sábado, 15 de agosto de 2020

Série "Sherlock" - a melhor e mais brilhante adaptação das aventuras de Sherlock Holmes e do seu parceiro Dr. John Watson

Com 4 temporadas, Sherlock é uma série britânica do canal BBC, que tem como adaptação, as histórias escritas por Sir Arthur Conan Doyle, sendo criada por Steven Moffat e Mark Gatiss, iniciando em 2010 e terminando em 2017. É constituída por 13 episódios, que estão divididos em 3 episódios, de cerca de 90 minutos, em cada temporada e ainda um episódio especial. Foi produzida pela Hartswood Films e atualmente está disponível na plataforma da Netflix, apesar de já ter sido exibida pelo canal AXN e RTP2, mas este é um drama policial que já foi transmitido a mais de 180 países.

Esta história desenrola-se na cidade de Londres, onde Dr. John Watson (Martin Freeman) procura um sítio para viver e conhece Sherlock Holmes (Benedict Cumberbatch). Depois irão formar uma equipa para ajudar a desvendar investigações, que só eles conseguem resolver. São vários os mistérios, mas com a inteligência de Sherlock e com a parceria de Watson vai ser difícil os criminosos escaparem.

 


O elenco é constituído por Benedict Cumberbatch (Sherlock Holmes), Martin Freeman (John Watson), Una Stubbs (Sra. Hudson), Rupert Graves (Greg Lestrade), Andrew Scott (Jim Moriatry), Mark Gatiss (Mycroft Holmes), Louise Brealey (Molly Hopper), Vinette Robinson (Sally Donovan), Jonathan Aris (Anderson), Lara Pulver (Irene Adler), Amanda Abbington (Mary Morstan), entre outros.

 



Esta série é escrita por Mark Gatiss, Steven Moffat e Stephen Thompson e com Sue Vertue como produtora, sendo constituída por episódios que seguem assassinos em série, assaltos misteriosos, gangs, casos relacionados com a família real de Inglaterra, atividades estranhas feitas numa base militar, entre outros que podem pôr em causa a segurança do país.

 

Esta versão utiliza tecnologias muito mais recentes, tais como computadores, telemóveis, Internet, SMS ou GPS que são ferramentas essenciais para investigar um determinado caso ao contrário das outras adaptações que desenrolavam-se em épocas muito mais antigas.

 

Ao longo dos episódios surgem enigmas que não serão fáceis de resolver, mas quando se tem alguém na equipa como Sherlock, significando que mais cedo ou mais tarde, tudo será desvendado.

 



Sherlock é um homem brilhante e excêntrico na forma como se comporta perante os outros, que ajuda a Polícia Metropolitana de Londres a desvendar crimes e mistérios, através da sua parceria com o detetive Greg Lestrade. É uma pessoa que toca violino, muito inteligente, com grandes capacidades de observação e intuição, mas descreve-se como um sociopata altamente funcional, que está constantemente em perigo.

 



Ele está isolado no seu próprio mundo e praticamente só trabalha em casos que não tenham quaisquer pistas e soluções à vista e também quer mostrar e provar que é extremamente mais inteligente e genial que os outros, através do seu talento de conseguir criar ligações com as pistas de uma forma rápida, devido à velocidade do seu pensamento estar sempre em alta e assim, mais ninguém tem a capacidade de o ser da mesma forma que ele.

 

Este é um investigador bizarro, frio e arrogante, nos quais contém algumas das características do Síndrome de Asperger e que utiliza adesivos de nicotina. Inicialmente, algumas das personagens duvidam das capacidades de Sherlock para fazer um trabalho eficaz, mas aos poucos acabam por chegar à conclusão que estavam errados e começam a depender completamente do talento de Holmes. Aos poucos, Sherlock torna-se num tipo de celebridade, devido ao êxito que tem em resolver casos e por isso são vários aqueles que irão pedir a sua ajuda. 



 

Sherlock é um génio à sua maneira, com uma intuição bem apurada, conseguindo resolver mistérios que parecem impossíveis de decifrar, mas é completamente anti-social e antipático, em que representa dificuldades em interagir com a sociedade, pois está constantemente a insultar e usar as pessoas para os seus planos, mas mesmo assim, algumas das personagens continuam a ter um carinho profundo por ele, por mais vezes que ele os possa vir a magoar.

 

Esta é uma pessoa peculiar que consegue reter uma grande quantidade de informação num tipo de palácio da mente, que gosta de nomear, tendo a capacidade de influenciar todos à sua volta e acaba por ter atitudes perigosas que podem afetar as restantes personagens, pois existem situações nos quais ele ultrapassa todos os limites a nível moral, mas chegamos à conclusão que existe uma razão pelo qual Sherlock age de uma forma específica, estando relacionado com memórias retidas de um trauma de infância que teve. Mas será que algumas das ações de Sherlock terão algum tipo de consequências para ele?



 

Infelizmente, existem situações nos quais Sherlock ultrapassa todos os limites a nível moral, mas chegamos à conclusão que existe uma razão pelo qual ele age de uma forma específica, estando relacionado com memórias retidas de um trauma de infância que teve. Para além disso, o seu irmão Mycroft está sempre a fazer o que é necessário para proteger Sherlock e há momentos que parece que influencia os eventos à volta para beneficiá-lo, evitando que vá parar à prisão.

 


Ao longo dos episódios, Sherlock também tem a oportunidade de descobrir mais sobre o seu passado, incluindo partes que não tem qualquer tipo de lembranças, sendo revelados tanto segredos da família Holmes, como traumas que Sherlock tem enterrados no fundo da sua mente e onde temos a oportunidade de ver Louis Moffat a desempenhar a versão mais nova desta personagem. Será que os seus inimigos vão aproveitar a oportunidade para descontrolá-lo ou o seu lado mais psicológico está bem controlado?

 

Temos a oportunidade de ver como funciona a mente de Sherlock, como por exemplo, os seus pensamentos, nos quais são apresentados através de elementos gráficos para referir o que está no seu interior e para além disso, também acompanhamos a forma como são resolvidos os crimes e mistérios numa cidade de Londres mais moderna.

 



A personagem de Sherlock Holmes é sem dúvida, uma das mais carismáticas existentes no mundo do entretenimento, que é um tipo de génio que ao mesmo tempo tem atitudes loucas. Será que chegamos a ver um lado mais humano de Sherlock?

Benedict Cumberbatch faz uma interpretação incrível desta versão de Sherlock, nos quais considero, que esta seja a minha favorita até agora. Este ator interpreta uma personagem muito complexa, com uma personalidade muito peculiar, que nem sempre é fácil, uma pessoa lidar. Tem uma inteligência fascinante e a forma como vai resolvendo as suas investigações é muito interessante, pois vai dando atenção aos mínimos pormenores que lhe são apresentados e para além disso, ele vai encaixando todas as peças do puzzle até conseguir desvendar cada mistério.

 

Este ator faz um trabalho plenamente credível com uma intensidade complexa no desempenho desta versão mais moderna de Sherlock, tendo uma boa representação de como seria esta personagem no mundo atual através das suas expressões faciais e movimentos corporais e sem dúvida, que não haveria outra escolha possível, senão Benedict.

 



John Watson é um médico que foi atingido por uma bala enquanto estava a servir o exército britânico no Afeganistão, fazendo com que tivesse de regressar a Londres em Inglaterra para cuidar da sua saúde que trouxe-lhe alguns traumas por resolver, seja a nível físico como emocional. Ele não imaginava os obstáculos que teria de enfrentar depois de voltar do seu serviço militar, sendo uma pessoa sem trabalho, com problemas financeiros e com dificuldades em encontrar um sítio para viver.

 

Um dia, John conhece Sherlock que está à procura de alguém para dividir um apartamento no centro de Londres, acabando por tornarem-se numa dupla imprescindível e imbatível a resolverem crimes juntos.


 

Watson aproveita para criar um blog, em que partilha as suas histórias e aventuras com Sherlock e a sua jornada com este detetive, durante os casos que vão investigando, ao mesmo tempo que tenta ultrapassar os traumas causados por eventos da guerra no Afeganistão. As publicações de Watson tornam Sherlock numa celebridade, conseguindo assim, adquirir cada vez mais casos e mistérios, seja por parte do governo ou por pessoas com alguma influência e riqueza.

 


A relação entre Sherlock Holmes e John Watson vai sendo explorada ao longo dos episódios, onde a parceria entre estas duas personagens vai ser posta à prova, com desafios e obstáculos que terão de enfrentar juntos, sendo que é interessante ver como eles complementam-se um com o outro, tornando-se assim em bons parceiros.

 

É muito interessante ver uma relação de amizade tão forte e profunda quanto a de John com Sherlock, que faz com que chegue a ponto que arriscam a sua própria vida para salvar o outro do perigo e como uma amizade pode vir a ajudar a ultrapassar traumas pessoais e criar uma certa mudança na personalidade de cada pessoa.

 



Mas Sherlock não é a única pessoa que chega a fazer parte da vida de John. Mary foi essencial e tem um papel fundamental na evolução e na vida deste médico, apesar de esconder segredos e ter tido um passado mais conturbado.

 

Um dos pontos positivos da série é sem dúvida, a dinâmica e química excelente partilhada entre Sherlock e John, sempre que estão em cena. Em determinadas situações, Watson praticamente não questiona as atitudes e decisões do seu parceiro, mas consegue trazer de uma certa forma, a humanidade escondida de Sherlock, sendo um género de bússola moral para ele. São várias as cenas repletas de emoção que pode fazer ultrapassar os limites de cada uma destas personagens e tanto Benedict como Martin têm uma performance muito intensa e magnífica e dá para ver a qualidade extrema do trabalho destes dois atores.

 


Nesta história é explorado o conflito intenso, constante e mortal entre Sherlock Holmes e Jim Moriarty, nos quais têm uma relação muito complexa e estranha um com o outro, que podem pôr em risco milhares de vidas na cidade de Londres.

 

Moriarty é o principal inimigo de Holmes que consegue perturbá-lo de uma forma muito intensiva, acabando por afetar por vezes a sua mente. Ele é um psicopata que faz os possíveis para encurralar, destabilizar e destruir a vida de Sherlock, mas também a sua imagem e reputação respetiva.



 

Este vilão é uma pessoa instável, impulsiva e assustadora e que gosta de criar armadilhas para o seu inimigo, mas será que Sherlock irá descobrir os seus planos a tempo?

 

Chega a uma altura que Moriarty obriga Holmes a resolver vários casos que não parecem ter qualquer tipo de ligação, ameaçando matar um número elevado de pessoas em Londres com bombas.



 

Moriarty é uma personagem popular, um pouco cómica, que representa o caos e cria planos muito perigosos e surpreendentes, que têm o objetivo de destruir e matar Sherlock, tornando-se irritante para alguns, mas sem dúvida que marcou a série, como um dos seus melhores vilões e Andrew Scott está de parabéns pela interpretação magnífica desta personagem que vai ficar na memória do público.

 



Uma das personagens que o público desenvolveu carinho foi a Sra. Hudson que é a proprietária do apartamento onde Sherlock Holmes e John Watson vivem e recebem os seus clientes em Baker Street em Londres. Ela acaba por ser uma figura maternal para esta dupla, sendo responsável pela parte mais leve e cómica da história, tentando aliviar algumas das tensões que vão sucedendo, nem que seja perguntar se a pessoa quer uma chávena de chá.

 



Para além disso, também temos a patologista Molly Hooper do St Bartholomew’s Hospital dá assistência ao Sherlock no seu laboratório, ajudando em alguns dos seus casos, mas tem um certo interesse amoroso por ele, apesar de ele não lhe dar atenção nenhuma, mesmo que ela não se importe, pois fará o que for necessário para ajudar este detetive, mesmo que tenha de colocar a sua vida em segundo plano.


 


Para além de Moriarty, Toby Jones interpreta um dos vilões da história chamado Culverton Smith, em que o espetador não sabe o que esperar desta personagem, acabando por se surpreender a cada atitude que vai sendo tomada por este homem com poder, dinheiro e fama, confundindo a pessoa sobre qual é o seu principal objetivo e tendo algumas reviravoltas interessantes.

 

Uma das principais vantagens que temos na existência desta série é acompanhar as aventuras de Sherlock Holmes no século XXI em Londres ou seja numa cidade mais moderna, cheia de tecnologia em que serão utilizadas algumas dessas ferramentas, com o objetivo de resolver crimes.



 

As investigações de Sherlock Holmes são legendárias no meio policial, sendo este como um dos detetives mais famosos por todas as suas peculiaridades, desde a sua criação em 1887, através das histórias de Arthur Conan Doyle.  

 

Esta série do detetive mais famoso do mundo tornou-se num fenómeno e sucesso autêntico, onde tem admiradores em vários países espalhados pelo mundo e onde já teve a oportunidade de ganhar diversos prémios, que inclui os Emmys, BAFTAs, entre outros. E não seria a mesma se não tivesse uma banda sonora bem envolvente, incluindo o seu genérico, sendo criada por David Arnold e Michael Price e constituída por músicas emblemáticas que criam uma boa ligação com algumas das cenas mais importantes da história.

 



Num geral, esta série britânica tem um elenco de luxo que fez interpretações brilhantes e formidáveis das suas personagens, com uma boa direção, contendo um argumento muito bem escrito e construído, nos quais conseguiram adaptar várias das histórias mais conhecidas de Sherlock Holmes que foram criadas por Arthur Conan Doyle, sendo na minha opinião, como uma das melhores adaptações feitas até hoje.

 

Sherlock foi uma ótima surpresa para os fãs desta personagem, superando quaisquer expetativas que existissem. Têm uma ótima produção e uma história tão bem estruturada que vicia e prende a atenção do espetador desde o início até ao fim, acabando por não criar qualquer tipo de incómodo por cada episódio conter 90 minutos.

 



Esta é uma história excelente com ótimos mistérios que é constituída por diálogos interessantes e bem conduzidos que são ditos de uma forma inteligente, em que dão atenção aos mínimos detalhes, ao mesmo tempo que utilizam tecnologia mais recente, de forma que todos os pormenores possam ser fundamentais para que um determinado caso seja resolvido. O espetador tem a oportunidade de criar as suas próprias teorias, mas nem sempre chegam a ser as mais corretas, pois existem momentos em que a pessoa é surpreendida, de uma maneira que acaba por ter uma mistura de emoções e pensamentos, ficando satisfeita com os acontecimentos que vão sucedendo.

 

As personagens são levadas ao limite, sendo testadas constantemente, ao mesmo tempo que são muito bem exploradas e desenvolvidas, dando a oportunidade para contar o caminho percorrido por cada uma destas e onde o espetador cria uma ligação de empatia com estas pessoas, fazendo com que ocorra uma mistura de sentimentos quando acompanhamos esta história, ou seja, o público sente-se envolvido naquilo que está a ver no momento e nem dá conta do tempo que vai passando em cada episódio. É muito interessante ver que cada personagem acaba por ter um lado mais misterioso e aos poucos vamos conseguindo desvendar os segredos escondidos de cada uma.

 



Em alguns episódios podemos acompanhar determinados jogos mentais que são feitos com as personagens, mas também com o próprio espetador e havia momentos que parecia que estávamos no interior da mente de Sherlock, tornando a experiência entusiasmante. Também podemos ver segredos a serem desvendados e as personagens a enfrentarem os seus medos e a superarem desafios relevantes para a evolução da respetiva personalidade.

 

Apesar de ser uma série dinâmica, eu acho que em determinadas situações podia ter sido muito mais bem equilibrado do que realmente foi. Esta é uma história que sempre teve expetativas altas para o público, principalmente após um longo tempo de espera por novos episódios e num geral não desiludiram, apesar de eu achar que a 4ª e última temporada chegou a um ponto que a pessoa começa a estranhar o modo como foi sendo desenrolado os últimos episódios e contendo partes mais confusas, surpreendendo assim, pela negativa.



 

A última temporada não é tão focada em resolver crimes, mas sim em explorar mais o passado de Sherlock e a respetiva ligação com os seus familiares e na minha opinião houve falhas no argumento, tornando-se numa temporada muito menos interessante e com uma qualidade inferior ao que já estávamos habituados. Mesmo que tivesse desiludido um pouco os seus admiradores, esta não deixou de ser uma temporada que desse vontade de não acompanhar.

 

Com a série Sherlock conseguiram construir um dos melhores produtos de entretenimento dos últimos anos, que tenta dar uma visão dos livros de Arthur Conan Doyle num mundo mais moderno e conseguem fazê-lo de uma forma competente com uma mensagem bem transmitida, pois tornou-se num grande sucesso a nível mundial. Existem algumas diferenças dos livros para a série, mas não deixa de ser genial e com uma qualidade excelente, conseguindo assim, cumprir o seu próprio e tornar-se numa das melhores adaptações destes livros.




 


Esta é uma história curta de mistério e suspense com revelações e reviravoltas inesperadas, cenas emocionantes que segue o seu próprio ritmo, sendo tudo desenvolvido de uma forma esplêndida, fascinante e surpreendente. É constituída por uma fotografia, cenários, localizações e guarda-roupa muito bem escolhidos e por uma montagem, edição, realização e efeitos visuais muito bem trabalhados e com uma ótima qualidade. Sem dúvida, que está na lista das melhores produções realizadas até hoje, contendo ação, drama e humor e que colocam as emoções do público à prova e com momentos obscuros que deixa a história mais pesada, mas sem exageros.

 



Esta série merece um reconhecimento digno na inteligência e criatividade incrível e fantástica dos seus criadores, que acaba por dar um certo final para a história, apesar de eu achar que poderiam no futuro voltar, pois ainda tinha muito mais para dar. Mesmo que já tenha terminado há alguns anos, Sherlock continua a deixar saudades para os fãs das aventuras desta personagem e vale a pena de ser vista por quem ainda não teve oportunidade de o fazer.




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