chegou a prejudicá-la na sua carreira e a tornar-se mais violento. Será que Aretha vai tomar uma posição perante Ted? É isso que vão ter de esperar para ver!

Na história também vai sendo abordada a dinâmica com altos e baixos que Aretha foi tendo com a sua família e a importância da religião e a respetiva fé. Para além do pai, temos Cecil, o irmão mais velho que até chegou a ser agente da Aretha, as irmãs Erma e Carolyn Franklin que eram cantoras e pertenciam ao coro dela, tendo sido sempre pessoas que a apoiaram e a ajudaram quando ela precisasse e aconteça o que acontecer, eles iriam permanecer como irmãos unidos.

Relativamente à sua carreira, Aretha assinou o seu primeiro contrato com a Columbia Records, mas quando se mudou para a Atlantic Records que queria ajudar a encontrar a sua voz, ela passa a trabalhar com Jerry Wexler, um produtor musical bem lendário que a orientou e ajudou-a a desenvolver-se para mais tarde se tornar numa boa cantora e num sucesso comercial.  

Aretha Franklin era uma pessoa que gostava de cozinhar, cantar e de tocar piano, tal como a sua mãe. Ela era uma artista diferente enquanto tocava e cantava que acreditava que ia criar um sucesso e encontrar o seu ritmo e som, seja sozinha ou com a sua banda. Nem sempre tudo corria bem à Aretha ou ela tomava as melhores decisões, chegando a um ponto que colocou uma pausa na sua carreira, mas para ela cantar sempre foi o seu anjo da guarda que fazia com que se sentisse segura. Uma coisa é certa! Aretha é um prodígio que arrasa por onde passa, nasceu para se destacar no ramo da música e para estar no palco!

Podia não ter sido uma mulher fácil de se lidar, mesmo com as suas vulnerabilidades, mas ela aprendeu muito com as experiências que teve e com as pessoas ao seu redor, sendo que tinha uma voz poderosa e intensa que não deixava ninguém indiferente e só cantava coisas que conseguia sentir.

A história também retrata a comunidade negra, os momentos mais divertidos da mesma que inclui muita dança, música, canto e diversão, mas também todas as dificuldades pelas quais passam, seja com atos de racismo, injustiça e preconceito, o modo como os brancos diferenciavam aquilo que estas pessoas podiam utilizar ou não e o comportamento dos polícias perante este povo em diferentes situações.    

Aretha acreditava nos direitos dos negros e na respetiva liberdade tal como Martin Luther King Jr com quem se encontrava, sendo que ela era generosa, de tal forma que lutava pela sua comunidade e assim, utilizando o seu poder para fazer algo de bom. Ela queria ser útil e alcançar mais pessoas, sendo que fazia o que fosse preciso para arranjar formas de se permanecer fiel a si mesma, pois ela luta por aquilo que acredita e consegue atrair e unir as pessoas. As suas músicas têm a capacidade de tocar as pessoas e de fluir pela alma de cada um, enquanto outras são mais divertidas e fazem mexer quem está a ouvir ao ponto de terem vontade de dançar.  

Assim com tumultos a ocorrerem em locais como Detroit que iam sendo repletos de violência e destruição, Aretha quis fazer a diferença e criar um álbum para trazer justiça e liberdade para a sua comunidade contendo músicas relacionadas com protestos e muito mais. Será que ela vai ter sucesso com este álbum?

Nesta terceira temporada de oito episódios temos a oportunidade de ver a Aretha a ser ela própria e com as suas mudanças de visual. Existiu uma montagem e sequência de imagens dela a cantar que foram bem espetaculares e inovadoras, sendo que a série também era constituída por um genérico animado, com requinte e cheio de energia que mostrava imagens das personagens enquanto eram apresentados os seus atores. Os figurinos foram bem trabalhados e adequados a cada época representada, a história foi fluída e bem desenvolvida e detalhada, apesar do espetador ficar com curiosidade em saber mais sobre a vida desta lenda. Na minha opinião podiam ter sido introduzidas mais atuações de músicas emblemáticas de Aretha, tais como, “I Say a Little Prayer for You”, uma das minhas músicas favoritas que me deu vontade de ver a atriz Cynthia Erivo a interpretar mais temas da minha cantora preferida já que também tem uma voz fantástica e ela desempenhou com consistência esta personagem bem desafiante.

Genius: Aretha é daquelas produções que vale mesmo a pena ver, principalmente para quem é fã desta artista que foi baseada na história da sua vida e que também teve imagens reais como um tipo de homenagem à brilhante Aretha Franklin, cujos sucessos continuam a marcar gerações e a ser considerada como uma figura que nunca será esquecida!

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