sábado, 25 de novembro de 2023
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quarta-feira, 15 de novembro de 2023
The Hunger Games: A Balada dos Pássaros e das Serpentes - um espetáculo criativo, alucinante e cativante que surpreende
O universo The Hunger Games está de regresso! The Hunger Games: A
Balada dos Pássaros e das Serpentes (The Hunger Games: The Ballad of
Songbirds & Snacks, como título original) é o quinto filme desta
franquia tão popular e adorada pelo público, tendo sido realizado por Francis
Lawrence e é basado no livro com o mesmo nome de Suzanne Collins.
O elenco é constituído por Tom Blyth, Rachel Zegler, Peter Dinklage, Hunter
Schafer, Josh Andrés Rivera, Jason Schwartzman e Viola Davis.
Esta história ocorre 64 antes de Katniss Everdeen se voluntariar
como Tributo, e décadas antes de Coriolanus Snow se tornar o
tirano Presidente de Panem.
Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais
A nova aventura acompanha o jovem Coriolanus (Tom Blyth), a última
esperança da outrora orgulhosa família Snow, cuja linhagem decadente
significou uma queda em desgraça no Capitólio do pós-guerra. Com o seu sustento
ameaçado, Snow aceita relutantemente a missão de ser o mentor de Lucy
Gray Baird (Rachel Zegler) – um tributo do empobrecido Distrito 12 – nos 10º
The Hunger Games. Assim que o encanto de Lucy Gray cativa o
público de Panem, Snow vê uma oportunidade de mudar o destino de
ambos. Com tudo pelo que trabalhou em jogo, Snow une-se a Lucy Gray
para virar as probabilidades a seu favor. Lutando contra os seus instintos
tanto para o bem quanto para o mal, Snow parte numa corrida contra o
tempo para sobreviver e revelar se acabará por tornar-se um pássaro…ou uma
cobra.
Esta narrativa desenvolve a dualidade do espírito entre pássaro e serpente
que existe dentro de todos nós. Como todos somos luz e escuridão, bem e mal,
alegria e tristeza, ou seja, um tipo de fusão de penas e escamas. Cada decisão
que tomamos é fulcral para nos levar por um caminho que acabará por revelar o
nosso verdadeiro eu.
Este filme oferece um cenário original que leva a um território
desconhecido, ao mesmo tempo que permanece tematicamente conectado aos outros
filmes da franquia. A prequela examina o passado de Panem e desenterra
toda a rica história referenciada nos filmes anteriores através dos olhos de um
jovem Coriolanus Snow, cuja história se torna o fio condutor de todos os
filmes anteriores de The Hunger Games.
É graças à história de origem de Coriolanus Snow que vamos perceber
como é que esta figura se transformou no arrepiante Presidente de Panem,
cuja maldade não tem limites.
Esta saga de sucesso continua a ser um fenómeno global e a atrair quem
acompanha a mesma, pois continua a ter muito por onde explorar. E ainda, tem a
capacidade de fazer com que o público coloque a sua imaginação em prática para
tentar adivinhar o que irá acontecer de seguida. Com esta visão mais recente
não é exceção!
Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais
Como referido anteriormente, o foco vai completamente para Coriolanus
Snow que depois de ter mostrado o seu valor e merecer ganhar um prémio
vital para o seu futuro e o da sua família, as coisas não correm como ele
esperava. Na realidade, as regras mudam e agora o que mais importa é o
desempenho que terá como mentor de Lucy Gray do distrito 12 que tem
todas as probabilidades contra ela para vencer esta edição dos The Hunger
Games. Mas será que ela vai conseguir fazer a diferença e sobreviver na
arena? Uma coisa é certa! Coriolanus Snow coloca tudo em risco, sendo
que vai arriscar e fazer o que for preciso para que Lucy Gray saia de lá
viva e vencedora!
Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais
Uma das partes mais empolgantes do filme é sem dúvida quando ocorre o espetáculo
do The Hunger Games que contém sempre surpresas inesperadas para o público
que está a assistir e com tributos que vai fazer qualquer um torcer pela sua vitória.
O desenrolar de alguns participantes é mais previsível do que outros, mas mesmo
assim capta a atenção. A estratégia que vai sendo colocada por uns até acaba
por ser interessante de acompanhar.
Contudo, há uma personagem que rouba todas as atenções, cativando desde o
primeiro momento em que surge e que merece o seu devido destaque. Desempenhada
pela extraordinária Viola Davis, estou a referir-me à Dra. Volumnia Gaul,
a mente por trás do jogo da 10ª edição dos The Hunger Games e que
implementou os anteriores. Além de ser a responsável pelo departamento de Guerra,
esta é uma mulher muito inteligente, calculista e criativa que é apaixonada
pelo seu trabalho, sendo que está constantemente a inventar novas formas de
tornar o jogo mais difícil de sobreviver e cumprir assim, com o seu propósito. Por
vezes, tem uns comportamentos diabólicos, mas é daquelas pessoas que impõe um
enorme respeito e que, também cria uma sensação de medo instantâneo a quem está
ao seu redor. Viola Davis fez um excelente trabalho, onde se encaixou na
perfeição a dar vida a esta mulher louca e com uma gargalhada contagiante de
uma vilã.
Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais
Relativamente à jornada de Coriolanus Snow nesta história, temos a
oportunidade de conhecer um lado diferente daquele que temos estado habituados.
Um jovem bondoso, preocupado e com boas intenções que quer tomar conta da sua
família da melhor forma que conhece. Porém, a sua relação conturbada com o
diretor Highbottom (Peter Dinklage) que quer prejudicá-lo a todo o
custo, pode vir a ser a ponta do iceberg para tudo mudar na sua vida no Capitólio
e também de ver as coisas com outros olhos.
Foi interessante acompanhar o seu desenvolvimento e os sacrifícios que teve
de fazer ao longo do seu caminho pelo Capitólio e fora dele para chegar onde
queria, levando a escolhas que o iriam atormentar. E mais tarde, fazendo com
que se transformasse para sempre em alguém irreconhecível e completamente sem
escrúpulos. A pessoa acaba por ficar com uma melhor noção das razões pelas
quais, ele se tornou assim.
Divulgação: Lionsgate e Pris Audiovisuais
Além disso, temos a jovem Lucy Gray que conseguiu conquistar o
público de Panem e até de surpreender tudo e todos não só com a sua
bonita voz, mas com a sua capacidade de sobrevivência quando precisa de usar os
seus instintos. Desde o primeiro instante que ela captou a atenção de Coriolanus
Snow, chegando a um ponto que vemos uma versão dele mais vulnerável que é
capaz de tudo para proteger Lucy Gray. Porém, isso pode não ser bom para
a missão pessoal de Coriolanus e até mais tarde, vir a prejudicá-lo.
A dinâmica desta dupla é bem conseguida e cria uma empatia imediata no
espetador, sendo que ficamos com curiosidade em saber como se irá desenrolar a
aventura perigosa desta dupla.
The Hunger Games: A Balada dos Pássaros e das
Serpentes é uma boa combinação
de ação, aventura e drama que traz como resultado, um espetáculo criativo, alucinante e cativante que é uma boa fonte de entretenimento pelo modo como tudo
é apresentado. Seja pelos ângulos de filmagem escolhidos, pela história intrigante
repleta de violência, destruição, mortes, armadilhas, manipulações, reviravoltas e enganos
ou até pela banda sonora que possui músicas que são introduzidas na altura
certa e acabam por ficar no ouvido.
Este é um mundo incrível cheio de surpresas que não podem mesmo perder! E que eu acredito que não ficará por aqui, pois ainda há muita história para ser contada. Por isso, termino com: May the odds be ever in your favor!
quinta-feira, 9 de novembro de 2023
"The Marvels" é um filme refrescante que cria um ambiente descontraído e engraçado e que consegue entreter
Chegou o momento da estreia de The Marvels (As Marvels, como título em português) que é uma produção da Marvel Studios, desta vez realizada por Nia DaCosta e com Kevin Feige como produtor. Já está disponível na plataforma de streaming da Disney+.
O filme é protagonizado por Brie Larson, Teyonah Parris, Iman Vellani, Zawe
Ashton, Gary Lewis, Seo-Jun Park, Zenobiia Shroff, Mohan Kapur, Saagar Shaikh e
Samuel L. Jackson.
A narrativa desenrola-se ao redor de Carol Danvers (Brie Larson),
também conhecida como Capitão Marvel, recuperou a sua identidade da
tirania Kree e vingou-se da Inteligência Suprema. Mas, com consequências
imprevisíveis levam Carol a carregar o fardo de um universo
desestabilizado. Quando os seus deveres a enviam para uma fenda espacial anómala
ligada a um revolucionário Kree, os seus poderes interligam-se com os da
super-fã de Jersey City, Kamala Khan (Iman Velani), também
conhecida como Ms. Marvel; e com a sobrinha afastada de Carol, a Capitão
Monica Rambeau (Teyonah Parris), agora uma astronauta S.A.B.E.R. “As
Marvels”, um trio improvável, precisa unir-se e aprender a trabalhar em
conjunto para salvar o universo.
Já algum tempo que este filme suscitava algum interesse, principalmente
logo após a introdução das personagens Kamala Khan e Monica Rambeau
no universo da Marvel. Com Ms. Marvel, Kamala Khan teve uma série
própria para ser apresentada como a super-heroína que salvou Jersey City.
Enquanto Wandavision, uma das produções mais faladas da Marvel deu-nos
um pedacinho da história de Monica Rambeau. Na realidade, nem é
necessário acompanharem estas séries, pois o próprio filme dá as informações essenciais
sobre Kamala Khan e Monica Rambeau. Mas, acredito que a
perspetiva será bem diferente, caso a pessoa tenha tido a chance de acompanhar
essas produções que são muito distintas entre si.
Divulgação: Marvel Studios
Por vezes damos conta de que estamos a ver uma história juvenil mais
colorida e isso é muito devido à forma como foi construída a própria Ms.
Marvel. A Kamala Khan é daquelas personagens que traz uma energia
contagiante. E ao mesmo tempo, mostra o seu lado mais ingénuo e até nerd,
relativamente a tudo relacionado com a Carol Danvers, o seu ídolo. Já
imaginaram como seria ter a oportunidade de conhecer uma das nossas referências
e quando chegasse esse momento, as expetativas terem sido superadas? Foi isso o
que aconteceu com Kamala Khan, uma autêntica fan girl que lutou
ao lado da sua heroína e ainda, tem muito para aprender. Contudo, traz um ponto
de vista completamente novo que pode vir a inspirar muitos futuramente.
No caso de Monica Rambeau, depois de ter recebido os seus poderes
através de um feitiço criado por Wanda (Elizabeth Olsen), ela já
consegue ter controlo sobre eles e aproveita para colocá-los em prática no seu
trabalho no espaço, através do projeto S.A.B.E.R, liderado por Nick
Fury (Samuel L. Jackson). Porém, ela continua a lidar com os seus traumas
causados pelo “abandono” de Carol Danvers. Monica será testada de
diversas formas, entre elas, a partir do momento em que surge o reencontro há
muito aguardado.
Acompanhada pelo gato invulgar Goose, Carol Danvers está a aprender a estar sozinha e continua a lidar com as consequências dos seus atos, enquanto tenta recuperar
as suas memórias que tinham sido apagadas pelos Kree e perceber o que significa ser uma líder. De repente, ela é atirada para uma situação com uma nova equipa.
Divulgação: Marvel Studios
A decisão de incluírem Monica Rambeau e Kamala Khan como
parceiras desta Vingadora para esta nova aventura foi sem dúvida, uma ideia bem
inteligente. Estas três mulheres possuem uma dinâmica natural entre si, prendendo
mais a atenção de quem está a ver, tornando-se assim, especial e interessante vê-las a
trabalhar em equipa. E ainda, utilizando os seus poderes de uma certa forma com semelhanças, que num todo encaixam na perfeição.
Um dos pontos altos desta história é sem dúvida, as cenas de luta que estão
muito bem construídas e coreografadas, mostrando uma arte que podia ser difícil
de representar, principalmente quando esta tripla está constantemente a trocar
de lugar, devido aos poderes estarem interligados entre si. Os efeitos visuais
é outro ponto muito positivo que em certas situações, a pessoa ficava fascinada
com aquilo que estava a ver.
Porém, o argumento tem os seus altos e baixos e não conseguiu ser sempre
consistente, sendo que se fica com a sensação de que faltou algo e que poderiam
ter explorado outros elementos. Mesmo assim, tem o seu charme, dá para ver que foi feito com amor e existem alturas
em que brilha com elegância.
Divulgação: Marvel Studios
Infelizmente, esperava mais do papel da antagonista. Eu já conhecia o
trabalho de Zawe Ashton e admito que estava curiosa para vê-la interpretar uma
vilã. Mas, não foi de acordo com aquilo que esperava. Acabou por ser uma
personagem facilmente esquecível, em que faltou muita coisa para ser contada da
sua história de origem e que poderia ter sido mais bem aproveitada.
The Marvels cria um ambiente descontraído e engraçado com
algumas parvoíces pelo meio que consegue entreter à sua maneira. É um filme leve, divertido, refrescante e cheio de ação com humor criativo e possuindo ideias mais inovadoras que foram
interessantes de se ver, sendo que trouxe um resultado satisfatório. Além disso, tem
cameos e uma cena pós-créditos, apresentando uma realidade paralela com
personagens populares, que eu acredito que vai entusiasmar muitos admiradores
para o futuro da Marvel.
No entanto, é mais uma produção que vai dividir opiniões. Mas que mesmo assim, cria vontade de continuar a ter esperança de que o universo cinematográfico da Marvel vai voltar aos seus dias de glória.
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
"Jeanne du Barry" é um filme de época francês dedicado à história de vida da última amante do Rei Luís XV
Jeanne du Barry foi o filme de abertura da edição deste ano do
Festival de Cannes, que recebeu uma ovação de 7 minutos e já tem data marcada para
estrear em Portugal. Após ter aberto a 24ª edição da Festa do Cinema Francês no
Cinema São Jorge, podem finalmente ver este filme francês nos cinemas, a partir
do dia 2 de novembro e através da distribuição da Pris Audiovisuais. Além de protagonista
desta produção com uma duração de quase 2 horas, Maïween é também a
argumentista e a realizadora da mesma. Atualmente, está disponível na plataforma da Prime Video.
O elenco é constituído por Maïween (Jeanne du Barry), Johnny Depp (Louis
XV), Benjamin Lavernhe (La Borde), Pierre Richard (Duc de Richelieu), Melvil
Poupaud (Comte du Barry), Pascal Greggory (Duc d’Aiguillon), India Hair (Adélaïde),
Suzanne de Baecque (Victoire), Capucine Valmary (Louise), Diego Le Fur (The
Dauphin), Pauline Pollmann (Marie-Antoinette), Micha Lescot (Mercy), Noémie
Lvovsky (Comtesse de Noailles), Marianne Basler (Anne) e Robin Renucci (Monsieur
Dumousseaux).
Jeanne du Barry é livremente inspirado na vida de Jeanne Bécu, que nasceu como filha ilegítima de uma costureira pobre e subiu à corte de Luís XV para se tornar na sua última amante oficial. A famosa cortesã viveu um relacionamento escandaloso na corte de Versailles com o rei Luís XV, monarca conhecido pelas suas extravagâncias e inúmeras amantes.
Como Condessa du Barry, Jeanne foi oficialmente apresentada ao Rei, que se apaixonou perdidamente e imediatamente por ela. Em 1769 foi incluída com pompa e circunstância na Corte, gerando escândalo, inveja e animosidade.
Com a distância de 230 anos, possivelmente teremos uma Jeanne menos julgada, mas, infelizmente igualmente trágica. Uma mulher que conseguiu superar todos os obstáculos, menos o julgamento da sociedade.
Este filme aborda a vida de Jeanne Vaubernier, uma mulher do povo determinada a subir na hierarquia social, usa os seus encantos para escapar à pobreza. O seu amante, o Comte du Barry, que enriqueceu graças às intrigas amorosas de Jeanne, deseja apresentá-la ao Rei e organiza um encontro através do influente Duque de Richelieu. O encontro vai muito além das suas expetativas: para Luís XV e Jeanne, é amor à primeira vista. Através da cortesã, o rei redescobre o apetite pela vida: de tal forma que já não consegue viver sem ela e decide torná-la a sua favorita oficial. Segue-se um escândalo. Ninguém quer uma mulher da rua na Corte.
Jeanne foi uma jovem inteligente e trabalhadora que sabia muito bem o que
estava a fazer. Ela nasceu em 1743 como filha ilegítima de uma costureira pobre
que depois, teve a capacidade de alcançar com distinção a corte de Luís XV. E
tornou-se mais tarde, na favorita e na última amante oficial do monarca.
Divulgação: Pris Audiovisuais
Como Jeanne, uma mulher do povo se transformou numa cortesã e criou toda a
sua influência durante o reinado do rei Luís XV? Uma parte foi devido à
habilidade perspicaz do seu marido, o Comte du Barry, sendo que aos poucos, ela
foi subindo de posição até chegar ao soberano da monarquia francesa. E outra
pela beleza, independência e personalidade peculiar de Jeanne que começou a
criar invejas e temas de conversa para com quem ela se cruzasse.
Esta famosa cortesã que alterou completamente o seu destino viveu um
relacionamento escandaloso na corte de Versailles com o rei Luís XV. Contra
todas as possibilidades e rigores de etiqueta, Jeanne mudou-se para Versailles,
onde a sua chegada escandaliza a corte.
Divulgação: Pris Audiovisuais
Jeanne foi uma mulher recheada de espontaneidade que não respeitava as
regras de etiqueta e a aristocracia real. Mas, o seu sofrimento era provocado
constantemente por diversas razões, entre elas, os rumores que iam surgindo na
corte sobre si e o facto de ser amante de Luís XV. Porém, ela tinha uma grande
influência sob o rei e sabia exatamente o que dizer. A pessoa sente uma conexão
forte com esta mulher, seja pela sua resiliência, inteligência ou pelo caminho
que teve de percorrer para chegar ao que desejava.
Esta longa-metragem aproveita para contar a partir da infância pobre de
Jeanne. Depois, é mostrada um pouco da educação que recebeu, nos quais era
pouco frequente de acontecer para pessoas com o seu estatuto social. De
seguida, a sua ida e expulsão do convento, onde viveu por uns anos. Mais tarde,
é apresentada a sua função de cortesã que surgiu, devido ao seu gosto pelo sexo
e respetivos poderes de sedução. Tudo isto até chegar o dia, em que ela conhece
o rei Luís XV, ficando assim, com uma nova posição que ocorreu por causa do seu
relacionamento com o líder francês.
Johnny Depp é um dos principais destaques desta longa-metragem, onde
desempenha Luís XV, um monarca conhecido pelas extravagâncias e inúmeras amantes.
O seu desempenho é muito bom. E apesar de ter surgido com menos diálogos e em
poucas cenas, ele brilhou imediatamente de um modo próprio e com uma dicção bem
implementada do francês. Também bastou apenas a sua linguagem corporal e
respetivas expressões faciais para compreendermos, não só as diferentes emoções
deste rei, mas também, tudo aquilo que ele pretendia. Como um olhar e o silêncio
valem mais do que mil palavras!
Luís XV foi um líder que possuía uma personalidade bem peculiar, de acordo
com a sua própria posição. Mas também tinha uma hipersensibilidade e um lado
mais romântico. Ele era curioso com a maneira de ser de Jeanne e acabou por ser
atraído por ela, porque era uma mulher diferente e livre.
Divulgação: Pris Audiovisuais
O relacionamento de Luís XV com Jeanne não foi bem recebido e foi fonte de
intrigas por parte da corte que são bem retratadas, de acordo com a época.
Infelizmente, faltou mais cumplicidade neste romance que era suposto
representar uma paixão profunda complementada com um amor louco entre Jeanne e
Luís XV. Também esperava que houvesse muitas mais cenas focadas neles, tendo como
objetivo, o de explorar mais a relação deles. Para mim, seria sem dúvida,
um lado da narrativa mais interessante para se desenvolver.
Uma das boas surpresas desta longa-metragem é La Borde, o fiel servo do rei
que protagoniza cenas que traz ao argumento, um rumo mais descontraído e com
alguma piada pelo meio, criando assim, mais empatia e envolvência para com o espetador.
A história é filmada em 33 mm, sendo composta por um tom moderno e um ritmo
relativamente lento que pode não agradar a todos. É dividida em diferentes
etapas da vida de Jeanne e apresentada com delicadeza. Além disso, foram
implementadas algumas mudanças que podem não ter o resultado desejado por parte
do público. Infelizmente, a maior parte das personagens foram passadas para
segundo plano. E também podia ter existido mais carisma e dinâmica entre elas. Uma
escolha que impediu que a história fosse mais rica e interessante.
A representação desta era é feita com ligações precisas entre o século 18 e
o tempo atual. Uma das partes mais bem representadas é o guarda-roupa fantástico,
maquilhagem e os penteados inovadores que eram usados naquela altura. Também a
banda sonora clássica teve um papel fundamental no filme.
A importância dos protocolos reais e da etiqueta ou os comportamentos da
corte perante diversas situações, nos quais fazia parte, a discriminação que
ainda existe nos tempos atuais são alguns dos assuntos desenvolvidos que eram
pertinentes no século 18.
Divulgação: Pris Audiovisuais
No entanto, os cenários naturais do lindíssimo Palácio de Versailles e os
seus magníficos jardins são dos principais destaques deste filme. Eles criam
cenas mais apropriadas à realidade da época, que são exuberantes e com
requinte, onde são apresentados os luxos e o próprio poder da corte. A Capela
Real, o Salão dos Espelhos e a Sala Hércules são lugares mágicos que mais
entusiasmaram quem está a acompanhar esta longa-metragem, principalmente quem já
teve a oportunidade de os visitar pessoalmente, como foi o meu caso. Foi espetacular
ver cada uma das cenas a serem apresentadas nestes espaços!
Esta produção é o primeiro filme de época de Maïween e é dedicado completamente
a Jeanne du Barry, uma figura histórica que fez a diferença durante o reinado
de Luís XV. Mas, não foi referida da forma que devia. Temos a oportunidade de
acompanhar, tanto a sua ascensão, como a sua própria queda, após ocorrer uma
tragédia que iria mudar por completo a vida de Jeanne para sempre.
Jeanne du Barry possui uma narrativa emocionante, simples e sem
exageros, que por vezes perdeu o seu equilíbrio. Esta retratou a infância, a
juventude, o relacionamento de Jeanne com Luís XV e os efeitos que teve na sua
vida.
Obviamente, não é um filme perfeito e teve problemas evidentes, sendo capaz
de provocar reações inesperadas e até de dividir as opiniões do público. Mas, dá
para perceber que Maïween dedicou-se de alma e coração a contar a
história de Jeanne du Barry com todo o amor e respeito que ela tem por esta
mulher.
O balanço final é que considero como sendo uma história interessante com potencial para muito mais, onde criou vontade no espetador, em querer saber mais sobre a vida de Jeanne du Barry, mas que infelizmente, soube a pouco.